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Jim Beaver lamenta final de Supernatural e confessa que odiava seu bordão

Convidado da CCXP Worlds, ator relembra as várias “formas” que Bobby Singer teve na série

02.12.2020, às 13H10.
Atualizada em 09.12.2020, ÀS 13H31

“De alguma forma ou outra, estive nas quinze temporadas”. A frase de Jim Beaver resume bem a experiência do ator ao longo de Supernatural, encerrada no mês passado após 15 anos. Seu personagem, Bobby Singer, foi um mentor importante para os irmãos Sam (Jared Padelecki) e Dean (Jensen Ackles) e foi presença fixa durante o início do seriado. Depois seu personagem morreu, mas isso não impediu que ele voltasse como um espírito, uma miragem e até mesmo uma versão alternativa. Mais Supernatural do que isso, impossível.

Quando a grande transição aconteceu na temporada 7 fiquei pensando: ‘Certo, será que vou voltar? E sim, que forma vou ter?’. Foi um pouco confuso. Eu não gostei muito das cenas em que voltei em um sonho. Eu não curtia muito a ideia de ir até Vancouver e gravar uma cena só”, conta Beaver em entrevista ao Omelete.

O ator, que é um dos destaques da CCXP Worlds - edição digital do evento, que acontece de 4 a 6 de dezembro - também declara, no modo mais sincerão possível, que não ficou muito feliz quando precisou retornar para viver uma versão de seu personagem que vinha de um mundo alternativo.

Eu fiquei feliz porque me deu oportunidades a mais de estar lá. Eu não estava tão feliz com aquela versão do personagem porque ele não tinha história com os irmãos. E sem essa história e esse amor, parecia que algo se perdera. Mas era melhor do que não estar lá”.

O “não estar lá” é chave. Ao longo dos anos, ele e seus colegas se tornaram uma verdadeira família, e Beaver não esconde que dizer adeus a tudo isso foi bastante difícil.

É triste. Nós desenvolvemos uma relação tão próxima na série. Os atores, a equipe. Tantas das pessoas com quem trabalhei no seriado são próximos de mim, como uma família. Eu odeio a ideia de nunca mais interpretar o Bobby de novo. Ele é um ótimo personagem e me diverti tanto interpretando. Vão ter outros trabalhos. Mas deixar o pessoal… São pessoas que eu amo profundamente e de quem vou sentir saudades”.

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E olha que o ator é o primeiro a admitir que, no começo, teve suas dúvidas. Para começar, ele não é fã de filmes ou séries de terror. Em segundo lugar, teve problemas com o texto de seu personagem, que gostava de xingar as pessoas de “Idjit”, uma forma de dizer a palavra idiota.

Mas o termo ficou tão popular que se tornou um bordão de Bobby, e até hoje fãs param o ator e o pedem para dizer a palavra.

“É só uma palavra e eu lutei contra ela. No primeiro roteiro em que eu a vi, achei estúpido. Perguntei: ‘Tenho mesmo que dizer isso?’. Os fãs se apegaram a ela e amaram, não sei por quê, mas isso me fez amá-la. Estou muito feliz em ser conectado a essa palavra porque mostra que algo que fiz tem um valor duradouro”.

Sobre a longevidade de Supernatural, Beaver palpita que se deve não só ao bom relacionamento da equipe, mas também ao fato de que os episódios sempre equilibraram o sobrenatural com as relações humanas.

O roteiro da série sempre enfatizou os relacionamentos, e acho que é por isso que ela fez sucesso por tanto tempo. Já tive fãs que me disseram que veriam o seriado mesmo que não tivesse monstros, porque eles são doidos pelas relações entre os dois irmãos e outros personagens. A coisa mais estranha sobre Supernatural é o quanto ela foca no natural”, enfatiza.

O ator também tem dificuldade em destacar o momento mais insano do seriado – afinal, em 15 anos, foram muitos.

Se você tivesse me dito no começo que um personagem autor nerd seria Deus, eu teria dito: ‘Ok, você quer voltar pro seu quarto e pensar nisso por umas horas?’. Mas no fim deu bem certo. É Supernatural, tudo nela é muito louco”.