[Atenção: como o próprio título sugere, o artigo a seguir contém spoilers de Venom: Tempo de Carnificina]
Venom: Tempo de Carnificina se encaminha para o final com uma fofa declaração de amor entre simbionte e Eddie Brock (Tom Hardy) que, depois de derrotar Carnificina, Cletus Kasady (Woody Harrelson) e Shriek (Naomie Harris), vão para uma praia em algum lugar na América Latina aproveitar suas merecidas férias. Este poderia ser o fim da história, mas a sequência comandada por Andy Serkis tem uma cena pós-créditos.
Em um quarto de hotel simples, os protagonistas acompanham atentamente a reviravolta de uma novela (Maximilano não tinha ideia de que a mocinha estava grávida, vocês acreditam?), quando ambos começam a falar sobre passado e seus próprios segredos. Depois de compartilharem tantos momentos juntos, Eddie sequer cogitava que Venom pudesse esconder alguma coisa dele. Mas, como bem lembrou o simbionte, ele é um fragmento da consciência coletiva de um alien que existe há milhares de anos, ou seja, há muito que o jornalista não sabe, porque “seu pequeno cérebro humano” poderia não aguentar.
Homem-Aranha: Longe de Casa/Sony Pictures/Reprodução
No entanto, depois de mais essa aventura, Venom decide dar um vislumbre da sua história para o amigo e, pela cara do Tom Hardy, trata-se de algo, no mínimo, surpreendente. Ainda que não acompanhemos a revelação do simbionte, temos uma visão privilegiada de outra transformação. Porque enquanto os dois dividiam aquele momento íntimo, tudo mudou: eles de repente estavam em um quarto melhor e com a TV ligada não mais na novela, mas em um boletim especial do Clarim Diário. Na tela, J. Jonah Jameson (J.K. Simmons) dava a notícia que tomou conta da Time Square, em Nova York, no final Homem-Aranha: Longe de Casa: Peter Parker (Tom Holland) é o homem por trás do uniforme do Teioso. Pois é!
Ambos ficam em choque, sem entender como aquilo aconteceu. Contudo, é importante notar que, ao ver o rosto de Peter na TV, Venom parece reconhecê-lo, porque grita “esse cara!”. Ainda é cedo para compreender o que ele de fato quis dizer com isso, isto é, se é um aceno à história que simbionte e adolescente compartilharam nos quadrinhos ou em outras produções do cinema, ou uma mera acusação sobre quem causou esse novo caos. Seja o que for, certamente as portas estão abertas para que seus caminhos se cruzem. Agora que o MCU e o chamado Universo Homem-Aranha da Sony se encontraram, é realmente inevitável. Se não em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, em dezembro, muito em breve em outra produção da Sony Pictures -- até porque Tempo de Carnificina deixa brecha para uma nova sequência.
Mas esta não é a única dúvida que o momento deixa para os espectadores. Há de se entender ainda como esses universos se cruzaram, por exemplo. Porque se o boletim que Eddie Brock e Venom assistem for simultâneo ao final de Longe de Casa, não dá para responsabilizar o “feitiço errado” do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), já que ele acontece mais tarde, em Sem Volta Para Casa. Talvez, nem mesmo as ações da Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) em WandaVision e da Sylvie (Sophia Di Martino) em Loki, considerando que há quem acredite que os três eventos aconteceram ao mesmo tempo e, só por isso, o multiverso foi aberto.
Outra pergunta a ser respondida é quanto tempo essa intersecção entre universos será válida, porque isso pode implicar na presença (ainda que temporária) de outros vilões do Aranha, como Morbius (Jared Leto), cujo filme estreia em janeiro, e Kraven, o Caçador (Aaron Taylor-Johnson), no MCU. Será?
As respostas para estas e outras tantas perguntas ficam dependendo do que raios acontecerá em Sem Volta Para Casa, em 16 de dezembro. Até lá, mais uma vez, a solução é esperar. Enquanto isso, Venom: Tempo de Carnificina está em cartaz nos cinemas.
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