Depois de uma boa estreia com sequências de ação empolgantes e a primeira injeção do drama familiar que deve permear a temporada, Batwoman trouxe em seu segundo episódio um maior aprofundamento em personagens importantes como Jacob (Dougray Scott), Mary (Nicole Kang) e Alice (Rachel Skarsten).
[Spoilers de “Batwoman – The Rabbit Hole” a partir do próximo parágrafo]
Nos dias seguintes ao resgate de Sophie (Meagan Tandy), Kate (Ruby Rose) aproveita o traje de Bruce para fazer rondas por Gotham, enfrentando os capangas de Alice na esperança de conseguir mais pistas de que a vilã é mesmo sua irmã perdida, Beth. Frustrada depois de uma bronca de Luke Fox (Camrus Johnson) por causa do perigo que é usar os apetrechos do Batman sem o devido treinamento e sem conseguir pensar em outra coisa, Kate conta para Jacob e Mary sua teoria de que Beth e Alice são a mesma pessoa, chocando a irmã adotiva e enfurecendo o pai, que tem uma força tarefa dos Crows dedicada à captura da vilã. Sem a ajuda do coronel, Kate parte para o quartel general do exército particular para tentar convencer Sophie a ajudá-la. Enquanto isso, Alice e seus capangas se escondem na casa de um casal idoso.
Entre narrações e discussões, “The Rabbit Hole”, mostra alguns flashbacks da perspectiva de Jacob e como o patriarca Kane tinha dificuldades de ver sua filha sofrendo enquanto o corpo da irmã não era encontrado. Apesar de passarem a sensação de “mais do mesmo”, repetindo uma das características básicas de Arrow, esse olhar para o passado é importante para entender por que o coronel desistiu da busca Beth tantos anos atrás.
De volta ao presente, Kate pede ajuda a Sophie, mas é prontamente confrontada sobre sua ligação com o “Batman”, descartando a teoria da ex-namorada com uma piada sobre a Mulher-Maravilha - que recebe sua primeira referência no Arrowverso. Antes que as duas consigam se reaproximar demais, um grupo de Coelhos Brancos, os seguidores de Alice, invadem a base dos Crows e roubam a faca que Kate queria que fosse examinada.
Como último recurso, a heroína procura por Mary no hospital clandestino administrado pela irmã adotiva e encontra um dos capangas de Alice. Kate solta o homem e pede para que ele entregue uma senha à vilã, sabendo que ela só entenderá se realmente for Beth. Do outro lado da cidade, Jacob decide testar a teoria da filha e manda sua força tarefa para sua antiga casa, onde Beth e Kate cresceram, encontrando o casal idoso com as gargantas cortadas.
Para a surpresa de Kate, Alice recebe e entende a senha, “waffles”, e a encontra na barraca de doces favorita das irmãs na infância, lembrando como as duas gostavam de fugir da escola para comer quando eram menores. As duas começam a conversar, mas são interrompidas por agentes Crow, avisados por Sophie sobre o possível encontro. Antes de entrar no carro forte, a vilã diz que “não gosta de dividir” e que Kate é apenas sua irmã, ameaçando Mary.
No hospital clandestino, a médica é atacada pelo namorado de Alice, mas salva pelo “Batman” no último segundo. Na TV, a heroína acompanha a escolta policial que leva a irmã para Arkham ser atacada e se apressa para impedir sua fuga.
Chegando no local, Kate tenta puxar Alice do rio em que caiu, mas as duas são separadas por uma explosão debaixo d’água. De volta à Batcaverna, a heroína e Luke discutem quem poderia estar por trás do ataque, já que a vilã não esperava ser pega. O episódio encerra com Catherine (Elizabeth Anweis), esposa de Jacob, entregando a faca recuperada de Alice para um homem misterioso, dizendo que o marido jamais pode saber de sua existência. Para aumentar o mistério, ainda é revelado que a mulher foi a responsável por encontrar as provas que encerraram o caso de Beth quinze anos atrás.
Apesar de se apoiar demais em algumas características de suas séries irmãs – flashbacks de Arrow, narração de The Flash – Batwoman entrega outro bom episódio e vai dando tempo para construir seus personagens de maneira mais calma. A decisão de não transformar Kate na heroína título logo de cara é acertada, assim como explorar o passado emocional de Jacob, tornando seus caminhos na trama mais críveis e suas escolhas mais condizentes com seus respectivos papéis na história. As atuações deste início de Batwoman também podem ser elogiadas: embora Rose não faça muito além do necessário e não seja brilhante, Kang entrega uma Mary cheia de nuances, flutuando bem entre a patricinha e a médica dedicada. A Alice de Skarsten também não fica atrás. A atriz dá à vilã um charme cartunesco e um quê de loucura que tornam a produção mais divertida. Assim, sua atuação faz da imprevisibilidade de Alice uma grande ameaça para o restante deste primeiro ano. Se a temporada não perder a mão no meio do caminho, a série pode muito bem se tornar uma adição memorável ao Arrowverso.