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Crítica

Amor e Outras Drogas | Crítica

Boa química entre Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal faz o final breguinha valer a pena

27.01.2011, às 19H07.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H15

Prozac x Zoloft, Xanax x Ativan, Viagra x brochada, homem x mulher, amor x razão, relacionamento amoroso x independência de ser solteiro. Amor e Outras Drogas (Love and Other Drugs, 2010) gira em torno de competitividade e escolhas.

São os anos 90, e o mulherengo Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) largou a faculdade de medicina para trabalhar em uma loja de eletrônicos, como que competindo com o pai para mostrar-se no controle de sua própria vida. Mas Jamie acaba sendo despedido da loja, e passa a vender produtos bem menos inofensivos quando entra para o time de representates da gigante famacêutica Pfizer.

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Somos então apresentados ao inescrupuloso mundo das prescrições de medicamentos tarja preta, porém de maneira leve, sem entrar nas implicações sócio-políticas desse mercado - ficando bem distante de O Jardineiro Fiel, para citar um exemplo. A falta de ética é usada para efeito cômico em diálogos e os personagens obedecem a um único objetivo: fazer com que médicos receitem o medicamento da Pfizer ao invés do concorrente. É o momento do boom do Viagra. Quem se importa com a ética quando se tem nas mãos a milagrosa pílula azul do sexo? Amor e Outras Drogas é hedonista, assim como a plateia da primeira década dos anos 2000.

Ainda assim, era necessário um romance para evitar que a adaptação ao cinema do livro de não-ficção Hard Sell: The Evolution of a Viagra Salesman revirasse os podres da indústria farmacêutica nas telonas. Entra em cena Maggie Murdock (Anne Hathaway), personificando uma das fantasias masculinas como a garota que quer só sexo, dispensando as complicações de um relacionamento - fachada que proporciona escape fácil, evitando assim o risco da dor que todos corremos ao amar.

Quando a personagem de Hathaway deixa de bancar a durona e abandona o discurso do sexo casual, admitindo sua fragilidade e insegurança, o romance com Gyllenhaal passa a funcionar muito bem e o casal encontra sua química. Hathaway também parece muito confortável com todas as cenas de nudez do roteiro.

Amor e Outras Drogas tem uma narrativa muito interessante, contruindo personagens que cativam a plateia e uma linda história de amor mas, chegando ao final, o roteiro vai se entregando a um dos finais mais piegas do cinema romântico dos últimos tempos. Há certos desfechos fantasiosos e simplistas que plateias atuais não engolem mais.

Também fica o desejo por mais referências da década de 90, especialmente na trilha sonora. Mesmo com o amplo uso de pagers, com o baseado, e com o figurino grungeiro de Hathaway - com direito a macacão, jeans rasgado e camisa de flanela xadrez -, a ambientação noventista não fecha sem a música certa. A rápida cena da "Macarena" é inspirada, mas faltou uma pitada de Seattle.

Amor e Outras Drogas | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
Amor e Outras Drogas
Love and Other Drugs
Amor e Outras Drogas
Love and Other Drugs

Ano: 2011

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 113 min

Direção: Edward Zwick

Elenco: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt, Hank Azaria, Gabriel Macht, Judy Greer, George Segal, Jill Clayburgh, Kate Jennings Grant, Katheryn Winnick, Kimberly Scott, Peter Friedman, Nikki DeLoach, Natalie Gold, Josh Gad, Ian Novick

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