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Crítica

Cidade Fantasma | Crítica

Falta moderação no longa, mas ainda assim é recomendável

05.06.2003, às 00H00.
Atualizada em 25.11.2016, ÀS 04H07

Nos anos 80, Matt Dillon, além de sucesso nas telas, era presença garantida nos armários das adolescentes, ao lado de Tom Cruise e Patrick Swayze, seus companheiros de elenco em Vidas sem rumo (The outsiders, de Francis Ford Coppola, 1983).

Porém, na década seguinte, diferente de seus antigos colegas, amargou uma geladeira em Hollywood, da qual só saiu em 98. Naquele ano fez o thriller erótico Garotas selvagens (Wild Things, de John McNaughton) e o divertido Quem Vai Ficar com Mary? (There Is Something About Mary, de Bobby e Peter Farrelly). Mesmo assim, não retomou sua antiga notoriedade, fato que deve ter compelido o ator a criar sua própria oportunidade de estrelato.

Com Cidade Fantasma (City of ghosts, 2003), Dillon estréia na direção, co-roteiriza a produção e retorna aos créditos principais de um longa-metragem. Surpreendentemente, evita em seu debute as soluções de fácil apelo ao público norte-americano. Pra começar, ambienta quase na íntegra a narrativa no distante Cambodja - país vizinho do Vietnã - e traz como principal protagonista um anti-herói que não hesita em passar a perna em centenas de pessoas. Além disso, coloca como coadjuvantes atores "não-americanos" de excelente técnica, mas pouco apelo comercial na Terra do Tio Sam - Gérard Depardieu (francês), Natascha McElhone (britânica), Stellan Skarsgård (sueco), Kem Sereyvuth (cambodjano) e Rose Byrne (australiana). Só se salvam aos olhos da indústria hollywoodiana o novaiorquino James Caan, que mesmo assim, parece mais cult que de costume.

Vigaristas no Cambodja

O filme narra a história de Jimmy (Dillon), um jovem inteligente e totalmente leal ao homem de negócios que o ensinou a arte da malandragem – o milionário vigarista Marvin (Caan). Jimmy sonha em deixar sua vida de golpes por uma vida mais tranqüila, longe da cidade. Mas seus planos de fuga acabam dando errado quando Marvin foge para a Ásia, depois de uma fraude em uma companhia de seguros que deveria indenizar milhares de famílias que perderam suas casas em um terremoto.

Temendo o FBI, Jimmy segue a pista de Marvin até Phnom Penh, a capital do Cambodja, onde hospeda-se em uma pocilga de propriedade do nervoso Emile (Depardieu) e torna-se amigo do taxista-ciclista, Sok (Sereyvuth). Em meio aos prazeres exóticos e atraentes da cidade, Jimmy acaba atraído por Sophie (McElhone), uma bela arqueóloga que pode significar um ponto de partida para sua nova vida... isso, caso ele consiga resolver suas pendências na onírica e bizarra cidade.

Apesar das boas intenções de Dillon, é exatamente a necessidade de distanciar-se do cinema comercial e mostrar talento como diretor, ator e roteirista que prejudica a produção. Não há moderação em Cidade fantasma. A fita facilmente poderia ter meia hora a menos se os excessos tivessem ficado na ilha de edição. Felizmente, tais deslumbramentos não impedem a recomendação. Cidade fantasma merece ser conferido, mesmo que seja na qualidade de um início promissor.

Nota do Crítico
Bom
Cidade Fantasma
City of Ghosts
Cidade Fantasma
City of Ghosts

Ano: 2002

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 116 min

Direção: Matt Dillon

Elenco: Matt Dillon, James Caan, Natascha McElhone, Gérard Depardieu, Stellan Skarsgård, Rose Byrne

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