Filmes

Crítica

Crítica: Amor Sem Escalas

Diretor de Juno volta para nova comédia dramática

21.01.2010, às 18H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H57

Quem não sabe que Amor Sem Escalas (Up In The Air, 2009) é uma adaptação de um livro lançado em 2001 pode achar que filme é datado, criado para este momento de crise econômica. Nada mais justo, afinal seu protagonista é Ryan Bingham (George Clooney), um Conselheiro de Transições de Carreira. Resumindo, ele é um executivo contratado por empresas desesperadas que precisam mandar pessoas embora, mas não têm coragem de sujar suas mãos e fazer isso elas mesmas. Ele é o cara que vai chegar sem ser anunciado, se sentar numa sala reservada e começar a chamar as pessoas que serão dispensadas. As reações, claro, vão do desdém ao desespero, passando por choro e ameaças de morte.

O atual cenário financeiro realmente deixa o filme bastante atualizado, mas ela é apenas pano de fundo para algo completamente atemporal: o comportamento humano. Depois de anos fazendo este trabalho, Bingham desenvolveu técnicas eficientes. Em sua mente já há um roteiro do que fazer em cada situação com respostas prontas e bem ensaiadas. Tudo para tornar o processo o mais humano possível, mostrando ao recém-desempregado que ele pode aproveitar aquele momento triste e tirar proveito para mudar sua vida, recomeçar. A cara de cachorro abandonado que Clooney faz ao levantar suas sobrancelhas e a sua voz sussurrada são ideais para o papel (e para manter as mulheres apaixonadas por ele).

Amor Sem Escalas

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Viajando de um lado para outro dos Estados Unidos, revezando check-ins de aeroportos e hotéis, Bingham tornou-se metódico e impessoal (suas dicas de como sobreviver em aeroportos valem ouro!). Seu único hobby é acumular milhas. Aliás, mais do que um hobby, é uma obsessão. Não há uma azeitona que não vire milhagem. Suas experiências na estrada serviram também de inspiração para uma palestra motivacional para outros executivos. Nela, Bingham prega que você deve viver apenas com aquilo que não é um peso em seus ombros, deixando de lado até mesmo família, amigos e casa.

Porém, duas mulheres entram em suas vidas. Quem vem primeiro é Alex (Vera Farmiga), uma versão de saias do próprio Bingham, que passa mais tempo viajando do que na sua casa, em Chicago. Igualmente sem comprometimentos, os dois abrem seus notebooks e começam a agendar encontros entre voos e trocar mensagens pelos seus blackberries. A outra é Natalie (Anna Kendrick), uma jovem recém-saída da faculdade que chega para implementar um sistema que possibilita demitir as pessoas usando videoconferência, um toque ainda mais impessoal ao processo.

Isso é tudo o que o diretor Jason Reiman (Juno, Obrigado Por Fumar) e o roteirista Sheldon Turner precisam para começar a mostrar os sentimentos escondidos (ou deveríamos dizer controlados?) do seu protagonista. Com Alex, Bingham revisita sua infância e acaba em um casamento. Com Natalie, mostra todo o seu profissionalismo que no início se confundia com uma falta de humanidade.

O título nacional pode dar a impressão de uma comédia romântica. Mas Amor Sem Escalas é mais do que isso. Há, sim elementos cômicos e algum romance no ar, mas há também toda a dramaticidade que vem de carona no emprego de Bingham. Pode até não ser o filme da sua vida, mas é um filme que certamente vai te fazer parar e pensar no que você está fazendo com sua vida.

Nota do Crítico
Ótimo
Amor Sem Escalas
Up in the Air
Amor Sem Escalas
Up in the Air

Ano: 2009

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 109 min

Direção: Jason Reitman

Elenco: George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick, Jason Bateman, Melanie Lynskey, Sam Elliott, Amy Morton, J.K. Simmons, Danny McBride, Zach Galifianakis, Steve Eastin, Adrienne Lamping, Tamala Jones, Chris Lowell

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