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A Pantera Cor-de-Rosa 2

Filme está melhor do que o primeiro. O que não quer dizer muita coisa...

19.02.2009, às 17H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 18H04

Steve Martin já foi um comediante engraçado. Desceu dos palcos de comédia stand-up para ganhar fama em Hollywood. Mas dos seus últimos filmes, o único que realmente chama a atenção é o drama Garota da Vitrine, que ele escreveu e protagonizou. Quando o assunto é fazer rir, suas tentativas já não funcionam mais. E não é seu estilo de humor que ficou velho, foram as suas escolhas que começaram a ser cada vez mais óbvias (do ponto de vista comercial) - e erradas (do ponto de vista artístico).

E está aí A Pantera Cor-de-Rosa 2 (The Pink Panther 2, 2009) para provar tudo isso. A trama é vazia como a redoma que guardava o diamante Pantera Cor-de-Rosa, novamente roubado. Para tentar solucionar o crime à sua maneira, lá está o Inspetor Clouseau. Mas dessa vez ele não está sozinho. Foi reunido um "dream-team" da investigação, formado pelo italiano Vicenzo (Andy Garcia), o britânico Pepperidge (Alfred Molina) e o japonês Kenji (Yuki Matsuzaki), além do francês Clouseau (Martin), que recebe ajuda de Ponton (Jean Reno) e Nicole (Emily Mortimer).

A Pantera Cor-de-Rosa 2

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Um novo elemento chega depois e chama a atenção pela sua beleza. É Sonia, interpretada pela linda Aishwarya Rai Bachchan, estrela de Bollywood que faz sua estreia em Hollywood. Sua personagem junta-se ao grupo por ser uma biografista especializada no principal suspeito do crime, o gatuno conhecido como Tornado. Tudo é tão mal pensado e concretizado que nem o suposto quadrilátero amoroso que se esboça entre Sonia-Clouseau-Nicole-Vicenzo consegue se fechar.

Pior do que o sotaque francês-falando-inglês (e do bigodinho) de Martin, é o amontoado de clichês utilizados na construção dos outros detetives. Garcia faz o italiano sedutor com lenço no pescoço. Molina é o inglês cheio de si - só faltou pedir para interromper as investigações para tomar o chá das cinco. E o japonês Matsuzaki é um nerd quase babão apegado às últimas tecnologias. Não sei quanto foi o cachê dos atores, mas imagino que Alfred Molina e, principalmente, Jean Reno não precisavam passar por isso. E prefereria nem falar de John Cleese, que um dia já foi um Monty Python.

E antes que me acusem de qualquer coisa, já digo que não sou do time que é completamnte contra remakes. Só acho que eles têm de propor algo mais do que apenas fazer dinheiro. É triste ver a diferença do astuto, mas atrapalhado Clouseau de Sellers para a encarnação pateta e sortuda criada por Martin, e não adianta eles tentarem me enganar com a inclusão do karatê (homenagem ao Clouseau de Peter Sellers), nada ali consegue me convencer a te indicar o filme. E olha que melhorou muito em relação ao primeiro! Se continuar nessa progressão, lá pelo episódio 25 eles estarão equilibrados com o pior dos filmes da fase Blake Edwards.

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