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Submarino | Crítica

Não se envelhece impunemente nos filmes de Thomas Vinterberg

01.09.2011, às 19H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H26

Nos filmes do diretor dinamarquês Thomas Vinterberg, não se envelhece impunemente. Traumas de infância definem o fracasso dos personagens de Festa de Família, os adolescentes de Querida Wendy vivem e morrem como adultos, e agora em Submarino a tragédia se repete.

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O nome vem do segundo romance, homônimo, do escritor Jonas T. Bengtsson. Uma mãe alcoólatra, duas crianças cuidando de um bebê. A fatalidade é iminente (ecos de Trainspotting ao som da apropriadamente intitulada "Fatherless Hill", da banda setentista Gasolin') e o filme salta ao futuro para mostrar como as vidas de Nick (Jakob Cedergren) e seu irmão (Peter Plaugborg) são afetadas hoje por aquele incidente.

O vácuo afetivo é mais do que evidente. Nick, rato de academia que acabou de sair da cadeia, mal fala com o irmão, pai viúvo viciado em heroína; eles só se reencontram porque a mãe dos dois acaba de morrer. A reunião desperta uma crise, e o roteiro termina de inflamar o caso com uma sucessão de situações limítrofes.

Não convém listar aqui quais são essas situações, seria contar demais - elas vão do mais esperado ao mais violentamente gratuito. Fica a impressão de que Submarino é todo estruturado em provações, como se aquela tragédia do passado fosse responsável por toda sorte de desgraça, do atropelamento da esposa do irmão à condição do amigo sociopata de Nick.

O livro de Bengtsson tem sido muito elogiado desde a sua publicação, em 2007, por seu retrato realista e cru do submundo de Copenhague, mas o recorte que Vinterberg faz, para potencializar a orfandade dos dois protagonistas, soa artificial. A desesperança generalizada que se vê em Submarino não vem daquele mundo que está sendo filmado, é uma desesperança de fora pra dentro.

E aí fica difícil se interessar pelo drama de Nick e seu irmão. O fatalismo de Vinterberg, na forma como se apresenta aqui, para um espectador já escolado no quesito más notícias, só consegue aborrecer.

Submarino | Cinemas e horários

Nota do Crítico
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Submarino
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Ano: 2010

País: Dinamarca

Classificação: 16 anos

Duração: 110 min

Direção: Thomas Vinterberg

Elenco: Jakob Cedergren, Peter Plaugborg, Patricia Schumann

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