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Crítica

Assalto à 13º DP | Crítica

Remake de filme cult de John Carpenter diverte sem ir além do original

07.04.2005, às 00H00.
Atualizada em 28.08.2018, ÀS 17H00

Antes de ficar famoso com Halloween (1978), John Carpenter fez Assalto à 13ª DP (Assault on Precinct 13, 1976), longa que ecoava a paranóia política e social de uma era conturbada. Tudo bem, a idéia não era assim tão original. George Romero já havia feito o mesmo em seu über clássico A noite dos mortos-vivos (1968) e a estrutura da trama - caras cercados por forças em maior número - vinha do western. No entanto, até hoje o longa é lembrado com interesse pelos fãs do chamado Filme B e sua estética. Afinal, apesar de costurar alguns temas já utilizados, o filme conta com a mão certeira de Carpenter, que é um alfaiate de mão cheia.

A idéia de refilmar algo assim não foi bem-recebida de início, afinal, os tempos são outros e a paranóia hoje é completamente diferente da setentista. Mas isso pouco importa para a indústria, afinal, tudo o que eles precisam hoje é do seu dinheiro, e gente perturbada não abre a carteira. Que a tarefa de falar com estas pessoas fique com os independentes... como o John Carpenter de 1976.

Entretanto, se deixarmos a eterna busca por relevância no cinema de lado, o longa resulta interessante, superior a muitos dos thrillers policiais recentes. O diretor francês Jean-Francois Richet usa basicamente o mesmo material do original em sua história, transformando-o num drama de ação competente. O uso de câmera e as cores desbotadas, acinzentadas, prestam homenagem ao original, e os astros equilibram a estética com os rostos conhecidos e o tom moderno que o público em geral espera destes filmes.

Na nova versão, a 13ª Delegacia de Polícia de Detroit está sendo fechada. As instalações serão mudadas para um novo prédio e cabe ao sargento Jake Fornick (Ethan Hawke) a tarefa de fechar as portas à meia-noite do 31 de dezembro. Ao seu lado estão apenas um policial veterano às vésperas da aposentadoria (Brian Dennehy) e a secretária turbinada (Drea de Matteo). Todos os demais estão em casa, celebrando o Ano Novo.

A tranqüilidade da delegacia é perturbada com a chegada de um dos maiores chefes do crime da cidade, o temido Bishop (Laurence Fishburne). Recém-capturado pela polícia, ele está sendo transferido para uma penitenciária ao lado de mais três bandidos comuns quando a tempestade de neve que cai na cidade força o ônibus em que viajam a buscar abrigo na 13ª DP. Não tarda para que um grupo fortemente armado e cheio de tecnologia militar inicie suas investidas contra a delegacia para chegar até Bishop. Cabe então ao indeciso sargento Jake, que carrega traumas pesados de sua última missão (antes de ser um policial burocrata ele era um agente infiltrado), a tarefa de reencontrar suas forças e defender o local das forças opostas. Para tanto, terá que contar com a ajuda dos próprios prisioneiros já que estão todos totalmente isolados do mundo exterior.

A partir daí a ação se desenrola sem arestas. Richet é econômico e realista. Ninguém salta com duas armas nas mãos gritando e atirando. Pelo contrário. As balas estão voando e "manter a cabeça abaixada", como sugere o tira veterano, é a melhor alternativa. Há, porém, um problema. No final da película surge uma floresta ao lado da delegacia que em momento algum parecia estar ali. Essa seqüência final na mata destoa da bom clima urbano do restante da produção. Felizmente, não invalida o filme que, apesar da falta de uma razão de ser além da monetária, surge como uma diversão competente, motivo mais que razoável para uma visita ao cinema hoje em dia.

Ah, se você quiser ver o original de Carpenter antes (ou depois), ele está disponível em DVD aqui.

Nota do Crítico
Bom
Assalto à 13ª DP
Assault on Precinct 13
Assalto à 13ª DP
Assault on Precinct 13

Ano: 2005

País: EUA, França

Classificação: 16 anos

Duração: 109 min

Direção: Jean-François Richet

Elenco: Ethan Hawke, Laurence Fishburne, Gabriel Byrne, Maria Bello, Drea de Matteo, John Leguizamo, Brian Dennehy, Ja Rule, Currie Graham, Aisha Hinds, Matt Craven, Fulvio Cecere, Peter Bryant, Kim Coates, Hugh Dillon, Tig Fong, Jessica Greco, Dorian Harewood, Arnold Pinnock, Edward A. Queffelec

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