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Quando um Estranho Chama | Crítica

Quando um Estranho Chama

30.03.2006, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H19

Quando um Estranho Chama
When a Stranger Calls
EUA, 2006
Suspense - 87 min

Direção: Simon West
Roteiro: Jake Wade Wall, baseado em roteiro de Steve Feke e Fred Walton

Elenco: Camilla Belle, Tommy Flanagan, Tessa Thompson, Brian Geraghty, Clark Gregg, Derek de Lint, Kate Jennings, David Denman

Está pra surgir um cineasta tão corajoso quanto Simon West.

Sim, porque precisa ser muito peitudo pra usar coisas tão vergonhosamente manjadas como - acompanhe só - a "cena do gato" e "a cena do espelho" e fingir que seu filme presta.

Você sabe muito bem como é: na primeira, o protagonista vai se aproximando da fonte de um som estranho, algo que não deveria estar ali - geralmente dentro de um armário ou cômodo. Ele chega mais perto... e mais... e mais... a música aumenta e... "WEOWWWWW", pula um gato! "Ufa, que susto". A outra é ainda pior. Um personagem se olha no espelho de uma porta qualquer. Abre o compartimento para pegar qualquer coisa e ao fechar - tcharã! - tem alguém atrás dele que não estava ali antes. "Ufa, que susto" - parte 2.

Sentiu o drama? Ele é só a ponta - a pontinha mesmo - do iceberg mentecapto que é esse Quando um estranho chama (When a stranger calls, 2006), remake do filme homônimo de 1979. Esse West, depois de colocar suas patas sujas no gênero de ação (Lara Croft e Con Air), devia ser esquartejado por ser tão óbvio. Aliás, esse sim daria um bom suspense. Assassino serial sai atrás de diretores que difamam sua "classe" em nojeiras como essa. Aliás, outro que precisa levar um corretivo é o tal Jake Wade Wall, o roteirista. Seu texto repleto de inconsistências parece ignorar todo e qualquer bom senso. Cadê o Hannibal quando precisamos dele?!?

A historinha coloca Jill Johnson (Camilla Belle), uma babá, tomando conta dos pimpolhos de um casal de ricaços numa casa high-tech espetacular, isolada da civilização às margens de um lago. Totalmente protegida por alarmes e outras traquitanas, a menina começa a receber ligações de um incômodo sujeito - daqueles que ficam respirando no bocal sem dizer nada. Assustada, ela liga para a polícia, que rastreia a chamada. Para o desespero da baby sitter, o maníaco está dentro da casa, trancado junto com ela e louco por sangue. Começa então aquele manjado jogo de gata e rato, com pula daqui, corre dali e essa bobageira toda, com direito a personagens secundários dispensáveis (e inexplicáveis) que aparecem só para morrer. Ao final, há apenas um susto decente e olhe lá.

Mas o pior mesmo é a trilha sonora de James Michael Dooley. Ela tenta desesperadamente extrair clima de absolutamente TODAS as cenas do filme - provavelmente por ordem de algum produtor ciente da batata quente que tem nas mãs. Do início ao fim, fica aquela música sombria, subindo por qualquer bobagem. Jill estende a mão para pegar um picolé e... cresce a música! Jill passa a mão no gato e... cresce a música! Jill dá um beijo no pai e... cresce a música! E por aí segue. O resultado? O efeito acaba em 10 segundos, depois de alguns primeiros minutos decentes, e o filme se arrasta irritantemente pela próxima hora e meia.

Quase enfiei as unhas em meu próprio braço pra sentir alguma coisa. Revoltante.

Salva-se apenas a fofura da bela protagonista, a californiana filha de brasileira Camilla Belle (O mundo de Jack & Rose), que - segundo sua biografia - gosta de feijoada e brigadeiro. E saiba você que ninguém que goste de feijoada e brigadeiro será escrachado aqui no Omelete. Nunca!!!

Nota do Crítico
Ruim
Quando um Estranho Chama
When a Stranger Calls
Quando um Estranho Chama
When a Stranger Calls

Ano: 2006

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 87 min

Onde assistir:
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