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Batman - O Cavaleiro das Trevas - Visita ao SET (Parte 1)

O caminho até Gotham City, o encontro com o produtor e almoço ao lado dos asseclas do Coringa

14.07.2008, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H32

Podem falar mal à vontade de Londres, cidade que tem como um dos seus símbolos a neblina - o London Fog -, mas sempre vou adorar a capital inglesa. Ainda mais depois que fiz por lá uma escala que me levou para Gotham City, ou pelo menos à cidade cenográfica criada em Cardington, um enorme hangar que em outros dias serviu como base da força aérea real britânica.

A viagem de uma hora e meia foi preenchida com uma providencial (e óbvia) sessão de Batman Begins (2005). Ao chegar ao enorme hangar, a primeira coisa que vi foi um caminhão da SWAT de Gotham City, que estava do lado de um caminhão da fábrica de Chocolates Wonka, táxis amarelos de Gotham City e uma réplica do "caminhão malabarista" que alguns meses antes tinha dado uma pirueta em Chicago. Não precisa estranhar o veículo Wonka. Ele não tem nada a ver com Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008). Estava apenas estacionado por lá, pois a Warner Bros. aluga o espaço e usa também como depósito.

Recebemos crachás de visitantes, fomos convidados a desligar os celulares e entrar no hangar. Vira para cá, vira para lá, sobe uma escada, anda um corredor e chegamos a uma sala recheada com 15 fotos do filme (nenhuma inédita para quem acompanhava as novidades aqui no Omelete) e uma TV de 72 polegadas que estava ligada ao video assist - equipamento que grava e mostra em tempo real o mesmo que acabou de ser filmado. Infelizmente as cenas que estavam sendo rodadas naquele dia aconteciam em um cenário que não comportava muitas pessoas, por isso acabamos vendo a ação apenas através deste aparelho. E isso quando ele funcionava, porque um carrinho de equipamento tinha passado por cima de um cabo e o sinal chegava cheio de problemas.

Batman - O Cavaleiro das Trevas

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Batman - O Cavaleiro das Trevas

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Azar? Sim. Estragou o dia? Não! Entre uma cena em que o Batman aparecia pulando e socando bandidos e outra em que era rodeado pelos asseclas do Coringa, dava para ver o diretor Christopher Nolan equilibrando uma caneca térmica na mão enquanto dava instruções a Christian Bale sobre como proferir seus golpes ou atirar aquela pistola com cabo-de-aço que o leva para cima e para baixo do prédio onde a cena se ambientava. Na época era impossível saber exatamente o que estava acontecendo, mas hoje, depois de já ter visto o filme, posso dizer que é uma cena final, em que o Batman usa um dos seus novos aparelhos para saber onde está o seu alvo.

Quem logo apareceu na sala para dar um "oi" e conversar um pouco foi o produtor Charles Roven. Foi ele quem nos contou que essa seria a primeira vez que o personagem Batman sairia de Gotham City. "Nos filmes, ele sempre ficou apenas em Gotham. Mas dessa vez, o destino o leva a Hong Kong", diz, tentando manter segredo sobre os motivos que levam o herói ao outro lado do mundo.

Mas a cidade chinesa e os sets ingleses não foram as únicas locações do filme. Boa parte do projeto foi rodado em Chicago. "Foi ótimo", lembra. "O prefeito, a população da cidade, todo mundo estava muito empolgado por estarmos lá e o resultado desse ambiente favorável nos permitiu fazer coisas incríveis, que eu não sei se teríamos conseguido fazer em outra cidade. Nem mesmo em Los Angeles, que é a capital do cinema nos Estados Unidos. Acredito que todo mundo tenha visto a cena da fábrica explodindo... nada daquilo seria possível sem o apoio do governo local... E tem aquela outra cena que foi capturada pelos celulares de alguns fãs em que nós capotamos um caminhão. Nós fizemos aquilo no centro financeiro de Chicago!"

As duas cenas fazem parte do esforço realista de Nolan, que prefere montar e filmar a pirotecnia toda de verdade, partindo para a computação gráfica somente quando não há outra opção. "Em um filme desse tamanho, normalmente você teria duas vezes mais efeitos computadorizados do que nós temos nesse filme", garante Roven. E não pense que esta escolha tem a ver com orçamento. Muitas vezes, os pixels até seriam mais baratos do que os explosivos.

Esta busca pelo apuro visual levou Nolan também a usar câmeras especiais para a projeção nas enormes salas IMAX. Quem explica a diferença do cinema normal para o IMAX é o produtor: "O filme é duas vezes maior que o 35mm normal. A diferença de filmar em IMAX é a escala, o tamanho da janela que você consegue ver. E você também tem esta imagem incrivelmente linda. Nós tivemos a chance não apenas de capturar com esta imensa qualidade, mas também, na hora de fazer o 'downgrade', mantê-la na tela para que todos possam ver. Tudo o que teremos no IMAX, você também vai ver nos cinemas normais."

Rolê por Gotham City

Quando Roven deixou a sala, nós fomos dar uma volta pelo set. Ao abrir a porta, uma surpresa: o lugar era maior do que eu poderia imaginar. Já tinha ido até ao famoso Pinewood Studio, onde são filmadas cenas dos filmes da série 007, mas quando vi que o Asilo Arkham estava ali, inteirinho na minha frente, e ocupava nada do espaço total do lugar, meu queixo caiu no chão... e foi se arrastando à medida em que eu ia andando pelo local. Quem viu os extras do DVD de Batman Begins vai se lembrar que quarteirões inteiros do Narrows foram construídos por lá. E não é só isso. Estão ali também o beco onde os pais de Bruce Wayne foram mortos, o pedaço em que Gordon aparece dirigindo o Batmóvel e aquela escadaria do primeiro filme onde o Batman conversa com um menino, para ficar só no óbvio que eu consegui pescar por lá enquanto andava por fachadas explodidas e desviava de placas de trânsito pichadas.

Ao virar a esquina, finalmente chegamos a uma parede. Ela estava servindo de suporte para uma enorme tela verde. Na sua frente estava o prédio de oito andares onde estava sendo rodada a cena daquele dia. Sim, você leu certo: eles construíram por lá um edifício de oito andares de altura!

Mal consegui colocar meu maxilar no lugar e já era hora do almoço. Não me lembro muito bem o que tinha no cardápio, mas uma imagem ainda é clara na minha mente: estávamos rodeados por capangas do Coringa. Talvez seja por isso que a comida tenha ficado em segundo plano, estava mais preocupado em acabar logo e sair dali, antes que algum deles resolvesse me atacar.

Leia na segunda parte: uma visita ao Batguarda-roupa e o encontro com o Batpod

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