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The Last of Us: Como Left Behind, a DLC do jogo, enriquece a história

Sétimo episódio adapta além do primeiro jogo e expõe nuances de Ellie para a narrativa

01.03.2023, às 16H26.
Atualizada em 01.03.2023, ÀS 18H58

Novamente, The Last of Us emplacou mais um episódio emocionante, que nos tirou da tensão e ansiedade em Kin para um flaskback de Ellie (Bella Ramsey) sobre as pessoas que ela perdeu pelo caminho. No 7º capítulo, a série foi além do primeiro jogo, adaptando Left Behind, uma DLC (ou conteúdo extra) que foi lançada depois do primeiro jogo - e dá nome ao episódio. Nele, acompanhamos a recuperação de Joel (Pedro Pascal) com Ellie no comando e lidando com bandidos, enquanto devaneia entre seu passado com sua amiga (e primeiro amor) Riley.

Ao fazer esse salto no tempo, a série (e a franquia de jogos) nos prova que não dá ponto sem nó e constrói uma narrativa rica da garota para justificar as atitudes e escolhas que vai tomar nos próximos capítulos da saga.

AS DELÍCIAS DA JUVENTUDE

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Se o episódio anterior foi uma ode aos filmes westerns com seus enquadramentos e cenários, o sétimo episódio de The Last of Us nos levou aos filmes juvenis dos anos 80 retratando a rebeldia, a fuga para a liberdade e as descobertas do amor como em Curtindo a Vida Adoidado, Clube dos Cinco e A Garota de Rosa-Shocking. Simultaneamente, a trama faz um aceno aos filmes de zumbi como Madrugada dos Mortos, de George A. Romero, com seus tradicionais acenos críticos ao capitalismo e consumismo vazio.

Nesse salto, Ellie se encontra na FEDRA sendo alvo de bullying de outras garotas enquanto sofre da ausência de sua amiga Riley (interpretada pela excelente Storm Reid, de Euphoria), que sumiu há semanas. Em uma noite, a amiga retorna com a notícia de que se alistou nos Vagalumes, gerando divergência entre as duas pelo episódio. O conflito não impede Riley de levar Ellie para um shopping abandonado e apresentar as “cinco maravilhas” do lugar.

O que é banal em nossa realidade se torna um encanto para as duas, que vivem em um mundo desolado onde o entretenimento não é material de sobrevivência. De um carrossel iluminado a uma simples escada rolante, as jovens se deslumbram e desfrutam do que a juventude proporciona com momentos levianos. Para Ellie, a experiência também envolve o desenvolvimento de sua primeira paixão, com um beijo correspondido.

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Desde o primeiro jogo, na DLC e até a continuação, The Last of Us sempre abordou histórias LGBTQIA+, seja indireta ou diretamente como na história de Bill e Frank ou agora afirmando a sexualidade da protagonista. Como Bella Ramsey deixou claro em uma entrevista, a série não vai ignorar essas narrativas queer no segundo ano.

Voltando à história, a franquia sempre coloca o agridoce entre os momentos de conexão e alegria com a adrenalina e o terror da violência espontânea. Um infectado surge de repente e ataca as duas, fazendo com que ambas sejam mordidas. Se antes o tom era de despedida da recém-rebelde saindo de Boston, agora o ambiente fica tomado pela morte sentenciada sobre as jovens. O flashback encerra de maneira delicada com as duas optando por acabar “poeticamente enlouquecendo juntas”. Entretanto, sabemos que Ellie é imune e, sem deixar explícito, fica claro que a adolescente precisou matar a amiga-primeiro-amor por não ter se tornado uma criatura.

Esse passado nos acena às falas de Ellie do sexto episódio, quando ela revela a Joel que ela também perdeu pessoas queridas. No quarto episódio, a personagem também já havia dito que teve que usar violência no passado.

ENTRE O SALVAR E O SOBREVIVER

Logo no começo deste capítulo, Joel está ferido e pede para que Ellie o abandone e retorne para a comunidade onde está seu irmão Tommy (Gabriel Luna). Ela se encontra dividida entre ficar e salvar Joel ou partir, mas foi ao lembrar sua trajetória, fica claro que a garota sempre escolheu um lado: a vida, mesmo que suas escolhas não alterem o destino das pessoas ao seu redor, como aconteceu com Riley e Sam.

Como Ellie mesmo disse no episódio anterior: as pessoas que entram em sua vida ou morrem ou a abandonam. Mesmo nos cenários mais inesperados, Ellie sempre se agarrou a qualquer oportunidade que lhe gere e cuide desse vínculo. Estar ao lado de alguém também é pertencer, e isso foi algo que ela sempre buscou. Enquanto há uma pequena chance de salvá-lo, infectado, bandido ou uma facada não farão com que Ellie desista de Joel, assim como ele também não desistiu dela.

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O sétimo episódio nos mostra os caminhos que Ellie chegou para estar no ponto atual, aproveitando para entregar mais profundidade à sua personalidade. Ela é uma jovem com curiosidade pelo velho mundo e o que esse novo oferece além da zona de quarentena; é esperta na mesma medida que é impulsiva e é leal a quem dar um minuto de sua atenção para ouvir e rir de suas piadas ruins. E foi em Joel que ela encontrou abrigo no mundo hostil: uma pessoa que viveu o mundo antes do surto de Cordyceps e que a ensina como atirar, caçar e cuidar.

The Last of Us nunca foi sobre zumbis e a ação, mas como cada um vive seu apocalipse interno e encontra forças para seguir adiante mesmo no cenário mais adverso. Nesse contexto, Left Behind foi essencial para explorar ainda mais a personagem de Ellie.

Os novos episódios de The Last of Us estreiam às 23h nos canais da HBO e HBO Max.