O show de Chris Cornell no SWU 2011 começou com algum estranhamento por parte do público. Primeiro, porque as atrações anteriores, Tedeschi Trucks Band e Ultraje a Rigor, inverteram o horário de suas apresentações e um número elevado de pessoas esperava o vocalista do Soundgarden no palco errado. Depois, por conta dos cabelos longos e barba farta do cantor, diferentes das fotos de divulgação usuais.
Chris Cornell
Cornell se apresentou sozinho no palco, somente com violão em punhos. Embora aparente estar à vontade diante de milhares de pessoas e mantenha controle da situação, o formato um tanto simples de suas músicas pede por uma banda completa. Talvez por isso, em uma das pausas entre as primeiras canções, tenha agradecido os aplausos e prometido que o Soundgarden também viria ao Brasil, e não apenas "um cara com um violão estúpido".
Vale ressaltar que a presença de apenas um cara e um violão no palco pedia uma sensibilidade dos organizadores da "Tenda Heineken Greenspace", dedicada à música eletrônica. O som das batidas alcançava em alto volume os espectadores de Chris Cornell. Além do vazamento, as caixas de som ficaram "estouradas" em alguns momentos e, em "Like a Stone", chegaram a parar de funcionar por um breve momento.
A apresentação intimista não teve uma resposta enorme do público até a chegada dos hits consagrados do Audioslave e Soundgarden. Em "Black Hole Sun", o cantor elogiou o canto da plateia. Antes de sua versão acústica para "Billie Jean", de Michael Jackson, disse que a música havia sido roubada dele por Quincy Jones.
Em "Hunger Strike", com a participação do guitarrista Alain Johannes, Chris Cornell entregou a seu público o que este queria. O silêncio contemplativo e compenetrado de quem ouvia foi substituído por vozes em coro e sorrisos emocionados, nostálgicos pelos anos 90.
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Fotos: Ricardo Ferreira