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Filmes
Crítica

Refém de uma Vida | Crítica

<i>Refém de uma vida</i>

MH
25.11.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H17

Refém de uma vida
The Clearing

EUA, 2004
Drama/Suspense - 91 min.

Direção: Pieter Jan Brugge
Roteiro: Justin Haythe

Elenco: Robert Redford, Helen Mirren, Willem Dafoe, Alessandro Nivola, Melissa Sagemiller, Matt Craven

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Filmes deploráveis como Chamas da vingança (Man on fire, de Tony Scott, 2004) dão a idéia de que Hollywood é insensível à realidade dos Estados Unidos. Afinal, nada parece mais anacrônico do que matanças maniqueístas num momento em que o complexo Iraque prova, a cada dia, que esse estilo Charles Bronson não tem mais vez. Até o caduco John Rambo a indústria promete ressuscitar nestes tempos de incerteza.

Mas há, sim, luz nas paragens californianas. Libelos críticos como A última noite (25th Hour, de Spike Lee, 2002) e A vila (The Village, de M. Night Shyamalan, 2004) mostram que é possível tratar da sociedade do medo e da vida pós-11/9 sem ser simplista ou mesmo didático. Uma das personalidades mais engajadas de Hollywood, Robert Redford também se manifesta. O filme que estrela, Refém de uma vida (The Clearing, 2004), pode parecer só um suspense sobre um tenso seqüestro. Mas fala, na verdade, de traumas muito maiores.

Gabaritado produtor de thrillers, o holandês Pieter Jan Brugge estréia como roteirista e diretor com espantosa desenvoltura. Na trama, Wayne Hayes (Redford) é um bem-sucedido executivo. Nem tropeços nos negócios, nem um assumido adultério abalaram a sua duradoura relação com Eileen (Helen Mirren), casamento que rendeu um casal de filhos, já adultos. Àquela altura, fica difícil dizer onde acaba a cumplicidade e começa a acomodação, mas a rotina não parece incomodar Eileen e Wayne. Certo dia, porém, ele é sequestrado por um ex-empregado vingativo, Arnold (Willem Dafoe). Cabe a Eileen negociar o pagamento do resgate.

Não há lugar para correrias ou reviravoltas tipo O preço de um resgate (Ranson, de Ron Howard, 1996). O relato aqui é mais sutil. Trata-se de um filme de personagens, não de situações. Jan Brugge se escora na narrativa não-linear para criar expectativas, mas o que lhe importa, mesmo, são os pormenores psicológicos da sua metáfora geopolítica.

O empresário Wayne Hayes simboliza a bonança norte-americana que, sem esperar, se vê agredido em casa por uma força injustificável. Arnold, claro, tem a índole do terrorista. Redford e Jan Brugge instalam então o diálogo que não ocorreu em 11 de setembro. Os personagens conversam numa floresta, a caminho do cativeiro. Wayne procura cooperar, sensibilizar Arnold, mas logo o seu inconformismo se destaca. "O que eu lhe fiz para merecer isso? Não me culpe pelo seu fracasso", brada o acossado como se estivesse diante da horda talebã.

Como um Bush vingativo, Wayne terá a chance de vencer - no momento mais agudo do filme, na iluminada e chuvosa clareira que dá nome ao filme, clearing que em inglês também quer dizer "acerto de contas". Se Wayne aproveita ou não a oportunidade diz muito da consciência de Robert Redford.

Já Eillen, diante da desgraça, encontra uma certa redenção. Entre os esforços para caçar o seqüestrador, aprende mais sobre o marido. No momento de dor, essa viagem ao passado ajuda-a a resgatar a essência do seu casamento. É essa a mensagem de auto-exame que o filme quer que os norte-americanos conservem: antes de partirmos para o desespero do fundamentalismo bélico, que tal olharmos com outros olhos para nós mesmos?

Você não precisa depreender essas entrelinhas para apreciar o filme - mesmo porque as atuações habitualmente competentes de Mirren e Redford encontram em um Willem Dafoe seguríssimo o seu surpreendente contraponto. Mas entender o contexto enriquece a experiência.

Nota do Crítico

Bom
Marcelo Hessel

Refém de Uma Vida

The Clearing

2003
0 min
Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Direção: Pieter Jan Brugge
Elenco: Robert Redford, Helen Mirren, Willem Dafoe, Alessandro Nivola, Matt Craven, Melissa Sagemiller
Onde assistir:
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