Mangá Act-Age

Créditos da imagem: Divulgação/Shueisha

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Mangá Act-Age é cancelado após prisão de roteirista por assédio

Matsuki Tatsuya importunou sexualmente menores de idade e confessou seus atos

10.08.2020, às 13H25.
Atualizada em 10.08.2020, ÀS 15H14

O mangá Act-Age era um dos títulos mais promissores da atual fase da revista Shonen Jump, mas a história será encerrada sem um final para a trama. A editora Shueisha optou por cancelar o mangá após o roteirista Matsuki Tatsuya ser preso no Japão por assediar garotas menores de idade.

O roteirista do mangá Act-Age foi preso na última sexta-feira (8) após ter assediado sexualmente uma estudante colegial. Segundo informações divulgadas pela imprensa japonesa, era uma garota com idade entre 12 e 15 anos. O escritor teria tocado na garota de forma indevida e fugido de bicicleta, mas acabou sendo identificado por câmeras de segurança. O mesmo assédio havia sido registrado outras vezes, então Matsuki teria confessado o crime às autoridades.

Tão logo o caso se tornou público, a editora Shueisha anunciou que avaliaria a situação e divulgaria o que viesse a decidir. A declaração acabou vindo nesta segunda-feira (10), com a Shueisha cancelando o mangá Act-Age. "Após discutir com Shiro Usazaki, a desenhista de Act-Age, chegamos à conclusão que é impossível continuar com a publicação do mangá. O capítulo publicado na próxima edição da Shonen Jump será o último", diz o comunicado.

Capa do mangá Act-Age
Reprodução/Shueisha

A Shueisha ainda pediu desculpas aos leitores e demonstrou apoio à desenhista de Act-Age, Shiro Usazaki, que tem recebido mensagens de carinho de fãs e outros autores de mangá. "Apoiem Usazaki-sensei em seus futuros trabalhos", dizia a mensagem ao final do comunicado oficial. Usazaki atualizou seu perfil nas rede sociais retirando as referências ao Act-Age.

Act-Age era publicado na Shonen Jump desde 2018 e contava a história de Kei Yonagi, uma adolescente com um talento incrível para atuar, mas sem conseguir domar essa habilidade. Ela passa a ser tutorada por um diretor de teatro que vislumbra lapidar esse dom latente.

Act-Age na Shonen Jump
Reprodução/Shueisha

O mangá de Act-Age tem 12 volumes publicados até o momento e muito dificilmente sairão encadernados novos com os capítulos restantes. Com receio da Shueisha mandar retirar o mangá das lojas, os fãs têm corrido às livrarias para adquirir os 12 volumes já publicados, o que fez aumentar as vendas nesse último final de semana.

Com o cancelamento do mangá de Act-Age no Japão, as editoras de outros países também se manifestaram a respeito. A francesa Ki-oon e a espanhola Ivrea dilvugaram nas rede sociais que estão aguardando um posicionamento da Shueisha para saber como proceder com a publicação do mangá em seus territórios. Act-Age não é publicado no Brasil, mas estava disponível oficialmente por aqui através do aplicativo MangáPlus da Shueisha.

Mangá Rurouni Kenshin, o arco de Hokkaido
Reprodução/Shueisha

Essa não é a primeira situação envolvendo a Shueisha e autores de mangás com problemas na justiça. O mangaká Mitsutoshi Shimabukuro foi preso em 2002 após pagar para fazer sexo com uma menor de idade, e a Shueisha cancelou seu mangá Seikimatsu Leader-den Takeshi. Já em 2017, Nobuhiro Watsuki (de Rurouni Kenshin - Samurai X) foi condenado por posse de pornografia infantil e resolveu o assunto pagando uma multa.

Nesses dois casos citados os autores voltaram à ativa algum tempo depois: Shimabukuro ainda viria a publicar outro sucesso na Shonen Jump, o mangá Toriko, e Nobuhiro Watsuki retomou a produção da continuação de Rurouni Kenshin, em publicação até hoje.

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