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Crítica

Crítica: A Mente que Mente

John Malkovich em seu melhor papel desde Quero Ser John Malkovich

14.01.2010, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H57

Cansado do entediante curso de direito que faz para satisfazer a vontade do pai (Tom Hanks), o jovem Troy (Colin Hanks) larga os livros e se depara com a cara realidade. Desesperado para conseguir uns trocados, dá um tempo na sua empreitada como escritor e acaba aceitando o cargo de gerente de turnê de Buck Howard (John Malkovich) ou "O Grande Buck Howard", como ele gosta de ser chamado.

Buck (abertamente inspirado no Amazing Kreskin) é um mentalista - esses mágicos modernos que adivinham coisas - e teve seus dias de glória nos anos 70, quando chegou a participar 61 vezes do Tonight Show. Hoje, porém, se apresenta para teatros meio vazios em cidadezinhas no interior dos Estados Unidos. Carismático, ele chega acenando a todos, fazendo juras de amor à cidade e à plateia. Troy está sempre ao seu lado, carregando suas bagagens, cuidando para que o conhaque e água estejam no camarim, etc.

A Mente que Mente

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O cenário deprimente de um astro decadente do showbiz é prato cheio para o diretor Sean McGinly, que em 2003 já havia escrito e dirigido Tempo Esgotado (Two Days), sobre um ator fracassado que decide se suicidar, mas antes decide documentar seus últimos dois dias de vida. E ninguém melhor para fazer um personagem esquisito e excêntrico do que o esquisito e excêntrico John Malkovich, que aqui capricha em um aperto de mão para lá de exagerado, um sorriso largo e uma franja como há muito não se via em sua cabeça. Não é exagero dizer que é seu melhor papel desde que interpretou a si mesmo em Quero Ser John Malkovich.

A história caminha mornamente até que Buck decide apresentar ao mundo um número em que hipnotiza 800 pessoas de uma só vez fazendo-as dormir. Para ajudá-lo a chamar a atenção da mídia aparece a relações públicas Valerie (Emily Blunt), com quem Buck não simpatiza. E para piorar a situação entre os dois, bem na hora do grande truque, Jerry Springer sofre um acidente e todos os repórteres no local são enviados para cobrir a história, deixando Buck sozinho e atormentado. Mas como que num passe de mágica, o que parecia ser o fim de sua carreira se torna o seu passaporte de volta aos holofotes dos programas de televisão e ao grande palco dos Estados Unidos, Las Vegas.

Alternando momentos mais dramáticos, com outros de vergonha alheia, comédia leve e alguma ternura A Mente que Mente (The Great Buck Howard, 2008) consegue - com seu jeito independente e rostos conhecidos - ganhar o público. Mas não espere números grandiosos de mágica ou tensão. Assim como o show do Grande Buck Howard não se adapta às luzes de Las Vegas, o filme também parece fazer de tudo para tirar de si os holofotes. Por isso, não se sinta culpado se deixar passar a oportunidade de vê-lo no cinema. Vê-lo em casa numa tarde de domingo pode ser uma experiência até melhor, mais mágica.

Saiba onde o filme está passando

Nota do Crítico
Bom
A Mente que Mente
Great Buck Howard
A Mente que Mente
Great Buck Howard

Ano: 2008

País: EUA

Classificação: 10 anos

Duração: 90 min

Direção: Sean McGinly

Elenco: John Malkovich, Colin Hanks, Emily Blunt, Ricky Jay, Steve Zahn, Tom Hanks, Griffin Dunne, Debra Monk, Adam Scott, Patrick Fischler, Wallace Langham, Jonathan Ames, Jon Stewart, Kelly Ripa, Jacquie Barnbrook, Casey Wilson, Stacey Travis, Dale Waddington, Jay Leno, Conan O'Brien

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