Icone Chippu

Alguém disse desconto? Com o Chippu você tem ofertas imperdíveis de streamings e Gift cards! Corre!

Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Icone Conheça Chippu Ver ofertas
Icone Fechar
Filmes
Crítica

Crítica: A Fita Branca

Michael Haneke aplica a relação de crime e castigo de Caché para a Alemanha pré-nazismo

MH
07.10.2009, às 12H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H53

Crimes de ódio não são novidade nos filmes de Michael Haneke (Violência Gratuita), e em A Fita Branca (Das Weiße Band), Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2009, ele procura a origem do crime de ódio mais filmado e analisado do século 20, o Holocausto.

Estamos em um vilarejo na Alemanha às vésperas da Primeira Guerra Mundial, e o vínculo com o nazismo é montado já na fala do narrador, que conta que ali, naquela comunidade, pequenos eventos prenunciam o que aconteceria com o país todo, anos depois. Haneke começa o filme, portanto, amarrado conscientemente nessa analogia com o Holocausto - e, ao seu modo habitual, começa a ditar o tipo que reação que espera do público.

Omelete Recomenda

the white ribbon

None

the white ribbon

None

O primeiro mistério é filmado com impacto: o médico do vilarejo está voltando para casa, montado num cavalo, quando um arame esticado entre cercas derruba o animal. Não se encontra o culpado pelo arame. Tempos depois, o filho do barão local se torna vítima. Em comum, os crimes têm a forma de castigo. Como em Caché, esse flerte com o subgênero do whodunit se reveste de comentário social - existe algo escondido ali, e não é só a identidade do criminoso.

O fato é que a punição, embalada como disciplina, está enraizada no vilarejo - e a fita branca do título, que o pastor local força dois de seus filhos a usar, como sinal de vergonha por pecados cometidos, é obviamente a antevisão da futura etiquetação antissemita de judeus nos princípios da Segunda Guerra. Costuma-se crer que Hitler chegou ao poder auxiliado pelo rancor que os alemães sentiam após a devastação do país na Primeira Guerra, mas para Haneke o embrião do mal é anterior.

E a maneira que o diretor austríaco encontra para dar rosto a esse mal é agressivamente despojada: close-ups de caras limpas, de feições sem traços de culpa ou de remorso, sem traço mesmo de ódio - ainda que esse ódio, nós sabemos, exploda de tempos em tempos. Um personagem diz, em algum momento, certeiro, que se trata de um ódio pior: os linchadores odeiam a si mesmos. De novo, como em Caché, a questão é entender quem é de fato a vítima.

Se A Fita Branca está preso à analogia com o nazismo, pelo menos a exerce com lampejos de brilhantismo, como no plano final, da missa na igreja, com sua arquitetura que lembraria depois um salão do Terceiro Reich. Independente da crítica que se faça à postura de Haneke diante do espectador, é inegável que ele está se fazendo entender.

Leia mais críticas do Festival do Rio 2009

Nota do Crítico

Bom
Marcelo Hessel

A Fita Branca

Das weisse Band

2009
12.02.2010
145 min
Drama
País: Alemanha, França
Classificação: 14 anos
Direção: Michael Haneke
Elenco: Christian Friedel, Leonie Benesch, Ulrich Tukur, Fion Mutert, Levin Henning, Maria-Victoria Dragus, Leonard Proxauf, Thibault Sérié, Johanna Busse, Ursina Lardi, Susanne Lothar, Michael Kranz, Burghart Klaußner, Steffi Kühnert, Josef Bierbichler, Rainer Bock, Roxane Duran, Detlev Buck, Birgit Minichmayr, Carmen-Maja Antoni
Onde assistir:
Oferecido por

Comentários (0)

Os comentários são moderados e caso viole nossos Termos e Condições de uso, o comentário será excluído. A persistência na violação acarretará em um banimento da sua conta.

Sucesso

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.