Com sua sétima temporada concluída, Legends of Tomorrow é oficialmente a segunda produção mais antiga do Arrowverse no ar. Enquanto Arrow e The Flash já mostravam marcas fortes de saturação ao completar sete anos na CW, a autoparódia da DC mostra que ainda tem muitas boas ideias para se manter como uma das melhores e mais criativas séries de super-heróis da atualidade.
Seguindo a fórmula que consagrou a produção após sua segunda temporada, o novo ano brinca com vários gêneros cinematográficos e televisivos, do faroeste ao reality show, passando por road movies e filmes de assalto. Mesmo que já tenha brincado com os clichês dessas produções, as mudanças constantes no elenco de Legends of Tomorrow (dos protagonistas originais, apenas Caity Lotz segue na série) permitem que os roteiristas abordem novas tramas e dinâmicas, mantendo uma necessária sensação de frescor e originalidade.
Embora já brinque com vários tropos de viagens temporais e heroísmo solidificados na cultura pop, Legends of Tomorrow nunca usa a sátira de forma vazia. Seu bom humor é carregado de uma paixão que desenvolve os personagens de forma divertida, usando velhos clichês de formas inventivas como homenagem sincera aos gêneros que tanto zoa.
A dinâmica entre os personagens continua sendo a principal força de Legends of Tomorrow. O elenco cada vez mais entrosado dá aos roteiristas a liberdade de criar novos subgrupos das Lendas do Amanhã, testando a química entre diferentes atores e abrindo espaço para que novos laços sejam explorados nos próximos anos, como a crescente amizade entre Spooner (Lisseth Chaves) e Zari (Tala Ashe) e o namoro de Gary (Adam Tsekhman) e Gideon (Amy Louise Pemberton).
Mais leve que outras produções do Arrowverse, Legends of Tomorrow permite que o elenco exercite diferentes aspectos de suas atuações e se divirta com essa liberdade. Escrachados na medida certa, Caity Lotz, Nick Zano e companhia criam personagens que, embora fujam bastante de suas contrapartes dos gibis, compreendem e traduzem os absurdos das páginas como poucas séries de herói tentaram fazer nos últimos anos.
Essa leveza também permite que alguns problemas típicos de séries da TV aberta norte-americana sejam usados a favor do programa. Os mesmos efeitos visuais pífios que tornam impossível levar o dramalhão de The Flash a sério apenas elevam a aura de produção B que Legends of Tomorrow criou nesses últimos sete anos. Autoconsciente, a produção faz de seus erros parte de seu charme, assim como a sala de roteiristas faz com os heróis que comandam a série.
Mais uma vez, não se levar tão a sério faz de Legends of Tomorrow a série de super-heróis mais divertida no ar atualmente. Com liberdade para construir seus personagens e histórias, essa sétima temporada mostra que o seriado ainda tem muito a ensinar a outras produções do gênero.