Absolute Batman #1

Créditos da imagem: DC Comics

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Absolute Batman | Conheça a nova versão do herói, sem dinheiro e com nova origem

Scott Snyder e DC Comics iniciam novo Universo Absolute com Batman musculoso e empolgante

Omelete
5 min de leitura
11.10.2024, às 15H20.
Atualizada em 11.10.2024, ÀS 16H46

DC Comics lançou na última quarta-feira (9) a sua mais nova iniciativa: DC All-In. Encabeçada por Scott Snyder, roteirista mais badalado da editora nos últimos 15 anos e responsável pela melhor era do Batman pós-Grant Morrison, esta era foi inaugurada com histórias que oferecem um ponto de entrada para novos leitores com todos os personagens do panteão DC, e uma revistinha especial, DC All-In #1, que conta o começo do novo Universo Absolute.

Há alguns anos, em Relógio do Juízo Final, história que uniu a Liga da Justiça e Watchmen, a DC estabeleceu o conceito metalinguístico de que seu universo é âncorado no Superman, e que sua chegada na Terra e existência pautam toda a existência. A ideia de Snyder com o Universo Absolute é fazer o contrário: esta realidade é pautada por Darkseid, o grande vilão da DC. Por isso, os heróis ali não têm as vantagens típicas de suas versões clássicas. No caso de Absolute Batman, cuja edição #1 foi lançada junto com All-In #1, isso significa nada de dinheiro, nada de caverna e nada de mordomo.

As próximas revistas da linha são Absolute Superman (sem família, sem Fortaleza da Solidão, sem casa) e Absolute Mulher-Maravilha (sem ilha, sem amazonas, sem missão de paz), e histórias de Flash e Lanterna Verde já foram encomendadas. Mas além de aumentar os riscos para os heróis, que sequer conhecem uns aos outros e enfrentam ameaças poderosas, a continuidade Absolute traz a missão de, ao remover certos aspectos dos personagens, encontrar sua essência, e destacá-la.

Universo Absolute
DC Comics

Em outras palavras, o que faz do Batman, o Batman? É o dinheiro? É a origem com a morte dos pais no Beco do Crime? Empolgante, violento e assustadoramente atual, Absolute Batman #1, que conta com a arte visceral (e inspirada em mangá) de Nick Dragotta, sugere que não é nada disso. Em entrevista ao Polygon, Snyder identificou o desejo pueril, quase inocente, de uma criança que passa por um trauma e decide lutar para que ninguém mais sofra o mesmo.

Absolute Batman #1
DC Comics

Esse trabalho resultou, ao menos julgando pela primeira edição, numa história que mostra o Batman de uma maneira genuinamente inédita, e que fala diretamente aos conceitos centrais do personagem. A vingança, o medo, a cidade. É como se Snyder e Dragotta retirassem a maquiagem e olhassem no mais profundo canto do coração de Bruce Wayne para identificar quem ele é. No processo, a dupla encena uma história de ação onde Alfred é um assassino profissional caçando o Batman, e Batman caçando a Gangue dos Animais de Festa, um grupo de terroristas que pratica atos de violência (aparentemente aleatória na cidade). 

Visualmente, Batman é musculoso e alto. Dá para imaginar Alan Ritchson, o Jack Reacher, interpretando essa versão do herói no cinema. Sua tecnologia não vem da riqueza, mas sim de sua experiência como engenheiro. Bruce ainda é inteligentíssimo, e capaz de construir muita coisa, mas a profissão também fala sobre sua relação com Gotham. Este é um Batman que, literalmente, construiu a cidade. Ele a conhece intimamente. Ele viu seus ossos.

Daí vem a necessidade de modernizar o personagem. De que temos medo hoje em dia? Bilionários não são vistos como mocinhos, o que explica tanto a retirada do dinheiro como "super-poder" do Batman, quanto às diferenças em um certo vilão (explicamos abaixo), e a morte agora não aguarda crianças no beco escuros, e sim nos tiroteios em massa. Na entrevista, Snyder explica essas mudanças na origem do herói, e na sua relação com os vilões.

Como é a nova origem do Absolute Batman?

Absolute Batman #1

No Universo Absolute, Thomas e Martha Wayne não são ricos. O pai de Bruce é professor da escola onde o próprio garoto estuda, e a mãe atua na política pública de Gotham City, uma cidade que vai de mal a pior (isso não mudou). A morte de Thomas Wayne acontece quando este leva a turma de Bruce para o zoológico e um tiroteio em massa acontece. Para salvar as crianças das balas, Thomas as tranca no viveiro dos morcegos, e declara para Bruce que de maneira alguma abra aquela porta. Essa é a última vez que o filho vê seu pai vivo.

Mas note que eu falei do pai. Martha Wayne não estava no zoológico, e por boa parte de Absolute Batman #1 acreditamos que sua morte virá em outro flashback. Não é o caso! Martha está viva. Como foi com Tio Ben no novo Ultimate Homem-Aranha da Marvel, Snyder decide usá-la como uma figura recorrente na vida atual de Bruce.

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Como são os vilões do Absolute Batman?

Absolute Batman #1

Outra coisa que muda é a relação de Bruce com alguns vilões. Como não cresceu na riqueza, isolado da sociedade, Bruce cruzou o caminho de alguns nomes conhecidos na sua infância. Na verdade, seu grupo de amigos inclui Waylon Jones (Crocodilo), Edward Nygma (Charada), Oswald Cobblepot (Pinguim), Harvey Dent (Duas-Caras) e, claro, Selina Kyle (Mulher-Gato). 

Só Waylon aparece no #1, como o dono da academia onde Bruce treina. Algumas referências aos outros são feitas, e é sugerido que pelo menos um deles tem um pézinho no crime. Waylon, porém, cita um reencontro da turma tuda naquela noite (Bruce falta, claro), e entendemos que, ao menos abertamente, nenhum deles é um maluco criminoso. Há, porém, uma exceção...

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Como é o Coringa em Absolute Batman

Como o próprio Snyder disse, bilionários são vilões. Neste caso, quem tem dinheiro é o Coringa. Vemos o vilão de relance, mas fica claro que grana não é a única coisa em comum com o Batman clássico que esta versão do palhaço (descrita, na verdade, como alguém que jamais ri) tem. Este Coringa treinou com a Liga dos Assasinos, e depois matou todos eles. Snyder diz que o Coringa será como um chefão final de videogame, e que Batman não chegará nele imediatamente.

Dentro deste mundo, Snyder diz, Batman é o caos. Batman não é um ricaço dentro do sistema, ele é quem está quebrando as coisas, mas para o bem. Será fascinante ver como o Coringa, que tipicamente representa essa natureza caótica, vai interagir com este herói tão diferente.

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