Depois de muita chuva, o público do último dia do SWU 2011 finalmente percebeu o poder dos elementos naturais, mas não por culpa das mensagens ecológicas passadas a cada minuto nos telões. A culpa foi da água e da terra, que se aglomeraram em forma de lama, fazendo com que as pessoas deixassem de lado a preocupação com objetos mundanos, como sapatos e meias, para se focar na música ora melódica, ora bizarra do Faith No More.
Mike Patton
Em um show que começou de forma inesperada, graças a presença de um poeta pernambucano no palco (que declamou das suas e contou sua história de vida), logo Mike Patton e companhia apareceram trajando branco em um palco idem, rodeado de flores e tematizado como um espaço de candomblé.
Entre frases em um português quase fluente, que iam além do costumaz "boa noite" e "obrigado", tradicionalmente decorados por artistas gringos, Mike Patton soltou gritos, sussuros e incitou longos coros de palavras de baixo calão na língua de Camões. Com uma presença de palco fora do comum, o Faith No More apresentou sons como "Easy", "Epic", "Evidence", "Midlife Crisis" e "Cuckoo for Caca", entre tantas outras, sempre acompanhado por um coro, que geralmente vinha da plateia, mas que em dado momento veio do palco.
Isso porque Patton chamou um coral de meninas de Heliópolis, com quem se apresentou no Rock in Rio, para cantar em "Just a Man". Após um longo show que foi (possívelmente) o melhor dos três dias de festival, muita gente pode reclamar que faltaram clássicos da banda (que possui seis álbuns de estúdio e costuma agradar os fãs com covers bem selecionados), mas isso deve ser culpa de Mike Patton e seu senso de humor sádico.