ATENÇÃO: Spoilers de Avatar: O Caminho da Água a seguir!
Avatar: O Caminho da Água não faz nenhuma questão de esconder sua natureza como ponto de partida de uma série extensa de filmes já planejados. Ao contrário do primeiro, lá em 2009, este novo filme de James Cameron não se preocupa em fechar uma história dentro das suas 3h12 de duração, deixando propositalmente muitas perguntas no ar para as (até) três sequências que o diretor e roteirista está preparando.
Abaixo, elencamos cinco formas através das quais Avatar: O Caminho da Água prepara terreno para as suas continuações - confira:
A guerra continua (nos mares)
Como era de se esperar, o mote de O Caminho da Água é o retorno dos humanos à Pandora, após a derrota para os Na’vi no fim do primeiro filme. A volta dos colonizadores obriga Jake (Sam Worthington) e sua família a fugirem, encontrando santuário com uma tribo diferente de Na’vi, cujo modo de vida é baseado no oceano ao invés de nas florestas. Um dos dilemas do filme é a família Sully buscando se adaptar ao novo ambiente, reacendendo a narrativa de forasteiro que alicerçou o primeiro filme.
É no final do longa, após tanto Jake e cia. quanto os seus anfitriões terem perdido entes queridos na luta contra os humanos, que o herói decide que pertence àquela nova tribo e resolve parar de fugir para encarar de frente os invasores. A cena derradeira de O Caminho da Água dá a entender que os próximos filmes contarão o seguimento da luta entre Na’vi e humanos, concentrando-se especificamente no território das tribos do oceano.
O bebê de Ronal (e outros pequenos personagens)
Durante toda a metragem de Avatar: O Caminho da Água, a rainha Ronal (Kate Winslet) está grávida. Embora a soberana tenha um papel ativo durante a trama, curando personagens feridos e envolvendo-se no conflito contra os humanos, é difícil imaginar que Cameron teria chamado sua velha colaboradora de Titanic para um papel que pouco influi na mitologia da franquia. Por isso, vale ficar de olho na gestação de Ronal, e na importância que este filho ou filha terá no futuro.
O mesmo vale para alguns outros personagens secundários e terciários de O Caminho da Água, que são interpretados por rostos bem reconhecíveis. Jemaine Clement, por exemplo, aparece como um biólogo marinho com uma conta para acertar com os oceanos de Pandora - apostamos que ele pode se tornar um aliado valioso para os Na’vi. Já Edie Falco vive uma general linha-dura que pouco apareceu diante do foco do filme em Quaritch (Stephen Lang)... será que o tempo deles brilharem ainda está chegando?
Tudo sobre Kiri (e seus poderes)
A personagem de Sigourney Weaver em O Caminho da Água é, como já havia sido anunciado, a filha Na’vi adolescente de Jake e Neytiri (Zoe Saldana). O que Cameron e cia. mantiveram em segredo foi o fato que ela é filha adotiva dos protagonistas, e na verdade nasceu do avatar da Dra. Grace, interpretada por Weaver no primeiro filme. A sua paternidade não é revelada em O Caminho da Água, mas este é só um dos mistérios sobre a jovem Kiri que as sequências devem responder.
Isso porque a personagem também tem uma conexão muito forte com Eywa, a personificação divina da natureza que os Na’vi veneram. Durante o longa, vemos como ela é capaz de se ligar espiritualmente a animais e plantas e direcioná-los com facilidade para fazerem o que ela bem entender, uma habilidade que certamente tem alguma explicação hereditária ou mística, mas que não vem sem um preço: em certo ponto, Kiri entra em convulsão ao se conectar à árvore da vida dos Na’vi.
Embora os poderes de Kiri tenham papel fundamental para salvar os pais no clímax de O Caminho da Água, duvidamos que este será o único uso deles, ou que Cameron vai deixar esse mistério sem explicação nos próximos capítulos da franquia.
Quaritch e Spider
O retorno do vilão do primeiro Avatar, ressuscitado em um corpo Na’vi para continuar atormentando a vida de Jake e a sua família, é uma das ideias menos interessantes de O Caminho da Água… até descobrirmos que ele é o pai de Spider (Jack Champion), o bebê que foi criado em Pandora, dividido entre os Na’vi e os cientistas humanos, e que anseia por ser aceito como parte da tribo de alienígenas.
A relação antagônica complicada que os dois personagens constroem durante o filme leva ao ato final de Spider, que salva o pai de morrer no fundo do oceano após o seu confronto climático com Jake. Embora o “garoto-macaco”, como é chamado por Kiri, se recuse a ir embora com Quaritch e volte para o abraço de sua família alienígena, ele mantém em segredo o fato de ter salvo o pai. Sentimos um cheiro de conflito no horizonte!
Lo’ak e Tsireya
Um dos pilares do primeiro Avatar foi o romance entre Jake e Neytiri - de fato, foi essa paixão inesperada que fez com que o humano resolvesse apoiar os Na’vi e viver integralmente em seu avatar alienígena. Em O Caminho da Água, este elemento sai do centro do palco, mas não é inteiramente excluído do mundo de Pandora: um dos filhos de Jake, o rebelde Lo’ak (Britain Dalton), troca olhares e confidências com a filha do chefe do clã aquático, a bela e corajosa Tsireya (Bailey Bass).
O filme não mergulha muito nos flertes e sentimentos dos personagens, deixando o romance incipiente se desenvolver através de menções breves e indiretas - Tsireya conversa com uma amiga sobre “ter conhecido um menino”, por exemplo, enquanto os irmãos dos dois trocam olhares zombeteiros diante da paixonite óbvia. Uma vez que Lo’ak está posicionado para assumir um papel central no restante da franquia, apostamos que essa relação vai muito mais longe.