Crimes de Autor
Claude Lelouch investe em suspense policial
Filme mais recente do veterano e prolífico cineasta francês Claude Lelouch, Crimes de Autor (Roman de Gare) o mostra investindo num estilo interessante, o drama policial.
Para este filme, Lelouch, considerado por muitos (e por ele mesmo) como o grande injustiçado da Nouvelle Vague, decidiu dirigir sob pseudônimo. O estratagema visava fazer com que a crítica conferisse a obra sem preconceitos. Não funcionou. Para inscrever-se na competição do Festival de Cannes ele teve que revelar sua identidade... e de quebra, ouviu piadinhas da mesma crítica que tentava driblar.
crimes de autor
O fato é que Crimes de Autor não tem lá nada de mais. Tem um roteiro interessante e um certo charme, mas é um tanto fascinado demais por suas próprias idéias. Aliás, as martela (nada sutilmente) durante toda a película, o que colabora para um desinteresse pela solução do caso apresentado.
Mas o policial traz também alguns elementos de interesse. Tem especialmente uma fotografia competente e ótimas interpretações (o diretor é conhecido por seu estilo que preza a improvisação dos atores) e seleção de elenco.
A diva Fanny Ardant vive Judith Ralitzer, escritora best-seller e femme fatale. O estranho Dominique Pinon (o ator-fetiche de Jean-Pierre Jeunet) interpreta o ghost-writer dela, um homem talentosíssimo e cansado de viver à sombra de uma mentira. Completa o elenco principal a (sexy) revelação Audrey Dana, como uma cabelereira que mudará a história de ambos.
Lelouch sabe filmar, mas seu roteiro se esforça demais para desviar a atenção dos acontecimentos, o que acaba entregando surpresas e arruinando a trama. Quando finalmente o mistério é desvendado eu queria mais é ir pra casa.