Voz nacional de Tobey Maguire (na franquia Homem-Aranha) e do jovem Will Smith de Um Maluco no Pedaço, o ator Manolo Rey foi a escolha da Sony Pictures para ser a versão brasileira de Ryan Gosling no papel de K em Blade Runner 2049, que estreia nesta quinta. Na produção dirigida por Denis Villeneuve, é K quem vai atrás de um sumido caçador de andróides, Deckard, a fim de chegar à solução de um mistério ligado a formas de fabricação de vida sintética. Aos 50 anos, este carioca do Santo Cristo já soma três décadas de experiência na dublagem, tendo imortalizado figuras como o Gaguinho, em Looney Tunes, e Robin, em Jovens Titãs. Pai da também dubladora Bruna Laynes, Manolo fala aqui sobre as manhas de adaptar a atuação de Gosling para a língua portuguesa.
O que existe de mais singular na voz e na maneira de atuar de Ryan Gosling que é mais difícil de reproduzir na versão brasileira?
A minha voz se identifica muito com a voz do Ryan. Temos timbres bem parecidos. No quesito voz, não sinto dificuldade. A dificuldade maior, para qualquer ator de dublagem, é sempre passar a mesma verdade, respeitando as expressões faciais, intensidade, intenção. Nesse filme, especificamente, ele manteve um tom no decorrer de quase todo o filme, alterando-se em poucos e raríssimos momentos. O espectador saberá identificar o porquê dessas alterações. Não quero dar spoiler.
Qual é a responsabilidade que está atrelada à marca Blade Runner e que faz dessa dublagem algo mais singular?
A responsabilidade consiste no fato de que é um dos filmes mais esperados do ano. Nosso trabalho consiste em manter o altíssimo nível da produção. Como fã de Ridley Scott, procurei honrar a obra dele da melhor maneira possível na versão brasileira.
O que mais te cativou nessa sequência do cult de Ridley Scott?
Para mim havia a curiosidade de como se desenvolveria o futuro (agora), entende? No primeiro filme, tudo era fantástico, surpreendente. Mas aquele mesmo visual já não seria mais tão surpreendente. Então, o que vemos é um filme com um visual totalmente renovado, porém, mantendo a filosofia do primeiro, dando realmente uma sequência à história. O que me cativou mais ainda foi o fator psicológico que acompanha este filme. Máquina pensa? Máquina sente? O que é ser uma máquina, algo inventado?
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