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O céu continua esperando

O céu continua esperando

24.08.2001, às 00H00.
Atualizada em 11.11.2016, ÀS 21H01
De remake em remake, caminha a indústria do cinema. Em Hollywood, tudo pode passar por uma nova elaboração. Agora, mais uma vez, a temática da reencarnação e das segundas chances volta à berlinda, com "O Céu Pode Esperar" ("Down to Earth", 2001), estrelado pelo comediante Chris Rock e dirigido por Chris e Paul Weitz, os mesmo de "American Pie" (1999). Cabe ao grupo, portanto, a responsabilidade de seguir uma linhagem praticamente sagrada e consagrada, o texto fabuloso do roteirista norte-americano Harry Segall (1892-1975).

Nele, o personagem principal, Joe Pendleton, morre acidentalmente. No céu, fica decidido que o erro será reparado. A alma de Pendleton reencarna no corpo de um milionário recém-falecido. Na superfície é uma comédia leve sobre a graça de uma vida completamente diferente. No fundo é uma fábula sobre a influência do dinheiro e sobre a riqueza de um espírito virtuoso. No filme "Here Comes Mr. Jordan", dirigido por Alexander Hall (1894-1968) em 1941, Robert Montgomery (1904-1981) interpreta o boxeador Pendleton. Em 1978, Warren Beatty dirigiu e protagonizou "Heaven Can Wait", em que o boxeador virava um jogador de futebol americano. O primeiro foi indicado ao Oscar de Melhor Ator (Montgomery), Melhor Direção (Hall) e ganhou o de Melhor Roteiro. O segundo foi indicado para Melhor Filme, Melhor Ator (Beatty) e ganhou como Melhor Direção de Arte.

Egresso do programa humorístico Saturday Night Live, Chris Rock interpreta um novo personagem - inteligentemente criado para se adequar à situação. Lance Barton, um comediante promissor, acaba atropelado por um caminhão gigantesco. No céu, verifica-se o engano. A data da morte de Barton foi adiantada em cinquenta anos. Para corrigir o erro, os anjos Sr. King (Chazz Palmintieri) e Sr. Keyes (Eugene Levy) resolvem acompanhar o morto durante a sua volta à vida, na pele do multimilionário Charles Wellington (Brian Rhodes). Agora, Barton joga golfe, vive na mordomia e comanda uma megaempresa. Mas a paixão por Sontee (Regina King) e a vontade de vencer na carreira humorística ainda prevalecem.

Não vi o filme. Se tivesse visto, provavelmente a resenha teria superado seu caráter informativo. Teria algum nervosismo, por assim dizer. Mas o filme de Warren Beatty passa sempre na Sessão da Tarde - e é ótimo. Não estou crucificando Chris Rock, mas algumas coisas nascem condenadas. Violar clássicos do cinema e perpetrar remakes deveria ser passível de pena criminal.

Imagens © Paramount Pictures

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