"Nunca fomos a São Paulo, só ao Rio de Janeiro! Adoramos ir a Comic-Cons, já fomos a Nova York, San Diego, e estamos muito ansiosos para ir ao Brasil falar dos nossos filmes, mostrar algumas cenas de Projeto Almanaque... É o que gostamos de fazer, então mal podemos esperar!", diz ao Omelete, por telefone, o produtor Brad Fuller, que virá ao Brasil ao lado do também produtor Andrew Form, na CCXP - Comic Con Experience, para falar dos projetos da Platinum Dunes.
Brad Fuller e Andrew Form: "Estamos muito ansiosos para ir ao Brasil"
"Quando abrimos a produtora, nossa ideia era só fazer filmes-pipoca divertidos, dando oportunidades para diretores estreantes", conta Fuller sobre a companhia fundada com Michael Bay em 2001 que acabou se tornando sinônimo de remakes de terror ao longo dos anos. Hoje, a Platinum Dunes - que estará presente no painel da Paramount Pictures no primeiro dia da CCXP, 4 de dezembro - tem filmes como Tartarugas Ninja 2, Projeto Almanaque, um novo Sexta-Feira 13 e a franquia Uma Noite de Crime (além de Ouija - O Jogo dos Espíritos, que estreia no Brasil agora em dezembro), mas até recentemente as opções da produtora não eram tão variadas.
"No começo, chegou até nós o projeto de um remake de O Massacre da Serra Elétrica e pensamos em começar por ele, numa época em que reboots e remakes não eram tão constantes. Pensamos que com pouco dinheiro poderíamos contatar as pessoas com quem Michael tinha trabalhado ao longo dos anos nos blockbusters e talvez ter a oportunidade de fazer um longa de baixo orçamento com um visual de qualidade, dentro do gênero do terror, sem a necessidade de muitos efeitos ou dublês. Quando esse filme funcionou em 2003, pensamos: 'E agora?'. Logo lembramos de Horror em Amityville [refilmado em 2005] e meio que começou daí... Fizemos vários remakes de terror na sequência. Acabamos nos apegando ao gênero e ficamos nele por um bom tempo, até recentemente", lembra Fuller.
"Estamos enfocando uma história diferente para Jason", diz Fuller
Hoje, com o mercado saturado, a diversificação se tornou uma necessidade para o produtor. "Nós avaliamos todas as ideias que chegam até nós. Uma Noite de Crime foi um conceito fantástico que chegou até nós, uma ideia original, e logo embarcamos nela. Sentimos que há menos e menos oportunidades de fazer reboots, porque hoje há muito mais gente fazendo do que na época em que começamos, e a competição nos forçou a procurar histórias em lugares distintos. Não significa que não queremos remakes, nem que deixamos de buscá-los, e sim que estamos procurando ideias que funcionem, sejam elas originais ou reinventadas."
A série Sexta-Feira 13 é uma prova de que o terror continua nos planos da produtora. "Nós fizemos um reboot em 2009 e agora em 2014 estamos enfocando uma história diferente para Jason. Não será uma continuação do filme de 2009 nem um remake do original. É só uma história diferente - vamos falar mais disso no Brasil se as pessoas na CCXP quiserem. Adoramos Jason e a franquia Sexta-Feira 13", diz Fuller.
Filmagens de Tartarugas Ninja 2 começam em abril
Tartarugas Ninja 2 também deve ser um dos temas abordados pelos produtores no painel na CCXP. "Estamos empolgados de poder voltar a esses personagens. Estamos preparando o filme neste momento, vamos filmar em abril de 2015, para a estreia em junho de 2016. Vamos ter personagens inéditos no meio de tudo, e vários personagens antigos vão voltar. Definitivamente teremos personagens inéditos, quem sabe a gente possa falar alguma coisa na Comic Con."
Fuller conta como ocorreu, dentro da Platinum Dunes, a transição dos filmes de baixo orçamento para um blockbuster como Tartarugas Ninja. "A gente foi com tudo pra cima. Adorávamos as Tartarugas quando éramos jovens. E havia uma quantidade enorme de efeitos visuais para fazer, mas no fim das contas é só o cronograma que fica mais longo. E na verdade, como estávamos habituados a esse mundo de reimaginar filmes, sempre achamos que as Tartarugas se encaixavam perfeitamente no que já fazíamos. A comédia nesse filme, assim como o terror, precisa ser trabalhada e preparada para entregar resultado; humor e terror são parecidos nesse sentido, e tínhamos todo um treinamento dos nossos filmes de terror. No geral, levamos um tempo para aprender a calcular como e quantos seriam os efeitos visuais nesse filme, mas de resto são os negócios de sempre."
A Morte Pede Carona foi uma das grandes lições que a Platinum Dunes aprendeu
Por mais que os filmes sejam parecidos, os tropeços são inevitáveis. Questionado sobre a maior lição que aprendeu com seus erros, Fuller conta: "Os enganos que nós cometemos às vezes acontecem por que Andrew, Michael e eu acreditamos que algo continua conhecido, junto à molecada, só porque nós três ainda conhecemos. Por exemplo, fizemos em 2007 um filme chamado A Morte Pede Carona [remake do longa homônimo de 1986]. Tenho dois filhos, de 21 e 17 anos, e eles sequem sabem o que é pegar carona na estrada. Nós sempre adoramos a noção do caronista, mas de alguma forma essa figura se tornou irrelevante para o público mais novo".
"Então a primeira pergunta que nos fazemos é: 'Qual o público deste filme?'. Quando começamos a produtora, a gente achava uma ideia boa e resolvíamos fazer. Hoje sempre tentamos identificar nosso público. Essa é uma das grandes lições que aprendemos, não é, Drew?", continua Fuller, e Andrew Form emenda: "É, nós sempre olhamos um para o outro e questionamos se determinado filme tem razão de existir. Nós desafiamos um ao outro, discutimos o que pode funcionar ou não, e sempre queremos entreter as pessoas, é para isso que estamos aqui e é por isso que nos desafiamos. Fazer filmes só para nós não faz sentido. Então quando achamos uma ideia que pode funcionar nós tentamos convencer o estúdio. Se todos embarcarem no projeto e ele acontecer, nossa torcida é que o público no cinema também embarque".
Projeto Almanaque: viagem no tempo sem complicação
Um dos novos projetos que parecem empolgar mais os produtores é Projeto Almanaque, espécie de mistura entre a estética de cenas encontradas de Poder Sem Limites com a trama de De Volta para o Futuro - veja o trailer. "Andrew, Michael e eu crescemos vendo filmes como Mulher Nota 1000, Curtindo a Vida Adoidado...", diz Fuller. "E De Volta para o Futuro...", emenda Form. "Esses tipos de filmes. Estávamos trabalhando com roteiristas em uma trama que integrasse aspectos de todos esses longas - um tipo de narrativa que ainda não tínhamos tentado - e acabamos achando um jovem cineasta bem dinâmico, Dean Israelite, que por coincidência é primo de Jonathan Liebesman, com quem estávamos trabalhando na época em Tartarugas Ninja. Acabamos montando um pacote bem interessante com Dean, o roteiro, a ambientação, o elenco, e nos divertimos bastante rodando Project Almanac em Atlanta", diz Fuller.
Não confundir o público com os vaivéns temporais era uma preocupação. "Sempre que você conta uma história de viagem no tempo, alguém precisa se dedicar a fazer a matemática e garantir que tudo feche. É algo difícil de fazer, mas nossa intenção era fazer algo simples que todo mundo pudesse entender. Embora seja uma história de viagem no tempo, é mais uma história de um grupo de amigos e das coisas que eles conquistam com a máquina. Contanto que você entenda que eles voltam no tempo, e que eles são capazes de consertar os erros que cometeram na primeira vez que foram ao passado, as especificidades da viagem no tempo não têm tanta relevância neste filme quanto teriam em outros longas do gênero. A ideia é que seja uma viagem divertida", explica o produtor.
O painel da Paramount no Auditório 1 acontece dia 4 de dezembro, às 18 horas. Não perca! Os ingressos continuam à venda. Para saber mais novidades, siga os perfis da CCXP - Comic Con Experience no Twitter e no Facebook e visite o site oficial da CCXP. O evento será realizado dos dias 4 a 7 de dezembro, no Espaço Imigrantes.