O coronavírus afetou pessoas no mundo todo, e a indústria do entretenimento não foi exceção. Há mais de um ano, tornou-se rotineiro o adiamento de filmes e séries, cancelamentos de shows e eventos e fechamento de espaços culturais. Mas, além dos grandes estúdios, emissoras e plataformas de streaming, os efeitos da nova realidade atingiram também os pequenos e médios comércios, como as comic shops. Diante da preocupante queda nas vendas, uma realidade que já dura meses, as lojas de quadrinhos no Brasil se uniram em uma campanha que busca o apoio do público.
No último sábado (27), os donos das Comix Book Shop, Comic Boom! e Loja Monstra lançaram a campanha Apoie as Lojas de Quadrinhos, ressaltando a importância de comprar HQs em comércios independentes. Confira abaixo:
Dono da Comic Boom!, Fábio Gracia revelou que esse movimento surgiu de uma ideia antiga de reunir lojistas em busca de apoio e auxílio nos problemas em comum, como demandas, custos e afins. “Já tinha falado algumas vezes com o Guilherme Lorandi, da Loja Monstra, que a gente precisava se unir para reivindicar algumas coisas. Semana passada, o Jorge Rodrigues, da Comix, veio falar comigo sobre logística e abriu uma brecha para a gente conversar”.
Após algumas reuniões, o trio resolveu gravar o vídeo que chegou às redes com o objetivo de se aproximar do público. Para Gracia, é importante que os leitores não apenas saibam da existência de comic shops no Brasil, como também possam aproveitar a experiência única trazida por esses lugares. “Assim como livrarias, as comic shops são um patrimônio direcionado para o leitor. É importante ter essas lojas abertas e funcionando pelo trabalho de curadoria, de apresentar esse mundo das HQs para quem nunca leu ainda, e até para eventos como sessões de autógrafo. É algo que vai além do virtual”.
Amplamente compartilhada nas redes por lojistas, quadrinistas e veículos de comunicação, a campanha também foi pensada como uma forma de deixar claro que o grande diferencial das lojas especializadas está na paixão pelas HQs. “As pessoas têm que enxergar a gente como pessoas que gostam das mesmas coisas. Quem abre uma loja de HQs, abre por paixão e amor, porque conhece e leu, porque sentiu a picada do bichinho do gibi quando era criança e acha isso tudo do c******. Talvez o que falta é as pessoas terem acesso a esse lado”.
Essa aproximação do leitor se fez necessária não apenas por consequência da pandemia, mas também pela forma como o mercado se transformou nos últimos anos. “O público de quadrinhos durante muito tempo ficou acostumado a focar apenas nos preços por causa das megastores. Hoje em dia a gente tem quase que um monopólio, e a empresa que está à frente disso nem faz mais aqueles descontos absurdos, porque não precisa. Isso acabou viciando o público e a gente precisa recuperar essa galera. Estamos aqui trabalhando de sol a sol para poder deixar todo mundo com o que ler nessa quarentena”.
As dificuldades de vender HQs no Brasil
Nas conversas com lojistas de todo o país, o grupo percebeu que há uma série de dificuldades em comum no comércio de HQs, que antecedem o cenário pandêmico. Segundo Gracia, “nosso mercado ainda é muito amador em alguns aspectos e cria entraves para questões básicas, como abastecer a loja e deixar o cliente satisfeito. A gente vê que o tempo passa e esse tipo de coisa não muda.”
Por outro lado, é fato que o surgimento do coronavírus afetou a venda de gibis como qualquer outro comércio. “Mesmo as lojas que têm site sofrem por ficar com as portas fechadas, porque com isso não temos a venda espontânea, o cliente que passa a caminho do trabalho ou os curiosos que descobrem a loja quando estão de passagem”.
Mesmo com todos os problemas que as comic shops enfrentam na pandemia, Gracia fez questão de reforçar que a saúde precisa ficar em primeiro lugar. “A doença é séria e todo cuidado é pouco. Acredito que todo mundo tem que ficar em casa mesmo. Por mais que doa para a gente ficar fechado, as pessoas precisam se cuidar. Temos outros meios, e se depender da gente e das outras lojas de quadrinhos, ninguém vai ficar sem HQ nessa pandemia”.
Como parte da campanha para que as pessoas se preservem, as lojas adotaram uma série de medidas para manter os leitores abastecidos com os quadrinhos e protegidos contra a COVID-19. “A maioria das lojas que estão trabalhando com a gente nesse selo têm site e dá para comprar por lá. Estamos todos tomando as medidas necessárias, porque ninguém quer ficar doente e a gente se sente responsável pela segurança de quem está trabalhando ou comprando os quadrinhos com a gente”.
Confira abaixo a lista de lojas participantes da campanha Apoie as Lojas de Quadrinhos:
- Comix Book Shop
Site: http://www.comix.com.br/
Instagram: @comixbookshop
Facebook: Comix Book Shop
- Comic Boom!
Site: https://comicboom.com.br/
Instagram: @comic_boom_
Facebook: Comic Boom
- Loja Monstra
Site: https://lojamonstra.com.br/
Instagram: @lojamonstra
Facebook: Loja Monstra
- Ugra Press
Site: https://www.ugrapress.com.br/
Instagram: @ugra_press
Facebook: UGRA PRESS
- Reboot Comic Store
Site: https://rebootcomicstore.lojavirtualnuvem.com.br/
Instagram: @rebootcomicstore
Facebook: Reboot Comic Store
- Comic House
Site: https://www.comichouse.com.br/
Instagram: @comichouse
Facebook: Comic House
- Banca Tatuí
Site: https://www.bancatatui.com.br/
Instagram: @bancatatui
Facebook: Banca Tatuí
- Excelsior Comic Shop
Site: https://excelsiorcomics.com.br/
Instagram: @excelsior_comic_shop
Facebook: Excelsior Comic Shop
- Rika Comic Shop
Site: https://www.rika.com.br/
Instagram: @rika_comic_shop
Facebook: Rika Comic Shop
- Banca Curva
Site: https://www.bancacurva.com.br/
Instagram: @bancacurva
Facebook: Banca Curva
- Mandrake Comic Shop
Site: https://mandrakecomicshop.com.br/
Instagram: @mandrakecomicshop
Facebook: Mandrake Comic Shop
- Quinta Capa
Site: https://quintacapa.com.br/
Instagram: @quintacapalivraria
Facebook: Quinta Capa Quadrinhos
- Itiban Comic Shop
Site: https://www.itibancomicshop.com.br/
Instagram: @itibancomicshop
Facebook: Itiban Comic Shop