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Casseta e Planeta - A Taça do Mundo é Nossa | Crítica

<i>Casseta e Planeta - A Taça do Mundo é Nossa</i>

20.11.2003, às 00H00.
Atualizada em 08.11.2016, ÀS 06H00

Casseta e Planeta - A Taça do Mundo é Nossa
Brasil, 2003
Comédia - 90 min.

Direção: Lula Buarque de Hollanda
Roteiro: Casseta & Planeta

Elenco: Beto Silva, Bussunda, Claudio Manoel, Helio de la Peña, Hubert, Marcelo Madureira, Reinaldo, Maria Paula, Deborah Secco, Toni Tornado, Carlos Alberto Torres, Jairzinho

Depois de muitos anos fazendo humor em revistas, livros, jornais, rádio e no seu próprio programa de TV na poderosa Rede Globo, a galera do Casseta e Planeta dá o seu maior passo e faz o seu primeiro longa-metragem Casseta e Planeta: A taça do mundo é nossa. Teria o humor anárquico do grupo sobrevivido à transição?

Ao contrário do que a maioria esperava, o filme não é uma sucessão de sketches de humor, como no programa de TV. Aliás, nenhum dos consagrados personagens da telinha deu as caras no escurinho do cinema. Nada do folclórico Seu Creysson, nem do anabolizado Carlos Massaranduba ou da dupla Fucker e Sucker. Uma decisão no mínimo ousada, principalmente se levarmos em conta que tudo se passa durante os anos 70 e requer algum conhecimento da época para a compreensão de diversas piadas.

A história (sim, existe uma história!) mostra o trio de revolucionários composto pelo comunista Wladimir Illitch Stálin Tsé Tung Guevara (Bussunda), o frustrado cantor da Jovem Guarda Peixoto Carlos (Hubert) e o vegetariano riponga Denilson (Hélio de La Peña). Reunidos após uma série de coincidências, os três resolvem lutar contra a ditadura militar da época roubando a recém-conquistada Taça Jules Rimet. Eles recebem a ajuda da fogosa Lucy Ellen (Maria Paula), filha do molenga General Mirandinha (Cláudio Manoel) e sua controladora esposa Dolores (Marcelo Madureira). Confusões e absurdos se seguem enquanto os enrolados guerrilheiros tentam fugir das forças da repressão e acabam se encontrando com figuras importantes da época, como Pelé, Fernando Gabeira e até o próprio Che Guevara (todos interpretados por diversos integrantes da trupe dos Cassetas).

Apesar de ter uma história relativamente consistente, tudo não passa de uma desculpa para o grupo disparar sua metralhadora giratória de piadas em direção dos espectadores. Até pelo próprio volume de gracinhas, elas acabam não tendo uma qualidade uniforme. Umas são boas, outras, ruins e algumas viverão para sempre na infâmia, como a piada com Che Guevara, que está no próprio trailer. A fita é, sim, bem engraçada, mas não chega a ter nenhuma piada particularmente criativa ou brilhante. É compreensível, já que a turma do Casseta e Planeta continuou fazendo o programa de TV durante a gravação do filme e o desgaste da jornada dupla certamente deve ter afetado a criatividade do grupo.

Outro problema é que alguns dos integrantes do grupo aparecem muito pouco. O excelente Reinaldo, por exemplo, interpreta apenas coadjuvantes menores. Também os astros convidados (Deborah Secco, Tony Tornado e os tricampeões do mundo Carlos Alberto Torres e Jairzinho) têm participações mínimas.

Apesar do sentimento de que a turma do Casseta poderia ter feito algo melhor, o filme tem diversos méritos. Independente da sua importância na história, por exemplo, todos os integrantes do grupo estão em grande forma (em especial Cláudio Manoel, perfeito como Che Guevara) e o final tem sacadas explosivas. Tudo isso mais que justifica assistir à produção, mas ela dificilmente ficará na memória dos fãs como o momento mais brilhante da carreira do grupo.

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