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The Dark Knight Strikes Again não é revolução, dizem fãs

The Dark Knight Strikes Again não é revolução, dizem fãs

06.12.2001, às 01H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H32
The Dark Knight Strikes Again 1 foi lançado ontem, 5 de dezembro, nos Estados Unidos e os fãs americanos começaram a emitir as primeiras opiniões sobre a HQ mais esperada do ano.

Se você não esteve em Apokolips até hoje de manhã, The Dark Knight Strikes Again é a continuação de O cavaleiro das trevas, a obra-prima de Frank Miller que levou os quadrinhos de super-heróis ao grande público em meados da década de 80.

Nesta seqüência, que se passa três anos após a suposta morte de Batman no final de O Cavaleiro das Trevas, os Estados Unidos estão praticamente em guerra civil. O presidente americano, fantoche do arquivilão Lex Luthor, promove um fascismo velado enquanto o país desmorona. O Homem-Morcego monta sua própria milícia, recrutando jovens e heróis da velha guarda, para, como sempre, salvar todo mundo. Eléktron, de volta ao papel de cientista, é um dos antigos aventureiros que se aliam ao Vigilante de Gotham, bem como o desaparecido Questão, que desponta com inusitado destaque. Sobra espaço até para Prez, obscuro astro da DC dos anos 70. O Super-Homem, por sua vez, torna a dar as caras, mas age como se fosse uma máquina sem emoções.

O que os fãs acharam do primeiro dos três volumes da mini-série&qt;&

"Não me desapontou nem um pouco (...) Não será revolucionária, já que é uma continuação, mas demonstra o que ainda pode ser feito com super-heróis", comenta um dos leitores em um fórum de discussão. "Não me pareceu uma seqüência, o que é ótimo, pois eu não queria que fosse (...) Vendo como o retorno de um grande criador à sua personagem mais famosa, é quase perfeita", diz o crítico Joseph Rybandt.

A conclusão geral é que a nova obra, apesar de sua excelente história, não causará tanto furor quanto a predecessora e nem salvará o decadente mercado americano como esperavam os mais otimistas; não só porque a original era diferente de tudo que saía na época, mas também por causa da mudança no estilo dos dois criadores envolvidos.

Enquanto O cavaleiro das trevas desenvolvia-se com mais lentidão, alternando-se entre um Batman introspectivo e flashes da mídia sensacionalista, Dark Knight Strikes Again chega a lembrar um mangá na velocidade do roteiro. Além disso, os desenhos de Frank Miller estão mais caricatos, trazendo inclusive pés e mãos gigantes tão comuns aos artistas americanos influenciados por quadrinhos japoneses.

Outra mudança significativa, alvo de reclamação dos fãs, é a colorização digital de Lynn Varley. A esposa de Miller utilizou aquarelas para pintar O Cavaleiro... (bem como outros trabalhos do marido, como Os 300 de Esparta), mas preferiu o computador para a nova mini-série. O resultado é consideravelmente diferente.

A maior reclamação, no entanto, diz respeito ao preço. Apesar da alta qualidade gráfica e das 80 páginas, cada edição de Strikes Again custa 7,95 dólares (um gibi comum custa entre 2 e 3 dólares nos EUA). Vários leitores dizem que vão esperar o tradepaperback (coletânea dos três números em uma única edição) para ler a mini-série, possivelmente por um preço mais baixo.

Miller e o terrorismo


Em O Cavaleiro das Trevas, Batman impede Duas-caras de destruir as torrer gêmeas de Gotham.

Enquanto os fãs corriam para comprar a primeira edição da mini-série (as comic shops fizeram um pedido de 200.000 exemplares), jornais norte-americanos da quarta-feira, 5 de dezembro, traziam entrevistas com Miller. Tanto no USA Today quanto no New York Daily News, os artigos centraram-se na discussão em torno da América e do heroísmo após 11 de setembro.

O primeiro jornal cita um balão de Jimmy Olsen na nova obra: "É claro que estamos [os EUA] em paz. Matamos todos que não concordavam conosco. Nossas crianças vivem num estado marcial". No segundo, são relembrados momentos de O cavaleiro das trevas como aquele em que o vilão Duas-Caras ameaça destruir as torres gêmeas de Gotham ou quando um avião explode ao bater num prédio.

Miller diz que seu trabalho mais recente tem momentos impactantes "que fazem ressonância" com os atentados terroristas que mudaram os Estados Unidos e o mundo em setembro último. Contudo, o autor disse que não mudou nenhum de seus planos em relação ao conteúdo da história, preferindo destoar do resto da produção cultural norte-americana.

No Brasil

A Editora Abril recentemente confirmou que The Dark Knight Strikes Again sai no Brasil em fevereiro. A tradução, como em O cavaleiro das trevas, ficará a cargo do editor do Omelete, Jotapê Martins. Aguarde mais notícias em breve, aqui no site.

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Imagens © DC Comics

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