Apesar da curta carreira como um grupo, os Beatles seguem até hoje como uma das bandas mais importantes da história da música mundial. Ainda assim, o conturbado final do grupo segue rendendo assunto, mesmo depois de mais de cinco décadas. Primeiro a falar sobre fim do conjunto e apontado por anos como o causador da dissolução do quarteto, Paul McCartney afirmou que John Lennon foi o verdadeiro “instigador” da separação (via The Guardian).
Em entrevista ao This Cultural Live, programa da BBC Radio 4, o compositor de “Yesterday” afirmou que Lennon “entrou na sala um dia e disse ‘estou deixando os Beatles’”. Segundo ele, os meses seguintes foram o “período mais difícil de minha vida”. “Essa era minha banda, meu trabalho, minha vida. Eu queria continuar”.
McCartney afirmou ainda que o processo judicial que abriu contra os companheiros de banda aconteceu por causa do empresário Allen Klein, que queria que os Beatles fingissem que ainda estavam juntos por meses. “O único jeito de lutar [por independência como artista] era processando os Beatles, porque eles estavam seguindo Klein. Anos depois, eles concordaram comigo”.
O astro afirmou também que vê a saída de Lennon como um reflexo de sua criação conservadora. “Ele sempre quis se livrar das amarras da sociedade, sabe? Ele foi criado por sua tia [Mimi Smith], que era bem repressiva (...), ele queria entrar num saco e passar uma semana deitado em uma cama em Amsterdã pela paz. Não tem como argumentar contra isso”.
Segundo o músico, Yoko Ono, apontada há décadas por fãs como a causadora da separação dos Beatles, não teve qualquer influência sobre o fim da banda. “Eles eram um ótimo casal. Havia uma força muito grande ali”.
A edição do This Cultural Life com a entrevista de McCartney será transmitida em 23 de outubro pela BBC Radio 4.
