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Os 30 melhores filmes de vampiro para assistir - e onde

No mês de lançamento de Pecadores, de Ryan Coogler, Omelete escolhe os melhores sanguessugas do cinema

30.04.2025, às 15H54.

Ah, os vampiros... se desde meados do século XIX as criaturas noturnas sanguessugas têm assombrado as páginas da literatura, no cinema eles também se tornaram presença carimbada já nos primórdios dessa forma de arte. E a fascinação pelos vampiros não dimiuiu com o passar dos anos - e décadas, e séculos -, como exemplifica bem o novo Pecadoresque apresenta a visão de Ryan CooglerMichael B. Jordan sobre a mitologia vampiresca.

Aproveitando o hype da produção, que chega em 17 de abril aos cinemas brasileiros, o Omelete se juntou para falar de 30 outros filmes que nos apresentaram os vampiros mais inesquecíveis da tela grande - e dizer onde você pode assisti-los, é claro. Vem com a gente para essa aventura noturna?

NOTA: A lista a seguir será atualizada diariamente durante o mês de abril, com um novo filme por dia.

Drácula (1931)

Cena de Drácula (Reprodução)

Onde ver: Disponível para streaming no LookeOldflix.

Simplesmente não existe imagem mais emblemática do vampirismo no cinema do que Bela Lugosi descendo as escadas sombrias de seu castelo, candelabro em mãos, para se encontrar pela primeira vez com o incauto John Harker (David Manners), que não faz ideia de como sua vida está prestes a virar de cabeça para baixo. Visto hoje, o longa de Tod Browning que trouxe o clássico literário de Bram Stoker para os cinemas hollywoodianos, e de quebra começou uma franquia ultralucrativa para a Universal, retém uma qualidade sinistra e arrepiante que a grande maioria dos filmes de horror de sua época perderam há muito tempo. Os efeitos podem ser capengas, e a performance rígida de Lugosi pode ter sido parodiada mil vezes desde então, mas o feitiço sombrio de Drácula permanece misteriosamente intacto. - Caio Coletti

O Conde (2023)

Cena de O Conde (Reprodução)

Onde ver: Disponível para streaming na Netflix.

O ditador chileno Augusto Pinochet (Jaime Vadell) é um vampiro centenário que finge a própria morte após ser deposto e se “aposentou” em uma fazenda remota, onde vive cercado de familiares interesseiros e um mordomo cruel. A premissa do longa de Pablo Larraín pode parecer dada à sátira, mas a tom de O Conde é mais amargo do que ácido - uma expiação dos pecados do autoritarismo através de ironia, sim, mas também de uma condenação eloquente da resiliência que as ideias de ditadores à la Pinochet demonstram quando figuras como ele não são propriamente punidas por seus crimes. Fotografado em assombroso preto e branco por Edward Lachman (indicado ao Oscar pelo trabalho), o filme de Larraín se destaca entre as muitas paródias vampíricas que surgiram com o passar das décadas justamente por esconder, como uma surpresa desagradável, o sinistro e o socialmente relevante de sua comédia. - Caio Coletti

Um Drink no Inferno (1996)

Cena de Um Drink no Inferno (Reprodução)

Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video e Apple TV.

Podemos resumir Um Drink no Inferno como um filme de Quentin Tarantino que tem tudo dele, da história insana do roteiro à violência gráfica, menos a direção. O cineasta emprestou suas palavras para que o amigo Robert Rodriguez dirigisse um dos filmes mais insanos dos anos 1990, e que ajudou a colocar George Clooney como um dos principais nomes de Hollywood. Tem luta, sangue, vampiros estilosos e mortes grotescas - uma verdadeira salada de tudo que habita a mente lúdica do diretor de Pulp Fiction. É realmente imperdível! - André Zuliani

Byzantium (2012)

Cena de Byzantium (Reprodução)

Onde ver: Disponível somente mídia física.

Quase trinta anos depois de trazer os sanguessugas para a beirada do século XX com o seu Entrevista Com o Vampiro (que, spoiler, vai aparecer mais tarde nessa lista), o cineasta irlandês Neil Jordan voltou ao gênero com este Byzantium - um banho de sangue cheio de estilo, atmosfera e melancolia. Aqui, uma dupla de vampiras centenárias, vividas por Gemma ArtertonSaoirse Ronan (no auge do seu charme misterioso de estrela cult adolescente), chegam a uma cidadezinha costeira caindo aos pedaços, onde o seu segredo lentamente vem à tona. Intenso, mas meticuloso ao ponto de ser algo barroco, Byzantium é um feitiço difícil de resistir. - Caio Coletti

Crepúsculo (2008)

Divulgação

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

Em 2025, é impossível falar sobre filmes de vampiro sem falar de Crepúsculo. A adaptação da saga de sucesso de Stephenie Meyer divide MUITO as opiniões, mas não dá pra negar o impacto que teve no final dos anos 2000. Crepúsculo trouxe os vampiros que brilham, os vampiros "vegetarianos" que não bebem sangue humano, a estética azulada, a trilha sonora perfeita e ainda serviu para impulsionar o talento de Robert Pattinson e Kristen Stewart para muito além da saga. - Bruna Nobrega

Blade: O Caçador de Vampiros (1998)

Divulgação

Onde ver: Disponível para streaming na Max.

A medida que, cada vez mais parece que a encarnação do personagem em Deadpool & Wolverine estava certo ao afirmar que ele seria o único, vale a pena que o primeiro filme de Wesley Snipes como Blade vem dois anos antes daquele que é o marco nos filmes de heróis, o primeiro X-Men, de Bryan Singer. O filme de 1998 tem um visual ainda inspirado pelo O Corvo, de Brandon Lee, misturado com os filmes de artes marciais do próprio Snipes na década de 1990 e bastante sangue. Divertida, a produção ficou ainda melhor depois do lançamento da continuação, dirigida por Guillermo Del Toro, que traz toda a qualidade técnica na criação dos monstros. Blade 2 ainda tem Norman Reedus, Ron Perlman e Donnie Yen no elenco. Já o terceiro, Blade Trinity, com Ryan Reynolds e Jessica Biel… bom, melhor voltar e ver os dois primeiros de novo. - Alexandre Almeida

Nosferatu (1922)

Reprodução

Onde ver: Disponível para streaming no Plex (gratuito), YouTube (gratuito) e Belas Artes à La Carte.

Com mais de 100 anos, o Nosferatu original de F.W. Murnau segue um documento revolucionário. Seja na concepção do expressionismo gótico que enriquecia o cinema da Alemanha pré-Segunda Guerra, ou no seu entendimento de que o vampirismo sempre vem acompanhado de uma carga simbólica – aqui, a peste que se arrasta com o Conde Orlok conforme ele se dirige a Ellen. Assista ao filme, porém, e você verá que, como Orlok, ele persiste vivo. Nosferatu (1922) é um banquete cinematográfico, que com efeitos surpreendentemente duradouros e um visual inesquecível para seu vampiro central, segue impressionante anos depois. - Guilherme Jacobs

Anjos da Noite (2003)

Divulgação

Onde ver: Disponível na Max e Prime Video.

A franquia Anjos da Noite não é uma das mais aclamadas do universo vampiresco, mas certamente é uma das mais queridas por quem assistiu. Trazendo vampiros e lobisomens para a nossa era, o filme traz uma trama secular sobre a influência dessas criaturas na humanidade. Confira a sinopse do filme de Len Wiseman: os vampiros mantêm uma batalha e uma antiga rivalidade com um grupo de lobisomens. Quando um estudante de medicina mortal é ameaçado, uma vampira tenta protegê-lo e evitar que uma nova raça híbrida seja criada. — Pedro Henrique Ribeiro

Hotel Transilvânia (2012)

Sony Pictures Animation

Onde ver: Disponível para streaming na Netflix.

Os vampiros também estão nas animações e Hotel Transilvânia é um ótimo exemplo. Apesar de ser mais voltado ao público infantil, o longa é divertido para todos os públicos ao contar a história de Mavis (Selena Gomez), a filha do Conde Drácula (Adam Sandler) que, entre tantas opções, se apaixona por Jonathan (Andy Samberg)... um humano.  A animação é fofa e a comédia aparece na pegada certa, tanto é que rendeu várias continuações e até o anúncio de uma série! - Bruna Nobrega

Guardiões da Noite (2004)

Cena de Guardiões da Noite (Reprodução)

Onde ver: Disponível somente em mídia física.

Bem humorado, super produzido e inovador em sua mitologia, Guardiões da Noite virou um fenômeno inesperado em 2004, ultrapassando os limites de sua Rússia natal e lançando a carreira de Timur Bekmambetov (O Procurado) na direção de Hollywood. Revê-lo hoje em dia, com sua história de vampiros e seres sobrenaturais diurnos engajados em uma guerra cósmica na qual Anton (Konstantin Khabensky) se torna peça-chave, é valorizar ainda mais sua direção estilizada, sua construção de mundo cuidadosa e sua grandiosidade descarada nas cenas de ação. Hollywood não fazia filmes assim em 2004, e continua não fazendo - se você quer um filme de vampiro realmente surpreendente, essa é a pedida certa (e de quebra a continuação, Guardiões do Dia, mantém o nível do original!). - Caio Coletti

Deixe Ela Entrar (2008)

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Vampiros não são as únicas criaturas que habitam nas sombras. Procure pelos cantos da existência, e você vai se deparar com pessoas abandonadas, excluídas e vulneráveis. O primoroso drama sueco Deixe Ela Entrar reconhece que isso nunca é mais verdade do que com crianças, e consequentemente, encontra nelas o ambiente perfeito para discutir a necessidade por companhia e amizade. Quando Oscar (Kåre Hedebrant) e Eli (Lina Leandersson) se unem, o filme de Tomas Alfredson ganha uma qualidade agridoce, que define e altera todos os movimentos da história a seguir, culminando no momento em que a diferença entre os dois é pontuada de maneira sangrenta, triunfante e assustadora. A cena da piscina seria inesquecível de qualquer forma, mas a construção do relacionamento que leva os dois até aquele lugar a torna imperativa. O filme está todo ali. - Guilherme Jacobs

Entrevista com o Vampiro (1994)

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Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video e Apple TV.

Poucas vezes duas visões artísticas se transformaram mutuamente de maneira tão graciosa quanto em Entrevista com o Vampiro, a primeira adaptação para o cinema dos livros de Anne Rice que ressuscitaram a popularidade das criaturas noturnas no final do século XX. O cineasta irlandês Neil Jordan, então vindo do sucesso do seu politicamente carregado Traídos Pelo Desejo (1992), moldou o relacionamento homoafetivo tóxico que define a visão de vampiros poderosos e machucados de Rice em um conto de terror obstinadamente barroco, e terrivelmente romântico. O Lestat lânguido de Tom Cruise mudaria o imaginário popular ao redor do personagem para sempre, perpetuando-o como um violento sedutor, um monstro que nunca desiste de te conquistar. A série de 2022 deve muito ao filme de Jordan - ela o usa como trampolim para mostrar o que mais se esconde por trás das criações ressentidas de Rice. - Caio Coletti

Nosferatu (2024)

Divulgação

Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video e Apple TV.

Não é à toa que existem tantos filmes de vampiro mirados no público teen: os sanguessugas são, essencialmente, adolescentes eternos. Não que Nosferatu, no remake de Robert Eggers (A Bruxa), seja uma programação adequada para o Disney Channel, mas ele ainda tem algo de juvenil. Fascinado pela história desde o ensino médio, quando produziu uma versão para o teatro de Nosferatu, Eggers agarra com unhas e dentes (caninos) a oportunidade de dar vida luxuosa a um rei dos vampiros governado pelo id, pelo apetite sexual hormonizado de um menino de 15 anos com poder demais em suas mãos. Que ele seja um cadáver em decomposição que assume a forma vaga de Bill Skarsgard, e que suas aparições sejam carregadas de uma bruma gótica que não se via há anos no cinema de horror, causando angústia corporal absurda em Lily Rose-Depp e Nicholas Hoult… bom, isso é só um bônus. - Caio Coletti

30 Dias de Noite (2007)

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Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Prime Video e Apple TV.

O que aconteceria com uma comunidade sem luz do sol por um mês quando ela é invadida por uma gangue de vampiros? David Slade, que dirigiu desde clipes do System of a Down até A Saga Crepúsculo: Eclipse e Black Mirror, coloca Josh Hartnett como um policial, no meio do Alasca, que é aúnica esperança de uma pequena cidade contra as criaturas, no meio da escuridão que vai durar 30 dias. Mistura de ação e terror, muito gore é a cara dos filmes da primeira década dos anos 2000 e trabalha bem o medo do escuro e do isolamento. O filme é uma adaptação da HQ de mesmo nome e o elenco ainda tem Ben Foster, Danny Huston e Melissa George. - Alexandre Almeida

A Hora do Vampiro (1979)

Reprodução

Onde ver: Disponível para streaming no Internet Archive.

Hoje, os relatos de como esta adaptação – devagar, longa e sofrendo de alguns cacoetes clássicos de telefilmes – de A Hora do Vampiro assustou uma geração podem parecer exagerados, mas Tobe Hooper sabe colocar uma imagem em tela. Além de demonstrar um entendimento cômico mas afiado da dinâmica de fofocas e segredos de uma cidade pequena, o diretor de Massacre da Serra-Elétrica Poltergeist sabe colocar em tela uma imagem bizarra e marcante. Em Os Vampiros de Salém, apesar de demorar a aparecer (ou por causa disso), não há imagem maior do que a de Barlow – o vampiro, de dentes longos, pele pálida e olhos amarelos demanda nossa atenção. É como se ele nos hipnotizasse como uma de suas vítimas. Barlow não tem muito tempo de tela, mas podemos recomendar esta produção com base nisso independente das poucas cenas, e isso é um testamento para o poder de sua aparição. - Guilherme Jacobs

Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe (2023)

Reprodução

Onde ver: Disponível para streaming na Netflix.

Renfield definitivamente não é um filme de vampiro convencional. Em vez de focar na obsessão do Drácula (Nicolas Cage) por alguma donzela ou mesmo o lado mais sombrio do grande conde da Transilvânia, o filme decide explorar a relação tóxica entre o ser imortal e Renfield (Nicholas Hoult), seu assistente pessoal. A deliciosa comédia, que ainda reúne os talentos de Awkwafina e Ben Schwartz, mostra como romper um ciclo de servidão no melhor estilo.  - Pedro Henrique Ribeiro

Ganja e Hess (1973)

Cena de Ganja e Hess (Reprodução)

Onde ver: Disponível somente em mídia física.

Uma referência bastante provável de Ryan Coogler para bolar Pecadores é esta mistura de romance e terror gótico dirigida por Bill Gunn nos anos 1970. Junto de Blacula, O Vampiro Negro, Ganja e Hess foi um dos primeiros filmes a usar o vampirismo para discutir a negritude nos Estados Unidos. A produção surfava a onda de sucesso de filmes de gênero voltados ao público negro, mas toma caminho próprio e para lá de bizarro na premissa, sobre um homem que acaba contaminado por um desejo voraz por sangue após ser esfaqueado com uma adaga de origens mitológicas. A releitura do mito do vampiro aqui é voraz, partindo do perfil de predador da criatura para investigar a opressão racial de um país, e recheada de cenas fortes, embaladas pelas grandes atuações de Duane Jones e de Marlene Clark. A produção passou por dificuldades na época e ficou por anos disponível em uma versão reduzida, que jogava para o exploitation toda a narrativa etérea da história, mas acabou sendo uma grande influência - em 2014, Spike Lee refilmou o projeto com o nome A Doce Sede de Sangue. -Pedro Strazza

Quando Chega a Escuridão (1987)

Cena de Quando Chega a Escuridão (Reprodução)

Onde ver: Disponível somente em mídia física.

O vampirismo como marca do “outro” social, que segue às margens apesar de seu poder físico e de sedução inegável, especialmente quando confrontado com o sonho estadunidense de estabilidade e prosperidade. Em seu segundo longa-metragem, Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror) misturou vampiros e faroeste revisionista para criar um filmaço inegavelmente estiloso e envolvente. A história: um “rapaz de família” do Meio-Oeste (Adrian Pasdar, décadas antes de aparecer em Heroes e no MCU) se envolve com uma gangue de vampiros codificada pelo filme como sem-tetos que se revoltam violentamente contra o sistema que não lhes permite pertencimento. Com performances antológicas de Lance Henriksen, Jenette Goldstein e Bill Paxton, e talvez a melhor cena de briga de bar da história do cinema, Quando Chega a Escuridão merece ser visto como um clássico do gênero vampiresco. - Caio Coletti

O Que Fazemos nas Sombras (2014)

Divulgação

Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Apple TV.

O filme de Taika Waititi e Jemaine Clement está longe de ser a primeira comédia vampiresca do cinema (até Roman Polanski fez uma - bem ruinzinha - em 1967, intitulada A Dança dos Vampiros), mas inegável que ela chegou em um momento no qual a mitologia dos sanguessugas precisava justamente do tipo de chacoalhada que só uma boa sátira pode prover. Usando o formato mockumentary para desconstruir os absurdos teatrais da mitologia dos vampiros, trazendo-os para a contemporaneidade a fim de dá-los um choque de realidade, O Que Fazemos nas Sombras transforma as criaturas noturnas em jovens adultos tão patéticos quanto cada um de nós. Não à toa, o longa neozelandês se tornou fenômeno internacional, catapultando Waititi e Clement para Hollywood, e gerando uma sitcom de deis temporadas que só fez expandir o charme da original. - Caio Coletti

Van Helsing: O Caçador de Monstros (2004)

Divulgação

Onde ver: Disponível para streaming no Prime Video.

Stephen Sommers estava na crista da onda quando fez Van Helsing, como um projeto passional após o sucesso dos seus dois filmes da franquia A Múmia (de 1999 e 2001). Essencialmente uma fanfic de universo compartilhado entre vários clássicos do terror, o longa é uma bagunça de tons e tem efeitos especiais que - é claro - envelheceram muito mal. Mas também não dá para negar que, mesmo em meio ao valor nostálgico que os erros de Van Helsing possam ter para a geração que o viu no cinema, o filme acertou em cheio com o seu Drácula escrachado e teatral, encarnado com gosto por Richard Roxburgh. Na época um vilão requisitado em Hollywood, após o sucesso de Moulin Rouge!, o ator australiano abrilhanta cada cena em que é colocado, especialmente por ser o único a entender o tom de brincadeira que Sommers buscou imprimir na sua releitura vulgar de personagens famosos do gênero. - Caio Coletti

Continente (2024)

Divulgação

Onde ver: Disponível para streaming no Globoplay.

Vampiros à brasileira. Se todo filme do gênero usa o vampirismo para comunicar algum tema, seja ele o erotismo ou a praga, Continente de Davi Pretto usa a personagem de Olivia Torres (Ainda Estou Aqui), a filha do dono de uma fazenda moribundo que mantinha seus empregados debaixo de uma mão pesada (e talvez mais) para falar sobre a relação entre o empregado e o empregador. Em particular, o filme encontra na sede por sangue o caminho para tratar da dependência gerada pelo trabalho no interior, quando não há proteções para os trabalhadores. Exploração, aqui, tem mais de um sentido. - Guilherme Jacobs

Drácula de Bram Stoker (1992)

Warner Bros.

Onde ver: Disponível para streaming na Max

Por vezes chamada de "o filme mais experimental já lançado por um estúdio hollywoodiano", a adaptação de Drácula dirigida por Francis Ford Coppola é, de fato, uma visão idiossincrática, inspirada e monumental do romance de Bram Stoker. Que nem todos os elementos se encaixem é apenas um detalhe diante da direção pulsante de Coppola, que encontra em cada cena uma oportunidade para adicionar ao filme um visual genuinamente sobrenatural. Em sintonia com o erotismo, com o desejo e com o surrealismo de vampiros, Coppola pode não ter feito um filme perfeito, mas fez algo talvez mais valioso: um filme único e inesquecível. - Guilherme Jacobs

Deixe-Me Entrar (2010)

Deixe-Me Entrar (Reprodução)

Onde ver: Disponível para aluguel e compra no Apple TV e Prime Video.

Raramente remakes estadunidenses de grandes filmes de outros países se saem tão bem quando Deixe-Me Entrar, de Matt Reeves, cuja pegada cultural talvez seja tão grande quanto a do original sueco, que apareceu um pouco mais acima na nossa lista. Nas mãos do cineasta que depois colocaria sua impressão digital nas franquias Planeta dos Macacos e Batman, o conto de alienação adolescente de Tomas Alfredson ganha cores menos aéreas - sai de cena a androginia de Eli, substituída pela jovem vampira vivida com delicadeza por Chloë Grace Moretz, cuja fascinação é sempre muito mais terrena. Quando ela se aproxima do desajustado Owen (Kodi Smit-McPhee), desenha-se um arco trágico que ressignifica a sedução do vampiro nas paisagens geladas e desoladas de um país tão esquecido quanto a humanidade que o protagonista está pronto para deixar para trás. - Caio Coletti

Garotos Perdidos (1987)

Warner Bros.

Onde ver: Disponível para compra e aluguel no YouTube, Google Play, Apple TV e Prime Video.

Filmes de adolescentes você encontra aos montes por aí. Agora, filme de adolescentes enfrentando vampiros ao som do mais puro suco musical dos anos 1980 e um elenco cheio de jovens atores que depois estouraram, você só vai ver em Garotos Perdidos (The Lost Boys, 1987). Idealizado para ser dirigido por Richard Donner depois do sucesso de Goonies, o projeto mudou um pouco quando Joel Schumacher assumiu a produção, envelheceu um pouco os protagonistas, que foram de meninos de 8 anos para adolescentes. Garotos Perdidos é um dos responsáveis por trazer uma nova visão dos chupadores de pescoço, mais jovens e, principalmente, mais sexy. Não é à toa que se tornou um clássico do cinema cult. - Marcelo Forlani

Drácula: O Vampiro da Noite (1958)

Hammer Filmes

Onde ver: Disponível para streaming (sem legendas, mas de graça) no Internet Archive

Além deste filme, especificamente, esse é o momento de recomendarmos os filmes de Drácula protagnizados por Christopher Lee. Lee viveu o vampiro em oito produções, sendo sete da icônica Hammer Filmes (a exceção é o Conde Drácula de 1970, vendido como adaptação mais fiel do livro), e o primeiro, Drácula: O Vampiro da Noite é especial. Um marco que veio quando o personagem, na mente das pessoas, ainda era o Drácula preto-e-branco de Bela Lugosi, o filme coloca Lee num espetáculo technicolor, que abraça de vez a histeria, o erotismo e as bizarrices do personagem. A cereja no bolo é o Van Helsing maluco de Peter Cushing. Imperdível - Guilherme Jacobs.

Fome de Viver (1983)

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Anos antes de explodir com Top Gun, Tony Scott dirigiu em seu primeiro longa ninguém mais, ninguém menos do que David Bowie. Fome de Viver conta a história de um triângulo amoroso que se desenvolve entre uma vampira (Catherine Deneuve), seu companheiro violoncelista (Bowie) e uma especialista em envelhecimento (Susan Sarandon). A fotografia de tons escuros e as relações entre os personagens com cenas eróticas transformaram o filme em um clássico cult e referência para a cultura gótica. - Alexandre Almeida 

Pecadores (2025)

Divulgação

Onde ver: Em cartaz nos cinemas brasileiros.


Pecadores é com sobras um dos melhores filmes de 2025. Ryan Coogler amarra um thriller sobrenatural com críticas sociais sem deixar de lado sua paixão pelo cinema de horror. Com subtextos importantes para referenciar o racismo e tudo que o envolve, o longa é um prato cheio de alegorias que só fica ainda mais sedutor com as performances pulsantes de astros como Michael B. Jordan. Tudo isso embalado por uma excelente trilha sonora que explora o misticismo do blues e a sua importância para a cultura afro-americana nos Estados Unidos. - André Zuliani.

Cronos (1992)

Reprodução

Onde ver: Disponível somente em mídia física.

Falar de Guillermo Del Toro hoje é falar de um cinema autoral, que mistura fantasia, cenários caprichadíssimos e cheios de detalhes e, claro, Ron Perlman. Mas em 1992? Bom, em 1992 ele lançou seu primeiro longa-metragem, Cronos, uma fantasia com cenários cheios de detalhes (mesmo com orçamento de duas coxinhas) e, claro, Ron Pelrman! Na história, um antiquário chamado Jesus Gris (Federico Luppi) acha um artefato no formato de um escaravelho, que lhe dá uma juventude há muito perdida, mas cobra seu preço: uma insaciável sede de sangue. Porém, um milionário à beira da morte procura há muito tempo o artefato, buscando a vida eterna, e manda seu sobrinho (Perlman) atrás do antiquário. Apesar de não usar o termo vampiro, não se deixe enganar, Jesus é uma pessoa que não consegue ficar sob a luz do sol, tem vida eterna e sede de sangue. Ou seja, um vampiro. Vampiros à moda Del Toro. Imperdível. - Marcelo Forlani.

O Vampiro (1932)

Reprodução

Onde ver: Disponível para streaming na Filmicca

Se o cinema sofreu durante alguns anos após a chegada do som, se apoiando em tomadas médias e sem cortes que deixavam personagens conversando por um longo tempo, esse não é o caso com Carl Theodor Dreyer. O lendário cineasta dinamarquês faz de O Vampiro (Vampyr) um banquete de imagens surtadas, surrealistas e aparentemente imposíveis para a época. Poucos filme de vampiro capturam tão bem a natureza efêmera, como de um pesadelo febril, como este clássico. - Guilherme Jacobs

Vampiros de John Carpenter (1998)

Columbia Pictures

Onde ver: Disponível para streaming na Netflix

Recentemente reavaliado como um clássico tardio do homem responsável por Halloween O Enigma de Outro Mundo, Vampiros de John Carpenter é uma festa de exploitation que vem depois que Tarantino e outros ícones dos anos 1990 trouxeram as abordagens do trash e dos filmes B para o centro de Hollywood. De linguagem chua e estereótipos datados, o filme mostra Carpenter usando essas regras de gênero para deixar uma história de caça a vampiros no interior dos EUA suja e pervertida. É claro que o resultado é divertido, se você não se ofender. - Guilherme Jacobs