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Funcionário da Globo e político: 5 curiosidades sobre a vida de Silvio Santos

Empresário morreu neste sábado aos 93 anos

17.08.2024, às 11H52.

Silvio Santos foi dono de uma das trajetórias mais insólitas da história da televisão brasileira. O apresentador, morte neste sábado (17) aos 93 anos, trabalhou na concorrente Globo e até saiu como candidato a presidente durante as quase sete décadas que trabalhou como comunicador.

Veja abaixo cinco curiosidades sobre a vida de Silvio Santos.

Silvio Santos camelô

Nascido em 1930 com o nome Senor Abravanel, o apresentador começou a carreira como camelô aos 14 anos de idade. Depois de uma passagem pela loja de suvenires do pai, Alberto Abravanel, Silvio passou vários dias vendendo canetas e capinhas para título de eleitor.

Uma lenda não confirmada e muito alardeada diz que o empresário nesta época teria sido abordado por um fiscal da prefeitura, que o indicou para um teste na rádio depois de ouvir a sua voz. Essa história é muitas vezes associada ao início de Silvio Santos na comunicação.

Passagem pela Globo

Depois da rádio, Silvio Santos começou na televisão em 1961, na TV Paulista. O canal depois foi comprado pela Globo da família Marinho, e o apresentador seguiu no quadro da emissora até conseguir a concessão para o SBT em 1981.

Silvio tinha uma boa relação com Roberto Marinho. O dono chegou a pedir que ele continuasse na Globo por mais cinco anos na época da fundação do SBT, além de ter renovado o seu contrato nos anos 1970, quando Walter Clark e Boni remodelaram o canal e quiseram o apresentador demitido.

Silvio para presidente?

Silvio Santos saiu candidato político em algumas ocasiões. A mais famosa delas foi em 1989, quando o apresentador foi escolhido pré-candidato à presidente do Partido Municipalista Brasileiro há 15 dias do pleito. A candidatura foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral por não cumprir com determinadas exigências.

Ele também foi candidato à prefeitura de São Paulo em 1988 e convidado a disputar as eleições do governo do estado em 1990.

Silvio nunca venceu um pleito, mas gostava de se manter próximo dos governos em exercício. Na sua fundação, o SBT exibia o programa Semana do Presidente, que destacava o trabalho da ditadura militar. Mais recentemente, o apresentador elogiou Jair Bolsonaro, desejando ao ex-presidente um mandato de oito anos.

O sequestro de Patrícia Abravanel

Um dos casos mais conhecidos da vida de Silvio Santos aconteceu em 2001, quando Patrícia Abravanel, sua filha e sucessora no SBT, foi sequestrada. O caso terminou na casa do apresentador em 30 de agosto, quando ele e a família viraram reféns por sete horas de Fernando Dutra Pinto.

A situação foi tão delicada que o então governador Geraldo Alckmin foi até a casa de Silvio negociar com o sequestrador, oferecendo segurança e garantia de vida a ele em troca da liberdade dos reféns. Patrícia foi solta após o pagamento de R$ 500 mil, mas Fernando e seus cúmplices acabariam presos.

Em outra lenda bastante alardeada no público, Silvio Santos teria convencido o sequestrador a libertá-lo e a adquirir um Bau da Felicidade durante a invasão à sua casa.

Mandos e desmandos no SBT

A mão de ferro de Silvio Santos marcou a trajetória do SBT, que por um bom tempo foi o segundo canal de televisão mais visto do país. O empresário inventava e cancelava programas do dia para a noite, sempre testando novos formatos e apresentadores, além de demitir funcionários de maneira repentina.

Entre os caso mais famosos, Silvio inventou a Casa dos Artistas para bater de frente com o Big Brother Brasil da Globo; mudou inúmeras vezes o horário do extinto programa de Serginho Groisman no canal; e apostou em Dudu Camargo, então com 18 anos, para apresentar um telejornal da casa.

O lado caótico do SBT era tamanho uma época que rendeu o apelido de "Silvio Brincando de Televisão" entre os funcionários em diversas ocasiões.