Filmes

Entrevista

Sorte, azar e Simon Pegg em Luck, nova animação da Apple TV+

Ator que interpreta um gato preto falou ao Omelete sobre o novo projeto

Omelete
3 min de leitura
05.08.2022, às 11H00.
Atualizada em 31.08.2023, ÀS 14H04
Luck (Apple TV+/Divulgação)

Na nova animação da Apple TV+, Luck, uma adolescente azarada causa o caos na Terra da Sorte, um universo escondido onde sorte e azar são produzidos e distribuídos ao redor do mundo, sem o conhecimento dos humanos. O conceito em si, conduzido de modo semelhante a animações como Divertida Mente e Soul, é recheado de regras criativas e bem estabelecidas, normas com as quais Eva, nossa protagonista, precisa lidar. Para introduzir tudo isso - e ajudar, claro, a também criar o caos - nosso guia na Terra da Sorte é Bob, um rabugento gato escocês interpretado por Simon Pegg

Familiar ao mundo das animações, tendo recentemente liderado um derivado de seu personagem na franquia de Era do Gelo, As Aventuras de Buck Wild, Pegg retorna ao universo animado em um elenco formado também por nomes como Whoppi Goldberg e Jane Fonda, um line-up que, inclusive, o encorajou a entrar no projeto. Em entrevista ao Omelete, Pegg relembra estar nas filmagens de Missão: Impossível quando recebeu o roteiro, e topou a produção quando descobriu as atrizes envolvidas.

“Assim que eu soube que Jane estava envolvida, e a Whoopi, foi um sim imediato”, relembrou Pegg. Já o conceito em si - e seu personagem - chamaram a atenção pela graciosidade. “Me pareceu um conceito muito criativo e doce, e a ideia de interpretar um gato preto escocês foi muito atraente para mim”, diz. Sobre o tema do projeto, sorte, azar, e a necessidade de existência mútua entre os dois conceitos, Pegg falou sobre a fluidez entre estas definições, enxergando a temática do longa em sua própria vida:

“Sentar aqui, estar num trabalho que eu amo, viajar pelo mundo e fazer filmes como esse, cada pouco de azar que eu tive me ajudou a chegar nesse ponto, então só posso olhar para trás e enxergar tudo como sorte. É um bom jeito de olhar para o azar. Como oportunidade e não retrocesso [...] Nesse sentido eu acho que sorte é algo que a gente controla, não é algo que tem controle sobre nós”. 

Para completar um discurso cético, Pegg reiterou sua falta de crença em sorte e azar em um discurso semelhante à rabugice de Bob. “Muitas das superstições que a gente tem são baseadas em fatos. O motivo pelo qual você não passa por baixo da escada não é porque isso vai te dar azar, mas porque coisas podem cair em você”, diz. “Eu tenho 52 anos, cresci o suficiente para entender que isso é besteira”, completou. 

Bob, Gary King e Simon Pegg

Em todo esse contexto, no entanto, a parte surpreendente é que Pegg se identifica com o personagem de Bob, e compara o gato preto escocês a um de seus personagens mais icônicos, Gary King, no filme Heróis da Ressaca (ou World’s End, em seu título original muito melhor). “Bob e Gary são dois personagens que usam uma máscara e têm muita coisa acontecendo por trás, e eles não deixam você enxergar isso até um certo momento crucial no filme”, ele diz. Uma terceira comparação existe também entre Bob, Gary e o próprio Pegg, que encontra nos dois personagens uma vulnerabilidade particular: 

“Existe algo muito doce no sentido que toda sua rabugice e má vontade de se relacionar com outras pessoas vem de um lugar de vulnerabilidade. Não é porque ele é malvado ou cruel, é porque ele está se protegendo na realidade. E eu entendo isso, me relaciono com o sentimento de se preservar ao extremo. Mas eu também sei o que significa se desprender disso, se abrir para outras pessoas. Amar, ajudar e como isso muda a sua vida para o bem”.

Dirigido por Peggy Holmes (Tinker Bell - O Segredo das Fadas), Luck conta com Gregório Duvivier no papel de Bob na versão dublada e já está disponível na Apple TV+

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