Nicholas Galitzine em Mary & George (Reprodução)

Séries e TV

Crítica

Picante e conspiratória, Mary & George é uma série de época diferente do usual

Nicholas Galitzine e Julianne Moore impressionam em produção lançada no Brasil pelo Globoplay

09.09.2024, às 12H58.

Quando se pensa em séries e filmes de época, alguns títulos que vem à mente são Orgulho & Preconceito, Downton Abbey e, para citar um fenômeno mais recente, Bridgerton. Mary & George, no entanto, opta por um ângulo diferente dos casamentos arranjados ou problemas monetários de uma alta sociedade em decadência.

Na trama, Mary (Julianne Moore) é a condessa de uma terra falida, mãe de três filhos: seu primeiro irá herdar a terra, a caçula poderá se beneficiar de um casamento com uma família abastada, mas seu segundo filho, George (Nicholas Galitzine), não tem perspectiva de um futuro promissor. Observando a beleza do filho, no entanto - e considerando as fofocas da corte - Mary investe na educação de George para que ele se torne… o amante do rei James I (Tony Curran). Primeiramente, George se opõe à ideia - mas, ao começar a sentir o gosto do poder, ele entende a vantagem que essa relação pode trazer.

A dinâmica entre mãe e filho é um dos grandes focos da série e Galitzine (mais conhecido por produções de apelo teen, como Vermelho, Branco e Sangue Azul e Uma Ideia de Você) impressiona ao entregar uma ótima interpretação em um conteúdo mais maduro. Já Moore entrega uma personagem complexa, de moral duvidosa e muito próxima a uma vilã, reforçando uma sequência de personagens infames às quais a atriz tem dado vida com muita maestria (pense em Sharper e Segredos de um Escândalo, por exemplo).

Essencialmente, Mary & George é um drama conspiratório e novelesco, com alguns toques de comédia - uma vibe muito similar a The Great, finada série estrelada por Elle Fanning sobre a imperatriz russa Catarina, A Grande. A maior ousadia da série está mesmo em sua premissa, que explora a vida sexual de um rei e seu amor por um dos membros de sua corte. Com muitas cenas picantes, a obra não exibe pudores ao ficcionalizar o casamento do rei James com a rainha Anne da Dinamarca (Trine Dyrholm), concomitante às diversas relações extraconjugais que o rei cultivava com homens.

Nesse pique, Mary & George deve agradar grande parte dos fãs de narrativas de época - mas principalmente aqueles que buscam uma mudança de ares, mesmo sem sair dos corredores de poder palaciais.

Nota do Crítico
Ótimo