Seu nome pode ser difícil de ser dito e praticamente impossível de ser soletrado, mas Genndy Tartakovsky é uma figura conhecida de quem curte desenhos animados. Foi ele que critou Laboratório de Dexter, Samurai Jack e a primeira animação da série Star Wars: Clone Wars, aquela que foi exibido e é ambientada entre os episódios II e III da saga de George Lucas. Agora ele está de volta, estreando no Brasil neste domingo, 8 de maio, às 18h, o desenho animado Titã Simbiônico.
Titã Simbiônico
Titã Simbiônico
Titã Simbiônico
Para promover o lançamento, convidamos nosso amigo e cozinheiro de longa data Fábio Yabu para fazer umas perguntas por email ao Tartakovsky.
Na série, Ilana é a princesa herdeira de um planeta, mas seu pai foi deposto pelo General Medula. Porém, prevendo isso, o rei a envia para a Terra sob a proteção de Lance, um soldado rebelde, e Octus, um androide. Equipados com armaduras que aumentam sua força, o trio se disfarça de estudantes e enfrenta as picuinhas da escola. Mas, o general não desiste e, quando atacados, os três se unem para formar uma unidade de defesa chamada Titã.
Além da óbvia influência do anime do passado, qual trabalho influenciou o Titã Simbiônico?
Genndy Tartakovsky - A maior influência foram os filmes de John Hughes, como Gatinhas e Gatões, Clube dos Cinco e Férias Frustradas. O modo com que ele tratava os personagens e situações foi de grande inspiração no nosso enredo.
Seus fãs assistiram a O Laboratório de Dexter quando eram crianças, agora, alguns deles já têm filhos e você tem apenas 41 anos. Como você se sente tendo a capacidade de influenciar duas gerações sendo assim tão novo?
Eu acho que é ótimo! Eu amo quando converso com adultos que me dizem que cresceram assistindo ao Laboratório de Dexter. Nós tínhamos algumas crianças na nossa equipe e Dexter era o programa favorito delas.
Já há algum tempo, a programação infantil e infanto-juvenil abriu mais espaço para sitcoms em live-action como Hannah Montana e iCarly. Você acha que a programação disponível para crianças está diminuindo?
Não, eu acho que está apenas se ajustando ao gosto das pessoas. De tempos em tempos o mercado muda, mas sempre haverá lugar para animações.
Nos últimos dois anos vimos franquias como a Moranguinho, Transformers e Batman do Futuro crescerem. A companhia de brinquedos Hasbro lançou um canal (Hub) nos EUA dedicado apenas para esse tipo de propriedade ao invés de novas ideias e personagens. Você acha que ainda há espaço comercial para novas ideias?
Tem sim, mas é claro que novas ideias são bem mais arriscadas e animação televisiva é um negócio. A maioria dos empresários prefere tomar um caminho mais seguro do que o arriscado. Para mim e para a história, o caminho arriscado traz mais recompensas. Por um lado, as emissoras estão investindo em personagens já conhecidos, mas por outro lado, a distribuição digital permitiu que a criação de animações seja mais fácil e mais barata.
Você acha que o próximo Dexter ou Meninas Poderosas pode ser feito por alguém no YouTube?
Definitivamente sim. Se eu tivesse 21 anos, eu estaria fazendo exatamente isso. Existe tanta oportunidade para a criatividade na internet. As ferramentas para fazer animações permitem que você faça um filme bem profissional no computador de casa hoje em dia.
Você trabalhou em Clone Wars e Homem de Ferro 2. Você tem planos de trabalhar novamente com franquias famosas?
Não. Por mais que eu tenha gostado desses projetos, se eu tiver que escolher, eu prefiro criar algo original.
Como está a adaptação de Samurai Jack?
Ainda está em desenvolvimento. Filmes levam um bom tempo apenas para sair do zero.