Ele é o porta bandeiras mais ilustre dos quadrinhos. Seu uniforme deixam claras suas convicções e - por que não&qt;& - aspirações. De traz de seu galante (e discreto) uniforme azul, vermelho e branco , ele é o maior patriota dos gibis. E das telas, há um bom tempo.
EM PLENA GUERRA
Quem teve a honra de vestir o colante foi o ator Dick Purcell, que nem pôde desfrutar da repercussão de seu trabalho, pois faleceu pouco depois de encerradas a filmagens. Purcell pode ser considerado o legítimo precursor do Batman de Adam West (aquele dos anos 60), pois possuía uma barriguinha saliente e músculos não muito evidentes para um supersoldado. Na verdade, nem super ele era.
NAS MÃOS DA MARVEL
Mas o melhor ainda estava por vir. Em 1979, a Marvel Comics, que havia ressuscitado o Capitão nos anos 60, ainda estava dando suas últimas flertadas com a televisão quando encasquetou em produzir duas pérolas em forma de longa metragem. Até aí tudo bem, mas pelo visto ninguém aprendeu com os erros dos filmes com suas personagens produzidos anteriormente. Sinta só o drama:
O melhor mesmo, no entanto, era o visual do fulano. O talentoso Rogers fez questão de desenhar ele mesmo uma roupa que honrasse seu famoso genitor. O resultado foi um glorioso colante em que as tiras branco e vermelhas eram iguais a suspensórios e a máscara nada mais era que um capacete azul de motoqueiro com asas gigantescas pintadas nas laterais. Um luxo só. Todavia, na cena final do filme, o aventureiro ganha um uniforme mais decente, igualzinho ao das HQs. O que deixa uma pergunta no ar: Pra que a fantasia diferente que usou o filme todo&qt;&
Capitão II até que não é tão ruim, se usarmos o primeiro como parâmetro. Tem mais ação, o uniforme é o certo (embora teimem em fazer a personagem usar aquele tambor na cabeça) e conta até uma seqüência antológica, quando nosso herói foge de uma prisão. Primeiro, ele arremessa com um só braço (falei que era fortinho) sua querida motoca sobre o muro do presídio. Em seguida, salta com ela a toda velocidade em pleno ar, transformando-a numa estupenda asa-delta - Detalhe: camuflada você sabe com que bandeira - para pousar numa estrada distante já no encalço do vilão! Mais trash pra quê&qt;& E a série parou por aí. Por que será&qt;&
UM ELENCO ATIVO
Reb Brown era o dublê de ator que encarnou o Capitão em ambos os filmes. Sua carreira pelo visto não se arranhou pela participação em tão ilustres produções. Continua atuando até hoje em abacaxis de guerra e filmecos Z de ficção científica.
Connie Selleca, que interpretou a mocinha no segundo telefilme mais tarde foi a namorada do prof. Ralf Hinkley, no clássico seriado O Super-Herói Americano.
Alex Hyde-White, que na época era apenas um garoto sem nome em ambos os filmes, em 1994, já crescido, foi o Reed Richards no filme proibido do Quarteto Fantástico produzido por Roger Corman.
Já Christopher Lee, parece ter se recuperado da pindaíba e tem atuado em produções como A lenda do cavaleiro sem cabeça e na vindoura trilogia O Senhor dos Anéis, sem esquecer STAR WARS - Episódio II.
50 ANOS DEPOIS, FIEL MAS NEM TANTO
E assim o foi com Capitão América - O Filme de 1992. Tal como nas HQs, Steve Rogers era incapacitado de servir a pátria-mãe (no filme por ter paralisia infantil) e oferece-se como voluntário num projeto secreto do governo. Recebe o soro e uma dose dos Raios Vita. Torna-se um supersoldado. Enfrenta os nazistas e o Caveira Vermelha. É preso a um míssil e congelado no ártico, voltando a vida décadas mais tarde. Legal, né&qt;& Igualzinho aos quadrinhos. Mas esqueci de contar umas coisinhas.
Visualmente o uniforme estava quase impecável... com exceção das fabulosas orelhas de cera! Isso mesmo, tentaram colocar as orelhas do ator pra fora da máscara como nas HQs e não deu certo. Por isso tiveram que improvisar...
Matt Sallinger (mais famoso por ser o filho do escritor J.D. Sallinger do que por ser ator) era mirrado antes do soro do supersoldado. E continuou sendo depois. Nada de músculos como os de seu antecessor no papel. Ele apenas estufa o peito na cena da transformação.
O Caveira Vermelha nos desenhos do Capitão. |
Apenas 24 horas depois, dão para ele uma fantasia e o jogam sozinho (sem treinamento nem nada) em cima das linhas inimigas. Até que o coitado se sai bem e encara o Caveira (Scott Paullin) num mano a mano. Por sinal, o Caveira é um italiano fascista (de onde isso&qt;&) vítima de um experimento parecido e malsucedido que deformou seu rosto. Sem falar que ele é de uma erudição fabulosa, expressando-se com frases complexas como: The pen of my aunt is on the table, a caneta da minha tia está na mesa, em bom português. Já o tal míssil foi arremessado contra a Casa Branca e um menino xereta bate a uma foto do herói. Anos mais tarde, ele se torna presidente (Ronny Cox, de Robocop) e é seqüestrado pelo (quem&qt;& quem&qt;&) Caveira, que por sinal fez uma cirurgia plástica pra dar um trato na aparência. Mas, por coincidência, um certo alguém se descongela e parte pra briga com seu velho antagonista auxiliado pelo querido presidente. Só resta saber por que o Caveira esperou 50 anos para entrar em ação outra vez... Preguiça&qt;& Enfim, esse filme é uma boa prova de que não basta ser fiel ao original. Um bom roteiro é fundamental. Talvez por isso mesmo tenha sido lançado direto para vídeo.
O CAPITÃO DEFINITIVO
O Capitão América é um grande Lutador
E Contra o inimigo é sempre vencedor
É um homem forte
Enfrenta a morte
O Capitão América é um grande Vencedoor!
FINALIZANDO, UMA CURIOSIDADE
Pode ser ironia, mas o único ator que vestiu a malha do Capitão América e se deu bem na vida chama-se Jonathan Frakes. Mais conhecido como o imediato William Riker da nave estelar Enterprise, da série Jornada nas estrelas- A nova geração. Além de atuar também como diretor de cinema e TV, é produtor da serie light de ficção, Roswell. Pior é que o dito cujo nem filme fez como o destemido defensor da liberdade. Na época das vacas magras, ele inaugurava supermercados com sua fantasia de super-herói. Coisas da vida...