Palavras de Amor | Crítica
Palavras de amor
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O alto grau de competitividade dos norte-americanos tem o seu lado positivo, como a incessante busca pela perfeição que os levou a se tornarem a maior potência econômica mundial do século 20. Porém, esta vontade de estar sempre se provando pode provocar também situações bizarras, como por exemplo um concurso de s-o-l-e-t-r-a-r, e por conseqüência (o que é ainda mais estranho) um filme que mostra isso, como é o caso de Palavras de amor (Bee season, 2005).
Na verdade, o campeonato é só uma desculpa para mostrar que há uma forma mundana de conversar com deus, pelo menos segundo a Cabala, utilizada pela religião judaica. Quem nos ensina isso é Saul Naumann (Richard Gere) professor de religião e pai da pequena Eliza (Flora Cross), uma espécie de super-dotada quando o assunto é soletrar. Ao notar que a menina consegue viver as palavras que está soletrando, ele começa a treiná-la para atingir o Shefa (Sabedoria divina), em que não apenas se fala com deus, mas também o ouve.
Mas - e aí entra a parte dramática que seria a razão do filme existir - para ensinar sua filha a atingir este "estado" Saul começa a neglicenciar suas outras responsabilidades familiares como pai e marido. Ele não percebe que sua esposa (Juliette Binoche) tem problemas sérios e ao deixar clara sua preferência pela caçula, se afasta de Aaron (Max Minghella, filho do cineasta Anthony), que parte em busca de conforto em outros lugares, longe de casa.
Ao misticismo do tema, que por si só já desencorajaria muita gente, junte um ritmo desacelerado em que quase nada acontece e a repetição excessiva de imagens e sons. Como se isso não bastasse, Eliza passa o filme todo aceitando tudo o que lhe mandam fazer e, em vez de falar, passa os 104 minutos sussurando. De bom mesmo, só os belos efeitos que mostram as visões protagonizados pela menina. De resto, o filme é, perdoem-me, C-H-A-T-O.


