O
Inevitável Guia de episódios da série do Homem-Aranha nos anos 70
[Leia o Lembra Desse? do programa,
aqui]
1. Os olhos do Aranha na primeira temporada são uma espécie de peneira, com vários furinhos por onde o ator enxergava. Na seguinte, foram substituídos por lentes espelhadas.
2. Na primeira temporada, Peter Parker se veste religiosamente com seu terno de cotoveleiras de couro e gravata. Na segunda, já usa camisetas justas e abre mão da gravata. O que cria um dilema: onde ele guardava o uniforme? No bolso?
3. O penteado de penico da primeira diminui consideravelmente na segunda, acrescido por uma mecha loira esquisita.
4. Na primeira temporada, há o personagem Capitão Barbera, que desaparece sem maiores explicações na segunda. Não que alguém sentisse por sua falta...
5. A fotógrafa, Julie Masters, só aparece na segunda temporada.
6.O tema e a abertura mudam entre as duas temporadas. Na segunda, além da música de saxofone, ao fundo temos o Aranha pulando em frente ao hoje destruído World Trade Center.
E então, sabendo tudo sobre o seus seriado preferido? Então prepare-se para mergulhar ainda mais fundo no poço em que meteram o sobrinho preferido da tia May:
PRIMEIRA TEMPORADA:
1.Homem-Aranha - O Filme -The Amazing Spider-Man
Direção: E. W. Swackhamer
Cidadãos comuns, de uma hora para outra, se tornam apáticos zumbis e começam a assaltar os bancos de Nova-Iorque. Não bastasse isso, os indivíduos acometidos por esse estranho mal, tem o hábito de chocar seus automóveis em becos desertos. Apenas para que o dinheiro que carregam com eles, desapareça sem mais nem menos. A polícia está atônita pois alguém chantageia a cidade em 10 milhões de verdinhas. Caso o dinheiro não seja pago, mais dez pessoas encontrarão o mesmo fim estúpido contra alguma parede inocente.
Apresentado o pano-sujo-de-fundo de nossa empolgante aventura, é hora de conhecermos Peter Parker, nosso galante protagonista. O jovem fotógrafo do Clarim não tem trabalho nem grana, mas trabalha num laboratório da faculdade em um experimento radioativo. Durante ele, uma aranha cai dentro câmara onde devia estar isolado o material. Claro, nosso futuro herói vê a bichinha mas não se toca do perigo. Tão fácil como deve ter entrado na mais que bem vedada câmara a serelepe aranhinha sai transformada da experiência. Agora dotada de uma simpática fluorescência laranja, vai se esconder no meio dos livros do astuto Parker.
Logicamente, a toupeira é picada pelo aracnídeo e, em vez correr para o posto de saúde mais próximo, segue com sua vida como se nada tivesse acontecido. Detalhe: Parker não matou a dita aranha, tanto que ela continuou no laboratório, brilhando mais faceira que nunca. Sabe Deus o que a safada não anda aprontando por aí até hoje...Não que o roteirista se importasse com isso.
LÁ VEM ELE...
Provavelmente insatisfeito com o fato de que não chamou a atenção da vizinhança, o genial Parker decide escalar a parede de um edifício no centro da cidade. Nisso. Um punguista rouba a bolsa de uma moça mas se detém pasmo diante do rapaz que se esfrega no prédio. Pensando bem, quem não ficaria diante de tal cretinice? Preso o meliante, diante de várias testemunhas ele desaparece atrás de uma lata de lixo. O legal é que ninguém nota. O lamentável é que ele não fica por lá até o fim do filme.
J.J. Jameson quer fotos do tal Homem-Aranha que as pessoas comentam ter visto na rua. Esperto como ninguém , o falido Parker afirma tê-lo visto. E que até tem fotos dele. Sinta só os eruditos diálogos da dupla:
Jameson: Como ele é?
Parker: Como uma aranha!
Jameson: Quantas pernas ele tem?
Parker: Duas, claro. Ele é um homem!
Jameson: Posso pisar numa aranha. Posso pisar nele?
Antes disso, Parker havia conhecido, Judy (Lisa Eilbacher), a filha do zumbi acidentado. Através dela acaba sabendo que ele freqüentava um clube esquisitão, com todo jeitão de igreja e capitaneado por um sujeito com cara de sapo e discurso de livro de auto-ajuda. Eis nosso óbvio (Tcha-ram!) vilão: Byron (Thayer David ) ! Queria o quê, um supervilão decente? Eles tem mais o que fazer...
Depois de dispensados do clube, onde os sócios recebem um bottom prateado e são irradiados com mirabolantes luzes estroboscópicas , ambos se dirigem ao hospital onde o pai dela se encontra internado. Obviamente, o vilãozão manda que ele se suicide e o Homem-Aranha entra em ação pela primeira vez, diante da imprensa e do patético Capitão Barbera, que neste episódio vive com um charuto no canto da boca e fala como se fosse o marinheiro Popeye. Não fosse o fato que a cena dele escalando a parede fosse tão xumbrega a ponto de seus pés mal encostarem nela, talvez até alguém da platéia se impressionasse com o feito. A real impressão que fica, é que lavaram o edifício com manteiga, de tão deslizante que o (d) efeito é.
TANTO BATE, QUANTO APANHA
QUEDA LIVRE
Sabiamente, o espertalhão Byron havia dado um dos seus broches-zumbi para o intrometido Parker e o manda se suicidar pulando do edifício Empire State. Infelizmente, quis o destino que o maldito apetrecho se prendesse numa grade de proteção na hora em que o infeliz ia se jogar. Privando nosso vilão de prestar um serviço à humanidade ao encerrar a série antes do fim do episódio piloto. Acontece que Parker recobra a consciência, veste seu pijama preferido, volta ao prédio de seu incrível inimigo e quebra a antena que transmitia o sinal suicida. Bem a tempo de evitar que outros zumbis se matassem. Novamente adentrando o clube, descobre que os japoneses ficaram bonzinhos e sugestionáveis e que Byron acabara catatônico (assim como o expectador, diante de tamanha asneira), pois o sinal se reverteu para dentro do prédio de alguma maneira que só a ciência, um antena quebrada e Deus podem explicar.
O Aranha manda o bandido se entregar e ainda tira umas fotos de lembrança, abraçado com o seus queridos japoneses. Diante da delegacia, Parker entrega as fotos a um estupefato Jameson que pergunta:
_Incrível! Como pode ser você o único a conseguir fotos dele?
Parker responde: _Simples! Eu acredito! - e sai de mãos dadas com Judy (sim, ele aparentemente faturou a única garota do elenco) ao som da musiquinha tema do filme. Deixando o pobre expectador, ele sim, sem acreditar que desperdiçou quase duas horas de sua vida assistindo a esse lixo.
Se mesmo após a descrição detalhada desses horrores você ainda gostaria de assistir a essa sub-produção, saiba que o filme se encontra disponível em vídeo no Brasil.
2.O
Retorno do Homem-Aranha - Spiderman Strikes Back
(episódio duplo The Deadly Dust)
Primeira exibição:
5 de abril de 1978 (parte 1)
12 de abril de1978 (parte2)
Direção: Ron Satlof
Já de cara, nosso herói impede a morte de uma suicida diante das câmeras da TV, o que chama a atenção de uma revista de Miami, disposta a entrevistá-lo. Para isso envia a repórter (e bonitona de plantão) Gail Hoffman, à redação do Clarim em busca de (adivinhe quem?) Peter Parker. Aquele rapaz que é o único a tirar fotos do Aranha, lembra?
Pois é, o mesmo se encontra indignado com um professor da faculdade, que intenciona acionar um reator atômico e criar plutônio no campus. Humor compartilhado por três colegas que tem um plano secreto para provar o perigo de tal experimento.
O genial trio planeja roubar o material e mostrar a todo mundo como é fácil para qualquer estudante construir uma bomba atômica. Fabuloso,não? E imagine se as figuras não conseguem seu objetivo com a maior facilidade do mundo... Para azar de nosso aracnídeo, que tenta chegar a tempo ao laboratório, é flagrado pelos seguranças e acaba levando a culpa do crime.
Enquanto isso, nos EUA, Peter Parker se vê importunado com a presença da beldade que quer entrevistar o Aranha às suas custas e não larga de seu pé por um instante sequer. Dos diálogos dos dois, e das elucubrações de Parker sobre a vida solitária do Aranha, vem os momentos que mais vagamente lembram o original dos quadrinhos. Não que a coisa vá muito longe. Nosso intelectual protagonista dá tanta bandeira de quem realmente é, que Gail, num momento de lucidez, lhe pergunta diretamente: _Peter, você é o Homem-Aranha, não é? Mas é claro que a teoria cai por terra assim que ela olha para a cara do panaca diante dela. Afinal, Nicholas Hammond não pode ser o Aranha, pode? O fãs, assim como ela, acham que não.
O Puro Parker
Mas e os nossos colegas ladrões de plutônio? Felizes com o fruto de seu sucesso, fabricaram a tal bomba em seu apartamento.O problema é que as toupeiras não deviam saber muito sobre envenenamento radioativo, tanto que a moça da turma acaba tendo que ser internada num hospital. Enquanto isso, nosso maquiavélico vilão já chegou à cidade e está em busca de (Quem?Quem?) Peter Parker, que segundo seus informantes, é o único estudante capaz de montar a tal bombinha. Depois de fugir da cilada vagabunda armada por ele, nosso galante herói passa a noite escondido no (Tcha-ram!) quarto da bela Gail. Na manhã seguinte, o patético Capitão Barbera encontra o casal se arrumando e um Parker todo arredio, comprovando por A+B sua incompetência: _Tive que passar a noite aqui...No sofá, capitão! Tia May, se estivesse neste filme, estaria orgulhosa de seu menino...
A Teia Mais Besta do Oeste
Mais tarde, Gail é seqüestrada por Angel e levada à presença de seu branquelo patrão, que a obriga a se vestir com um generoso biquíni. Indagado pela indignada repórter ele se justifica: _Porque gosto de mulheres bonitas. Sinto-me seguro por saber que não há lugar onde possam esconder armas.
Um estrategista e um gentleman, não? Mas ele só não contava que nosso intrépido herói estava, naquele momento, tendo um aceso de Homem de 6 milhões de Dólares e invadia sua mansão (que por sinal, nem segurança tinha) num acesso de pulos em câmera lenta de causar inveja a qualquer biônico da TV da época. Após trocar sopapos com o capanga caratê, que o enfrenta munido de uma (valha-me, Deus...) vassoura, mede forças com o bom e velho Angel, para derrotá-lo simplesmente jogando-o na piscina...
Mas e o patrão? Ele já instalou a bomba e está passeando de helicóptero pela paisagem, prestes a dar no pé. Nisso, é surpreendido pelo efeito especial vagabundo do aranha voando em direção a ele. Calma, é que nosso herói se jogou (vai entender porquê...) de outro helicóptero coincidentemente quando ... estava passando por ali. Aproveitando para pegar uma carona com ele. O que segue é o vilão voando com nosso heróico carrapato pendurado por uma teia e tentando derrubá-lo num dos prédios. O bacana é que o derrubam logo no telhado em que se encontra a bomba , bem a tempo do intelectual aracnídeo desligar o contador. Salvo o presidente, todos ficam felizes, inclusive Jameson, que deixar Parker passar o resto da semana no hotel às suas custas e na companhia de Gail, que agora até dá bola para ele. Coisa boa, não? Tudo acabou bem.
Mas, espere aí...E o vilão? Ora, ele fugiu.E a pobre garota envenenada com radiação, que fim levou na história? Ninguém sabe. Seus colegas, foram presos pelo crime que cometeram? Isso ninguém sabe informar também. Afinal, nosso herói estava ocupado demais passando um fim de semana na companhia da atraente Gail. Será que dessa vez ele conseguiu dormir em outro lugar que não o sofá? Isso, só Deus sabe...
Algumas Aracno-Curiosidades:
1. Joanna Cameron, a repórter Gail Hoffman, interpretou a super-heroína trash Poderosa Ísis, na série-irmã do Capitão Marvel dos anos 70.
2. Pela primeira vez aparecem os espalhafatosos cinto e lançador de teias do lado de fora do uniforme do Aranha.
3. Por incrível que pareça, algumas cenas do Aranha em ação são reaproveitamento extraído do episódio piloto.
4. O dublê de Hammond machucou-se ao colidir com um prédio na seqüência em que voa pendurado no helicóptero.
5. Peter não mora mais com sua tia May, completamente esquecida nessa continuação. Que fim levou a velhinha?Agora ele tem um apartamento só seu.
6. Esse filme virou álbum de figurinhas no Brasil, nos anos 80.
7. Este episódio é disponível em vídeo no Brasil. Porém encontrá-lo é um feito quase impossível.
3. A Maldição de Rava - The Course of Rava
Primeira exibição: 19 de Abril de 1978
Direção: Michael Caffrey
Será? Infelizmente não é bem assim que a coisa funciona nesta série. Pois a própria estátua de Rava (uma imitação chinfrim da deusa indu, Shiva) trata de esmagar o pobre professor que pretendia exibí-la. Quem paga o pato é J.J., que leva a culpa do crime, sendo preso pelo xarope Capitão Barbera. Por sinal o nosso próximo candidato a vítima. Com o caminho livre, nada pode impedir Mandak de roubar o ídolo só para si. Nada, a não ser nosso apagado amigo da vizinhança, que mal aparecera até então.
Feito o trabalho sujo, é chegado o inevitável confronto final. Aí , quando o expectador pensa que o diretor guardou o melhor para o final, que vai rolar a maior exibição de superpoderes do vilão, é que vem a triste verdade. Nele, o maior feito de Mandak foi fazer voar papéis pela sala e arrastar a estátua de Rava de um lado a outro. O que nosso poderoso inimigo não contava é que a estátua realmente tinha vida própria e, provavelmente, farta de ser tão humilhada num episódio tão banal desta série, se volta contra seu mestre e o esmaga contra a parede. E termina aqui a maldição de Rava. Melhor para o Aranha, que não precisou nem suar a camisa. E para Rava, que se livrou do mico com um mínimo de dignidade. Agora, cá entre nós, qual a função do Aranha além de bater o ponto, nessa meleca de história?
4. A Noite dos Clones - Night Of The Clones
Primeira exibição: 26 de abril de1978
Direção:
Fernando Lamas
Tudo começa quando o comitê do Prêmio científico Toval, chega a Nova York para anunciar o grande vencedor do ano. Tudo indica que o renomado geneticista americano, o Dr. Moon (Lloyd Bochner) será o vencedor. Numa demonstração de seus experimentos para a imprensa, incluindo um certo fotógrafo bobalhão, ele clona em poucas horas um simpático sapinho.
Enquanto isso, uma misteriosa figura explode um elevador onde estavam vários membros do comitê. Sabendo do ocorrido, nosso paladino vai até a cena do crime.
Moon teria mágoas do comitê Toval por este ter desprezado seu trabalho por tantos anos. Acontece que a filha de um dos membros do conselho é atraída por Moon até um prédio abandonado. Desconfiado do perigo, adivinhe quem segue a moça até lá e impede o bom doutor de matá-la? Acontece que nosso inglório protagonista corta a mão ao dar um sopapo na cara do cientista e dá no pé com a moça. Para seu infortúnio, o malvadão recolhe uma amostra do sangue e...Tcha-ram! Fabrica um clone de Peter Parker, descobrindo aquele tão bem guardado segredo que, só quem não quer ver, não sabe.
E como em toda boa ficção científica de quinta, o tal clone é malvado por natureza. Acrescente isso ao fato de que ele tem toda a memória de sua matriz e temos o super-vilão perfeito, certo? Veremos...
Ah, e como não podia deixar de ser, o Dr. Moon é um clone também. O qual aprisionou o original em seu escritório para concretizar a vingança que papai nunca teria coragem de realizar. E a briga dos clones, sai ou não sai? Numa festa à fantasia, Peter vai vestido com a única roupinha descolada que tem. Adivinhe qual... E para sua surpresa se depara com várias pessoas fantasiadas como o vigilante aracnídeo. Até Jameson (vê se pode..) foi de Homem-Aranha. No banheiro, o aracnídeo original é rendido por sua cópia munida de um revólver, que o leva ao telhado, onde se dá o clímax. É chegada a hora da pancadaria. Mas não se empolgue.
Após uma das lutas mais anticlimáticas (e rápidas) da história dos live-actions, a cópia morre eletrocutada acidentalmente ao fugir. E o clone do Dr.? Ele envelhece e evapora de uma hora para outra, afinal, o experimento era instável. Fica a lição: o inevitável episódio onde o super-herói enfrenta seu duplo é um dos piores clichês que uma série de TV possa utilizar. Pena que o exemplo aqui apresentado não tenha impedido que outras séries baseadas em HQs viessem a cometer o mesmo pecado. Azar o deles, que não deram ouvidos ao avacalhado Aranha...
Dúvida: Será que o sapo clonado também era do mal?
Curiosidade:Este foi o último episódio da série em que apareceu a simpática tia May.
5. O Seqüestro - Escort To Danger
Primeira exibição: 3 de maio de 1978
Direção: Dennis Donnelly
Acontece que Peter Parker é o acompanhante da moçoila. O que é o mesmo que nada, já que ela é seqüestrada embaixo do seu nariz. Então nada melhor que a contraparte menos incompetente dele saia no encalço dos bandidos. Infelizmente os meliantes se escondem num armazém de porto lotado de tabaco. Substância à qual nosso vigilante é especialmente alérgico. Além de um acesso de espirros, nosso galante herói enfrenta o parrudo guarda-costas nipônico. Sendo facilmente abatido, claro. Que nada, esperto como uma raposa, ele se faz de desmaiado e parte para a desforra contra o grandão simplesmente jogando-o no mar. Herói que é bom não se suja, sai da briga com estilo... E falando nisso, nosso vitorioso protagonista entrega a mocinha em plena final do concurso, deslizando de teia com a princesa em seu braços. Romântico, não?
Curiosidades:
1. Madeline Stowe, depois desse início de carreira não muito promissor, pôde ser vista em várias produções mais relevantes como O Último dos Moicanos e Os 12 macacos.
2. Numa cena em que Parker conversa com a organizadora do concurso, pode-se ver claramente no topo da tela, um intrometido microfone.
Segunda temporada:
6. The captive Tower
Primeira exibição: 5 de setembro de1978.
Direção: Cliff Bole
Sem falar que, só para garantir, plantaram explosivos em todo o local. Para o caso de algum engraçadinho não querer atender suas exigências e invadir o local.Tudo daria certo se não tivessem aprisionado um certo super-herói intrometido. Vemos então o nosso Aranha salvando limpadores de janela, fazendo cabo-de-guerra com um helicóptero e entrando triunfante pela vidraça. Nada de extraordinário. O que se segue são seqüências levemente semelhantes a uma certa produção protagonizada por Bruce Willis anos mais tarde. Certamente, o episódio preferido dos roteiristas do primeiro filme da série Duro de Matar.
7. A Matter of State
Primeira exibição: 12 de setembro de 1978
Direção: Larry Stewart
8. Con Caper
Primeira exibição: 11 de novembro de 1978
Direção: Tom Blank
9. O Fantasma de Kirkwood-Kirkwood Hauting
Primeira exibição: 30 de dezembro de 1978
Direção: Don McDougall
10. Photo Finish
Primeira exibição: 7 de fevereiro de1979
Direção: Tony Ganz
Parker vai preso por obstrução à justiça e permanece à espera de julgamento. Mas quem disse que uma mera prisão pode deter o sobrinho da tia May? Convicto de que Wilson é quem o meteu nessa enrascada, ele veste seu uniforme, dobra as barras da sua cela e parte para esclarecer os fatos. Legal, não? Agora me diga, como foi que ele levou seu uniforme à prisão? Provavelmente, na época ainda não era praxe revistar prisioneiros em busca de armas, colantes azul-vermelho ou lançadores de teia ...
Mas a sorte de nosso escalador de paredes não é das melhores, pois chegando ao escritório, se defronta com Gray e seus capangas. Durante o combate é atingido por uma corrente no rosto, que lhe arranca a máscara. Revelando ao desonesto colecionador sua verdadeira identidade.
Obrigado a fugir, retorna a sua cela para não despertar suspeitas. Agora fica o dilema, como convencer o vilão que ele e o Homem-Aranha não são a mesma pessoa? Mas nem tudo é tristeza na vida de nosso azarado herói, afinal, Jameson nestá mais do que determinado a limpar a barra do garotão, demonstrando uma consideração até então inédita por seu (aparentemente único) repórter fotográfico. Mas o melhor é que começa a rolar um climinha romântico entre Parker e sua até então rival, Julie, que o visita na prisão para dar aquele apoio moral ao injustiçado boa-praça.
Curiosidade: Geoffrey Lewis, o ator que interpreta Weldon Gray, é o pai da atriz Juliette Lewis.
11. Wolf Pack
Primeira exibição: 21 de fevereiro de 1979
Direção: Joseph Manduke
12. O Desafio do Dragão - Chinese Web
Primeira exibição: 6 de julho de 1979
Direção: Don MacDougal
Também lançado em vídeo no Brasil nos anos 80 com o escabroso título Homem- Aranha e o Dragão do Kung Fu, este especial foi o episódio derradeiro da série. Por sinal, é um dos mais interessantes de todos justamente pelo fato de boa parte da ação se passar no oriente. Mas a troco de quê nosso herói sairia de seu ambiente natural? A impressão que o filme passa é que, sabendo do iminente cancelamento do seriado, a equipe juntou o resto de dinheiro que tinha e decidiu passar umas férias comendo pastel na fonte. Mas como não podiam dar na cara, voltaram como este filmeco debaixo do braço. Sinta só a desculpa para a coisa toda:
Coincidentemente, um certo você-já-deve-estar-careca-de-saber-quem, acabara de fazer uma matéria com um ex-mariner e se vale da amizade com este para levantar informações do possível paradeiro do trio.
Nisso, Mi Lo Chan já está sendo perseguido pelos homens do Sr. Zeda, um milionário americano radicado na China que quer mais é que o ministro se dê mal, pois ele é o único obstáculo para que ele consiga fechar um contrato bilionário com o governo chinês para a construção de uma usina de aço. Para tanto, envia seus ineptos capangas aos EUA a fim de dar cabo do pobre homem injustiçado.
Incompetência Mascarada
No arquivo-morto do Clarim, ele é salvo pelo nosso querido herói, que usa de um fardo de jornal para deter o assassino. Isso depois dele quase apanhar feio do refugo de capanga, no combate mais mongolóide da história. Mas vá lá, pelo menos Mi Lo Chan continua vivo. E isso é o que vale. Levado ao hotel, junto de Parker e sua sobrinha americana, Emily, o infeliz ministro sofre novo atentado. Parker sai correndo e volta à cena com sua roupinha especial de socar malfeitores, impedindo o pior. Detalhe: na cena anterior ele usava justíssimas camiseta e calça boca de sino. O que levanta a questão: Onde estava o uniforme do Aranha? No beco? Ou na carteira?
Mas deixando os preciosismos para trás, nosso azarado herói só não contava com o fato que Mi Lo Chan era cardíaco. Emily o leva às pressas para o hospital, não sem antes acusar nosso herói de ser um covarde ao ter fugido. Pronto, aí temos uma boa desculpa para algumas cenas de crise existencial onde Hammond pôde exibir toda a sua canastrice com louvor. Mas a fatalidade se transforma num trunfo de nosso herói, que forja a morte do ministro, que é noticiada na primeira página dos jornais.
Ao interrogar um dos capangas que perseguia Parker, o Aranha fica sabendo do paradeiro de um microfilme que pode inocentar o embaixador e vai ao metrô, onde o filme estava escondido embaixo de um banco de vagão. Acontece que dois outros capangas de Zeda já haviam pego o filme. O que fazer então? Ora, roubar o cobiçado rolo dos pilantras e dar no pé. Tal qual um trombadinha amador, nosso agora nada galante defensor, corre com seu furto em mãos quando é facilmente alvejado (Na cabeça! Na cabeça!) no ombro (ah...) pelos seus inimigos. Acordando a tempo de não ser atropelado por um trem ele segue a pista dos marines. Fica outra dúvida : Quem é mais incompetente? O herói, incapaz de nocautear dois insignificantes bandidos? Eles, incapazes de acertar num órgão vital, um homem com uma roupa berrante, em um tiro quase à queima roupa...Ou o maquinista, que não acelerou o trem o suficiente para encerrar essa palhaçada por ali mesmo?
Mas voltando ao mistério dos Marines, um deles é, coincidentemente, Fleming, um ex-professor de Parker, que vive sob nova identidade. Ele tem em mãos uma carta escrita por um colega seu, que confessa ser o verdadeiro traidor. Carta esta que pode inocentar o ministro. A princípio relutante, ele concorda em viajar com Parker e Emily a Hong Kong a fim de esclarecer as coisas e limpar o seu nome e o de Chan.
Férias Filmadas
O que se vê em seguida são intermináveis seqüências de documentário, bem ao estilo Globo Repórter, onde vemos nossos amigos passeando numa boa por templos, ruas e praças de Hog Kong, dando toda a bandeira para que os vilões venham ao seu encalço. E é justamente o que acontece numa esteriotipada feira, onde o Professor é seqüestrado enquanto seus seguranças fingem que lutam caratê com os capangas nativos de Zeda. Segue-se a mais monótona perseguição de lancha jamais vista. Acontece que o motor do barquinho de nosso herói quebra e ele perde o professor de vista.
Mas como aprendeu um truque ou dois durante a série, ele pôs um rastreador no bolso de Fleming. Parker e Emily seguem de helicóptero o sinal até o interior, onde ele é levado até um templo típico chinês.
Eis que nosso herói entra em ação e desce a teia em dois sentinelas kung fu. Afinal, pra quê sujar as mãos? Pensamento semelhante devem ter tido os bandidos que tranqüilamente o acertam com um dardo e lhe dão as costas com indiferença. Afinal, que maneira melhor de se lidar com um maluco fantasiado do que deixá-lo morrer afogado bem longe deles? Detalhe: dá para ver nitidamente o fio que conduz o dardo até o braço de nosso amigo mascarado. E pior: ele reage ao tiro antes do dardo atingí-lo... Seria o sentido de aranha lembrando que existe?
Mas voltando ao que interessa, salvo por pescadores, nosso inepto herói é levado por Emily até um acunpunturista que o desmascara diante da estupefata moçoila. Oh, será que ela ainda achava coincidência que o Homem-Aranha estivesse em Hong Kong???
Nem Um Pouco a Fim de Briga
Refeito, o incansável herói corre para resgatar o professor no alto de um arranha-céu, onde fica o escritório de Zeda. Lá chegando, encontra novo capanga-kung-fu e desce a teia no infeliz. Ao encarar mais dois, provavelmente indignado com a qualidade dos adversários disponíveis e se negando a brigar com alguém melhor do que ele, o Aranha se vale mais uma vez de sua redinha esperta para pôr os chineses fora de ação. Mas ainda resta um sósia fajuto de Bruce Lee para encarar. E após meia dúzia de solavancos, a divina teia intervém novamente em favor do paladino americano. Afinal, ficava feio arriscar uma surra logo no último episódio da série. E o cachê nem devia ser tão bom para arriscar algo assim.
Galantemente o Aranha pula de trás de uma cortina e desliza de barriga (?!) numa mesa, atingindo o último capanga de Zeda, que é nocauteado com uma pancada de porta. Livre, o Professor registra seu espanto:
_Homem-Aranha, não sabia que trabalhava fora de Nova York!
Santo Deus! Será que ninguém suspeita da coincidência de Parker, o fotógrafo exclusivo do Aranha, estar ao mesmo tempo que ele em Hong Kong?
Mas como exigir coerência num filme desses é apelar demais, o melhor é deixar claro que os vilões foram presos e que Emily prometeu não revelar o segredo de Peter a ninguém. Além de trocar um singelo beijo no mocinho na despedida do aeroporto, claro. Afinal, ela decidiu ficar na China. E o seu tio? Bem, ele nem mais é citado na história. Sabe Deus se morreu ou se o professor ajudou a inocentá-lo. Este por sua vez, também nem dá as caras na plataforma de embarque. Ah, como faz falta um roteirista...
Mas afinal, qual era o tal desafio do Dragão no título? Quem era o tal dragão ? Ora, caro leitor, dragão é no que se transformou o irado espectador ao fim da fita. E o desafio, meu caro, é ter sobrevivido a tamanha barbaridade até o fim. E foi o fim mesmo para as televisivas aventuras de Nicholas Hammond como escalador de paredes.
Curiosidades:
1. O mariner que dá dicas a Parker no início do filme é interpretado por Ted Danson, hoje mais famosos pelo filme Três Solteirões e um Bebê e por seu seriado.
2. Rosalind Chao, que interpretou Emily, é rosto conhecido dos fã de duas séries de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração e Deep Space nine, onde interpretou Keiko OBrien, a esposa do engenheiro da Enterprise.