O Urso, ou The Bear, foi uma das séries que entrou tímida no catálogo do Star+, mas conquistou o público e recebeu elogios da crítica. Não se engane achando que a primeira temporada, com apenas oito episódios de 30 minutos cada, seja algo despretensioso; a trama é daquelas que vai te prender do começo ao fim e te deixar com o coração na boca.
Com uma segunda temporada confirmada, O Urso é de longe uma das grandes séries a que você precisa assistir. Veja os motivos:
Uma grande panela de pressão
FX/Divulgação
A trama acompanha Carmen Berzatto (Jeremy Allen White), um renomado chefe de um dos maiores restaurantes do mundo que sai de Nova York e retorna para Chicago, sua terra natal, para lidar com uma lanchonete deixada por Michael, seu irmão, em seu testamento. Nesse ambiente familiar, Carmen precisa encarar os desafios de administrar a desordem do lugar com dívidas, funcionários desalinhados, cozinha caindo aos pedaços e falta de suprimentos, enquanto ele e os personagens sofrem com a morte inesperada e as mudanças que chegam.
Logo no começo do primeiro episódio, O Urso nos apresenta a grande panela de pressão que é: caótica, barulhenta, dinâmica e volátil. Você sente que a qualquer momento haverá uma explosão devido aos conflitos que estão presentes e os novos que vão surgindo, o que é um ingrediente extra que nos deixa vidrado para saber o que vai acontecer.
Elenco envolvente
FX/Divulgação
Os cozinheiros que trabalham no restaurante são ímpares: Richie (Ebon Moss-Bachrach) era quem administrava o lugar antes e age de forma estúpida e mais atrapalha do que ajuda; a jovem aspirante Sydney Adamu (Ayo Edebiri) tem grandes planos, mas a pouca experiência acaba dificultando sua performance; Marcus (Lionel Boyce) é um confeiteiro tímido que busca fazer o melhor, e Tina (Liza Colón-Zayas) é uma veterana do lugar que se recusa a receber ordens do novo chefe.
Apesar das divergências que geram atritos, a série consegue construir ligações entre os personagens de forma orgânica e única. Eles são complexos, e carregam um quê de humanidade que faz despertar tanto raiva quanto afeto.
Há dois episódios que merecem a atenção: o sétimo que é quase um plano-sequência impecável que mostra um acontecimento inesperado e coloca à prova a atuação do elenco e sua química - além de um deslumbre de direção e fotografia. E o oitavo e último, em que o protagonista tem um monólogo de quase sete minutos que deve colocar White para concorrer ao Emmy ou outras premiações.
Temática vasta
FX/Divulgação
O Urso vai além de retratar o universo da gastronomia de Ratatouille ou a busca estafa pela perfeição como em Whiplash (2014). Ela fala sobre luto, família (a de sangue e a além da biológica), esgotamento, compaixão, companheirismo… É tudo isso e mais um pouco.
A série não tem nada de extraordinário de sua temática comparada a outras grandes produções que marcaram o ano como os fantasiosos O Senhor dos Anéis: Os Anéis dos Poder, A Casa do Dragão ou Sandman. É simples, porém, bem executada, o que a torna visceral e marcante por si só.
Dirigido por Christopher Storer (Oitava Série), a dramédia consegue dosar os momentos de tensão e humor, sendo um prato cheio para quem assiste.