Depois da introdução do universo e desvios em episódios focados em Frank, Bill, Kathleen, Henry e Sam, The Last of Us retornou esta semana com o episódio “Kin”, que inicia com um salto temporal para deixar tramas paralelas para trás e focar de vez em seu assunto central: Joel e Ellie. Com um capítulo bem equilibrado entre eventos importantes - incluindo um dos mais esperados desde o começo da temporada - e aprofundamentos emocionais, The Last of Us parece ter dado o pontapé na reta final da temporada.
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Começamos com Joel e Ellie, três meses após a morte de Henry e Sam, chegando à casa de habitantes do norte, um lugar remoto e congelante. Junto ao casal simpático mas desconfiado, os protagonistas conseguem ter uma noção maior de onde estão exatamente e uma ideia de como seguir procurando Tommy. Nada incrivelmente relevante aqui, até que Joel começa sentir dores no peito, assustando Ellie e dando indícios de um problema sério de saúde.
Seguindo seu caminho, Ellie e Joel são abordados por um grupo de pessoas a cavalo, ameaçador a princípio, que chega a assustar os protagonistas com um cão farejador que, por mais que tenha rosnado para Ellie, não percebe a infecção inativa na garota. Uma das pessoas a cavalo percebe algo em Joel, e quando ele informa estar procurando seu irmão Tommy, o grupo leva os dois para a comuna de Jackson, onde os dois irmãos finalmente se reencontram.
Em um clima à la The Walking Dead, The Last of Us introduz a pequena cidade western, o melhor abrigo do apocalipse que a série da HBO já apresentou desde seu começo. Aqui, os habitantes conseguiram instalar e utilizar eletricidade, ocupam casas confortáveis e têm comida e bares de verdade - até cinema. Neste cenário, Maria - que revela ser esposa de Tommy e estar grávida de seu filho - começa a criar um laço com Ellie enquanto Joel revela ao irmão sua condição física. São duas conversas paralelas igualmente importantes: enquanto Maria acaba revelando para Ellie que Joel tinha uma filha, Sarah, Joel explica a importância da imunidade de Ellie. Na conversa, o personagem de Pedro Pascal revela suas intenções principais: entregá-la ao irmão, para que ele possa continuar a viagem até os Vagalumes. Joel, segundo o próprio, está fraco demais para seguir, ficando surdo, e se vê fracassando na jornada.
Reticente, Tommy não aceita a proposta, mas Joel conta da morte de Tess e pede para que ele cumpra o pedido dela, para compensar por todas as mortes que causaram no misterioso passado dos dois. E quando Tommy aceita, The Last of Us parte para o confronto mais importante entre Joel e Ellie.
Isso porque desde o reencontro entre Tommy e Joel, Ellie se mostra hesitante com o que será de seu futuro, e através de uma sempre ótima Bella Ramsey, a personagem parece perceber as incertezas de Joel. Em uma conversa sincera, Ellie diz que quer continuar com ele como sua dupla, e que “ela não é como Sarah”. Joel é bruto, responde que ela não sabe o que é perder alguém, e a garota se abre, dizendo que já perdeu todos na vida - até conhecer Joel. A conversa termina de modo cortante, com Joel se recusando a tomar um papel paterno. O acordo final é estabelecido: na madrugada, Joel iria embora e Ellie partiria com Tommy.
Encaramos então a dúvida se esta seria a separação entre os protagonistas até alguns segundos depois, quando Joel encontra os dois no celeiro e pede para que Ellie decida com quem prefere ir. Sem nem piscar, a garota fala “vamos” para Joel e seguimos a estrada novamente com os dois, montados a cavalo, em rumo à Universidade onde os Vagalumes se concentram, o suposto destino final da jornada de Ellie.
Aí, então, The Last of Us mostra Joel se abrindo mais para Ellie, em cenas em que ele a ensina a atirar, e finalmente se abre sobre o seu passado, falando com tranquilidade sobre o seu trabalho como empreiteiro, até que a dupla chega ao campus universitário com símbolos dos Vagalumes. Rapidamente, no entanto, audiência e personagens percebem que não há ninguém ali, e os manifestantes parecem ter abandonado o posto. Talvez para se afastar do frio ou algum outro problema, pondera Joel.
A reta final do episódio acelera no momento em que os dois percebem que sua presença foi notada por um grupo de indivíduos estranhos, que ronda pelo lugar. Fugindo rapidamente em direção ao cavalo, a dupla é alcançada por um dos estranhos, que acaba morto por Joel em uma briga intensa. Assim que vemos o atacante caído, no entanto, ele e Ellie percebem que Joel foi esfaqueado - e apresenta uma ferida profunda em seu abdômen. A garota consegue ajudá-lo a subir no cavalo e os dois fogem de outros atacantes, mas o episódio termina em um momento triste, com Joel absolutamente pálido, aparentemente moribundo, e Ellie expondo suas incertezas em continuar sozinha.
“Kin” foi um episódio completo de The Last of Us, um que soube equilibrar humor com tensão e acontecimento com desenvolvimento de nossos personagens. Com o estado de saúde de Joel incerto e uma relação mais estreita entre os dois protagonistas, resta saber agora qual será o destino da dupla, já que o posto dos Vagalumes não estava onde foi prometido.