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Crítica

Beleza Adormecida | Crítica

Pretensões atrapalham estreia de cineasta neo-zelandesa

29.03.2012, às 18H59.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H37

A produção australiana Beleza Adormecida (Sleeping Beauty, 2011) parte de uma intrigante premissa. O filme trata da história de Lucy (Emily Browning, de Sucker Punch), uma atraente jovem que se vira como pode em uma metrópole até que recebe uma oferta tentadora: dormir por dinheiro, sem saber o que é feito com seu corpo durante as noites em que passa em uma milionária casa de campo.

Beleza Adormecida

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A ideia da diretora estreante Julia Leigh é cheia de promessas e pretende realizar uma exploração do desejo humano, das oportunidades perdidas enquanto chega a velhice, mas não passa de um pretensioso exercício forçadamente artístico, quase acadêmico em sua execução.

Na ânsia de romper com o estabelecido, de buscar sua própria linguagem, Leigh - produzida pela cineasta neo-zelandesa Jane Campion, de O Piano - ignora o estabelecido da pior maneira possível, apostando em arrastadíssimas cenas sem cortes ou planos que rompem a quarta parede visando causar estranheza, mas sem utilidade dentro da narrativa. A estética pela estética, frequentemente minimalista, nada faz para enriquecer a trama superficial, que não se desenvolve ou apresenta direito a protagonista.

Vemos Lucy indo de um emprego ao outro, sem entender como 24 horas de um dia conseguem abranger todas as suas atividades - que vão de garçonete a prostituta, de cobaia de laboratório a contínua. A relação dela com os demais personagens é deixada de lado propositamente, provavelmente acreditando que as elipses seriam suficientes para estabelecer qualquer relação de simpatia com a "heroína". Não são. Lucy passa o filme todo com "cara de paisagem" - e quando é exigida alguma emoção da personagem, Browning simplesmente não convence.

Há algumas cenas de impacto dentro da mansão em que as melhores cenas do filme se desenrolam, mas nada que torne Beleza Adormecida digno de atenção. O que deveria ser uma parábola sobre o feminismo (os velhotes têm o corpo de Lucy, mas não podem atingir sua mente) acaba mesmo é um tedioso ensaio sobre pretensões no cinema.

Beleza Adormecida | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Regular
Beleza Adormecida
Sleeping Beauty
Beleza Adormecida
Sleeping Beauty

Ano: 2011

País: Austrália

Classificação: 16 anos

Duração: 104 min

Direção: Julia Leigh

Roteiro: Julia Leigh

Elenco: Emily Browning, Rachael Blake, Ewen Leslie, Mirrah Foulkes

Onde assistir:
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