Versão hollywoodiana de Battle Royale pode não sair
Versão hollywoodiana de Battle Royale pode não sair
Quarenta
e dois adolescentes são levados para uma ilha deserta, ganham armas que
vão desde machados até automáticas e recebem apenas um
objetivo: matar ou morrer. Deve restar apenas um sobrevivente.
Batalha real (Battle Royale, 2000 - leia
crítica)
, o violento e aclamado filme japonês de 2000, é simplesmente isso:
colegas de ensino médio se matando. A New Line Cinema anunciou no mês
passado que comprou os direitos de adaptação para rodar sua versão
hollywoodiana. Fãs do original, além de fazerem as reclamações
que sempre fazem quando se anuncia uma adaptação, dizem que ou
o filme não vai sair ou será totalmente descaracterizado. Os americanos
não estão preparados para ver crianças matando crianças.
Tanto que o filme original nunca foi exibido nos EUA (no Brasil, ele passou
em alguns festivais). Não por falta de tentativa: o produtor Roy
Lee, que cuida dos direitos de adaptação de diversos
filmes asiáticos, tentou vendê-lo a Hollywood, mas nenhum estúdio
queria bancar a produção.
Em entrevista ao New York Times, Lee lembra de uma conversa em 2000:
“na Universal lembro que perguntaram ‘são crianças
se matando?’, e eu disse ‘sim, basicamente é isso’.
Eles me disseram: ‘a Universal nunca fará este filme’”.
E, segundo a reportagem do NYT, o anúncio da New Line foi premeditado:
o estúdio ainda não possui os direitos da adaptação.
Está na fase final dos contratos, mas o negócio ainda não
foi fechado. É possível que a confirmação prematura
possa ter irritado os proprietários japoneses, a Toei,
o que pode emperrar as negociações ou custar mais grana que a
New Line está disposta a pagar – ainda mais por um filme que tem
muito para dar errado no mercado norte-americano.
O contrato é complicado porque nele se discute todo o império
de propriedades que Battle Royale gerou, com mangás, cards,
brinquedos e uma seqüência. Mas Lee está seguro de que a versão
americana vai sair. E assegura que o estúdio vai manter a temática
e não se importa com restrições para menores de 18 anos
– mas diz que a história provavelmente se passará nos EUA.