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A Batalha de Riddick | Crítica

<i>A batalha de Riddick</i>

15.07.2004, às 00H00.
Atualizada em 06.11.2016, ÀS 09H07

A Batalha de Riddick
Chronicles of Riddick

EUA, 2004
Ficção científica, 115 min.

Direção: David Twohy
Roteiro: David Twohy

Elenco: Vin Diesel, Colm Feore, Thandie Newton, Judi Dench, Karl Urban, Alexa Davalos, Linus Roache, Yorick van Wageningen, Nick Chinlund, Keith David, Mark Gibbon, Roger R. Cross, Terry Chen, Christina Cox, Nigel Vonas

Em 2000, o cineasta David Twohy escreveu e dirigiu um suspense de ficção científica chamado Eclipse mortal (Pitch Black, disponível em DVD). Lançado sem alarde na época, o filme ganhou força aos poucos, conquistando uma legião crescente de fãs e status de cult.

Na trama, uma nave espacial sofre um acidente e cai num misterioso planeta iluminado por três sóis e repleto de criaturas vorazes. Entre os sobreviventes da colisão está Richard B. Riddick, um dos mais violentos e perigosos assassinos de toda a galáxia. Interpretado por Vin Diesel, em seu primeiro papel de destaque depois de ser lançado em O resgate do soldado Ryan, o personagem é um anti-herói de primeira: feroz, violento, dono de uma mutação bacana (ele enxerga no escuro com olhos prateados) e capaz de ficar incólume onde ninguém mais sobreviveria.

Dois anos depois de Eclipse mortal, a carreira de Diesel já estava devidamente estabelecida com Velozes e furiosos e Triplo X. O nome do ator tornou-se sinônimo de boa bilheteria e os estúdios começaram a apontá-lo (ao lado de Dwayne "The Rock" Johnson) como o possível sucessor de Arnold Schwarzenegger como o próximo grande herói de ação. Entretanto, depois de ser substituído por atores mais baratos em + Velozes + Furiosos e Triplo X 2, Diesel deve ter começado a imaginar maneiras de controlar suas próprias franquias de sucesso. Rapidamente, voltou a trabalhar com Twohy e tornou-se produtor de A Batalha de Riddick (The chronicles of Riddick), imaginando transformar o anti-herói na estrela de sua própria trilogia.

Aparentemente, a idéia não deu tão certo. O segundo filme de Riddick foi muito mal nas bilheterias norte-americanas e não deve sair-se muito melhor nos demais mercados. Curioso, já que a aventura traz tudo o que o público de Diesel tanto gosta: roteiro raso, ação vertiginosa e exagerada e muita pancadaria.

No filme, Richard B. Riddick passou os últimos cinco anos fugindo de mercenários empenhados em receber a recompensa por sua morte. Depois de muitas viagens pelas fronteiras mais remotas da galáxia, ele acaba sendo atraído ao planeta Helion, lar de uma sociedade multicultural que foi invadida por um lorde guerreiro e seus necromonges. Esses conquistadores intergalácticos singram o espaço em busca de mundos para converter à sua fé e, posteriormente, destruir.

No início, Riddick trata a ameaça com desdém, afinal, a luta não é sua. Entretanto, quando o Necromonge supremo, Lorde Marshal (Colm Feore), descobre através de uma entidade elemental (Judi Dench, deslocada) que o truculento assassino pode ser a única pessoa no universo capaz de matá-lo, ele coloca todo um destacamento de sua legião atrás de Riddick.

Ok, o roteiro não é lá essas coisas, mas o visual criado pelo designer de produção Holger Gross é bastante impressionante. Todos os cenários são incríveis, suficientemente inovadores e ecoam o estilo de Eclipse mortal, no qual David Twohy disfarçou a falta de verba com filtros coloridos que davam um aspecto extraterrestre ao deserto onde o filme foi rodado. Além disso, uma das melhores idéias da aventura original também ganhou uma contraparte interessante na nova produção: enquanto o antecessor tinha uma corrida contra o tempo para evitar um eclipse lunar, o "primo rico" A batalha de Riddick, mostra uma seqüência (absurda, mas engraçada) passada em Crematória, um planeta no qual as temperaturas variam de um calor infernal, capaz de desintegrar um corpo humano em segundos, ao frio glacial. Só é possível andar na superfície durante o crepúsculo, quando a temperatura está suficientemente temperada, mantendo-se em movimento para que o calor fique atrás e o frio à frente. Só que ninguém consegue ser tão rápido quanto o ciclo de rotação do planeta...

Um entretenimento divertido, com um final interessante, mas que dificilmente ganhará a grandiosa continuação pretendida pelos seus produtores. Vin Diesel se esforça em seus grunhidos guturais, mas a essência do personagem é perdida diante de tanta pirotecnia. Talvez se voltassem às origens humildes e ao suspense do primeiro filme - algo quase impossível dado o gancho final da aventura -, Riddick teria uma nova chance nas telas... mas não será fácil.

Nota do Crítico
Regular
A Batalha de Riddick
The Chronicles of Riddick
A Batalha de Riddick
The Chronicles of Riddick

Ano: 2004

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 119 min

Direção: David Twohy

Roteiro: David Twohy

Elenco: Vin Diesel, Colm Feore, Judi Dench, Karl Urban, Thandie Newton, Alexa Davalos

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