Helena Barreto/Globo/Divulgação

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Sessão de Terapia: Às vezes até câmera chora no set, diz Selton Mello

Clima no set da nova temporada da série do Globoplay era de envolvimento puro, diz astro e diretor

07.06.2021, às 10H58.

Não são só os espectadores que se emocionam com as histórias de Sessão de Terapia. Segundo o astro e diretor da série do Globoplay, Selton Mello, até o pessoal dos bastidores se envolve e chora com os diálogos entre o terapeuta Caio e seus pacientes.

Com a chegada dos primeiros episódios da quinta temporada da série ao Globoplay, na última sexta (4), o Omelete acompanhou uma coletiva com Selton, o produtor Roberto D'Avila e a roteirista Jaqueline Vargas para falar da nova fase. Da conversa, ficou a impressão que Sessão de Terapia é um projeto único.

"O cara do som, o maquinista, eles se envolvem, todos têm um envolvimento emocional com a série. Às vezes a cena corta e o câmera está chorando. Taí grande parte do segredo de ela continuar viva, pulsante, seguindo, levando reflexão e entretenimento de altíssima qualidade, deixando o público se ver nos pacientes", comentou Selton.

Roberto D'Avila, por sua vez, lamentou que a pandemia do coronavírus tenha impedido visitas da imprensa às gravações. "A gente que faz um pouco de tudo - cinema, TV, teatro - [sabe que] o set de filmagens muitas vezes é uma coisa movimentada, barulhenta. Na Sessão de Terapia, eu costumo dizer que o estúdio é um templo", disse.

Ele ainda explicou que, por se basear apenas em diálogos entre os atores, a série exige um silêncio maior da equipe de bastidores, já que qualquer ruído pode atrapalhar a cena. "Quando as pessoas percebem isso, em um primeiro momento olham com curiosidade, mas aos poucos vão abraçando", comentou.

"Mais do que uma série, uma missão"

Os responsáveis por Sessão de Terapia reconhecem que, em tempos de pandemia, a série se mostrou mais socialmente relevante do que nunca - mas o seu objetivo não mudou desde a concepção. "Mais do que uma série, é uma missão. Óbvio que isso acentuou agora, mas desde a primeira temporada nós vemos isso, de desmistificar a terapia, que não é só 'coisa de maluco'", definiu Roberto.

Para Jaqueline, a produção tem a capacidade de levar ao consultório de terapia pessoas que nunca nem entraram neste ambiente na vida real. "Mesmo que seja na pele do personagem, desmistifica um pouco. O ideal é que terapia esteja ao alcance de todos, porque no fim o seu problema pode ter até uma solução mais simples do que você imagina", comentou ela.

Selton foi quem colocou essa "missão" em termos mais simples: "É uma série que fala de cura, do processo de cura. Uns estão mais perto, outros nem tanto. Acho que todos os personagens acendem alguma coisa no público que eles pensam: ‘Isso aqui sou eu’. Daí eles veem a condução do caso. As pessoas fazem terapia ao mesmo tempo [em que assistem]."

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"Não falamos de pandemia, e sim do indivíduo"

Apesar dos impactos da covid-19 serem sentidos na quinta temporada, a equipe tentou não fazer da pandemia o assunto central da série. "A pandemia está no topo da mente, mas está todo mundo ‘por aqui’ de ouvir esse assunto. Então, você vai ver uma série sobre a pandemia? Não, não estamos falando sobre a pandemia, estamos falando sobre o indivíduo", apontou Roberto.

Selton admitiu, no entanto, que Sessão de Terapia teve sorte em termos de facilidade para seguir os protocolos de proteção contra o coronavírus nas filmagens. "A série nasceu protocolar: duas pessoas em distanciamento, dentro de uma sala, falando", comentou.

Uma das novas pacientes de Caio, Lídia (Miwa Yanagizawa), é uma enfermeira da linha de frente. "No caso dela, isso [da pandemia] está mais presente, porque ela vem dessa situação, desse ambiente. Quando está todo mundo dentro de um carro, quem dirige presta mais atenção", disse Jaqueline.

"No entanto, tentamos não sobrecarregar, porque é uma coisa passageira. A situação que temos agora é atípica, mas as situações dos pacientes são coisas que podem acontecer em qualquer momento", completou.