[Atualizado com seis belas imagens do filme]
Continuando com as apresentações de painéis da Comic-Con 2012 no hall H, o diretor Sam Raimi, acompanhado das atrizes Mila Kunis e Michelle Williams, fizeram uma entrevista coletiva para discutir Oz - Mágico e Poderoso - que contará a história de Oz, um mágico de um circo intinerante no Kansas, que pretende ser um grande homem.
Oz
Confira como foi a entrevista:
Sam, com o Homem Aranha, você demonstrou que consegue continuar fiel ao material original e ainda assim dar o seu toque pessoal, seja seu trabalho de câmera ou senso de humor. Como conseguiu fazer isso e mesmo assim não mudar a origem do conto Mágico de Oz?
Raimi: Não só a dinâmica nas câmeras, mas estamos realmente tentando descrever o fantástico mundo de Oz. Os movimentos das câmeras mostram a profundidade de um cânion, a altura de uma cachoeira ou como é voar com Glinda em suas bolhas, no imenso universo do Mágico. Tudo graças os ambientes criados pelo designer, Robert Stromberg. Os movimentos são usados para descrever a beleza e a fantasia desse mundo mágico. O senso de humor vem da natureza mística de Baum [L.Frank] e dos personagens. O personagem principal, vivido por James Franco, um pouco egoísta, da início a história. Quando ele vai de encontro as pessoas que ele admira, - em certo momento, Glinda – essas idas e vindas, acabam se tornando uma fonte de humor.
Depois do filme Arraste-me Para o Inferno, um filme que por mais que seja bom, não tenha sido recebido como esperava, você tirou alguma lição disso, para fazer uma história clássica como Oz?
Raimi: Eu li muito sobre todos os filmes que fiz. Li sobre o que não fazer. Tive muitos erros e, dolorosamente, sei disso. Não é apenas reconhecer "Onde estão os meus erros?", eu sempre soube o que está errado. Mas, sigo em frente, e tento leva-los comigo e com isso aprendi muitas lições. Mas esse filme [Oz] foi um trabalho completamente diferente. Esse é um filme muito família. Eu diria que é um tipo de filme clássico da Disney, fala muito sobre os personagens, suas interações, as amizades, como alguns comentem pecados, como eles machucam outras pessoas e como esses pecados podem aumentar. É sobre reconhecer que as coisas que você faz tem consequências e descobrir como você pode se tornar a melhor pessoa possível. Essa é a história desse filme. É sobre reconhecer os erros que cometemos e supera-los, se tornando algo melhor. O tipo de história mais interessante para mim é quando há uma evolução do personagem e nesse caso, o personagem de James Franco evolui.
Mila e Michelle, como foi trabalhar com Sam Raimi? E Sam, como foi trabalhar com duas das mulheres mais lindas do mundo?
Raimi: Foi ótimo trabalhar com elas porque elas são ótimas atrizes. Por mais bonitas que fossem isso não significaria nada, se não fossem boas atrizes, que é o que a gente precisava para esse filme. Elas têm papéis e relações complexas com outros personagens no filme e fizeram execelentes performances.
Mila Kunis: Sam é fantástico. Não sei nem por onde começar. Ele é provavelmente um dos mais engraçados, amáveis e mais gentis ser humano que já pude trabalhar. Além de ser super talentoso é muito sincero aos escolher os projetos e atores com quem vai trabalhar. É inspirador trabalhar com ele. Dá vontade de ir trabalhar e faze-lo feliz. Eu acho que depois de trabalhar todo dia 17 horas seguidas, é o melhor presente que você pode dar a alguém.
Williams: Realmente Sam é um gênio. Nunca fiz um filme como esse antes. Nunca havia feito um filme tão grande. Eu não sabia como iria ser. Não sabia se as coisas que me interessavem e preocupavam teriam lugar no trabalho de Sam. E não somente ele teve tempo e paciência como teve isso tudo em 17 horas por dia. Nele eu descobri um colaborador, um amigo, um confidente e um parceiro para tudo.
Mila, você está atuando como um personagem que já foi representado antes, tanto em animações quanto em outro filmes, você se inspirou em algum deles ou fez sua própria versão?
Kunis: Eu não sei, eu gostaria até de responder esta pergunta. Mas não, eu não me inspirei em ninguém. Eu não quero entregar o que é realmente meu personagem. Não é possível repetir esse personagem, nem se eu quisesse, ela é icônica e fantástica de um jeito único. Eu estava com medo de aceitar o papel, realmente estava assustada. A única coisa que poderia fazer é ser o mais honesta possível. Sam me deu uma ótima história de fundo para eu poder me inspirar e enteder o porquê dela ser como é. E então eu fui e a fiz do jeito mais real possível. Espero que todo mundo veja o filme e acredite nisso também.
O Mágico de Oz é um dos filmes mais amados de todos os tempos, houve alguma pressão para supera-lo?
Raimi: Todos nós amamos o Mágico de Oz. Nós fomos muito cuidadosos em respeita-los. Nosso filme tem uma história completamente diferente. É história de como o Mágico foi do Kansas para a Terra de Oz e como ele passou de um homem egoísta para o grande mágico que se tornou. É uma história fantástica que responda essa pergunta. Nós não estamos refazendo o filme, então essa pressão não é algo que enfrentamos. Nosso produtor Joe Roth nos ajudou bastante, pois tem muita experiência em criar mundos fantásticos –como fez em Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton- ele e nosso produtor de designer Robert Stromberg criaram uma versão original do mundo de Baum que ficou ótimo na tela grande. Eu gostaria de ter usado a Cidade Esmeralda do Mágico de Oz, mas nós não tinhamos os direitos para usa-los, assim como vários outros itens do filme clássico. Mas acabou que isso não foi um problema, pois estamos contanto a nossa própria história.
Sam, quem Bruce Campebell interpreta nesse filme? Ted Raimi participará também?
Raimi: Sim, meu irmão Ted faz uma pequena participação, se não minha mãe arrancaria minha cabeça. E sim, Bruce Campebell está no filme, ele faz uma participação bem pequena, pois estava ocupado com sua séria de TV Burne Notice. Ele tirou um dia e foi até o estúdio, eu não posso contar sobre o papel dele, mas ele fez um ótimo trabalho, vocês terão que conferir.
Todo filme te tras um novo desafio e uma evolução. Que tipos de desafios tecnológicos você enfrentou nesse filme?
Raimi: Esse foi o primeiro filme que fiz em 3D, então tive que estudar muito sobre isso. Como usar a iluminação, o que funciona o que não funciona ea convergência entre as lentes. Tecnologicamente eu tive que aprender muito. E ainda tem toda a linguagem cinematográfica que fica diferente em 3D. Seus olhos demoram um pouco mais a se acostumar com a convergência e você não pode fazer cortes rápidos como de costume, ainda estou aprendendo. Leva um tempo para o público se sentir confortável com esse tipo de filme e isso muda um pouco em como editamos a fotografia. Então tive que aprender bastante para trazer o mundo de Oz à vida.
Mila e Michelle o que você mais gostavam do filme original? E o que mais impolgou vocês ao trabalhar com a mitologia de L.Frank Baum?
Kunis: Um dos primeiros filmes que vi nos EUA em 1991. Esse foi, provavelmente, o primeiro filme que eu realmente gostei. Gostei tanto que meus pais compraram o livro De Volta a Oz, que me ajudou bastante a aprender inglês. E esse foi o primeiro livro que eu li que não tinha figuras. Então eu tenho uma conecção com o Mágico de Oz, foi o primeiro livro que eu li.
Williams: Minha ligação com o filme é, provavelmente, a que todo mundo tem. Você vê e revê quando criança. Então, pensando bem, é uma honra muito grande representa-los. Conhecer esse mundo e as linguagens dessa mitologia mais a fundo, depois de ler os livros, você descobre que há muito dos livros nos filmes, mas há também, muito do trabalho do roteirista. Eu li os livros e os roteiros com muito cuidado, sublinhando coisas sobre Glinda – como frases e até mesmo o jeito de usar o cabelo – essas anotações foram muito úteis.
Sam, o que o levou a fazer um filme como esse, já que ele é diferente de tudo que você já fez?
Raimi: Você está certo, é diferente de tudo que já fiz, nunca fiz um filme família. Eu acho que a gente pode chamar o Homem Aranha de um filme família, mas eles são, basicamente, filmes de romance misturados com ação. Oz foi uma experiência de outro mundo para mim. Como nunca tinha feito não sabia se conseguiria fazer, mas me apaixonei pelo roteiro. Eu tive a chance de contar uma história de superação – sobre como o personagem principal se torna uma pessoa melhor- isso me pareceu um grande desafio. Fiquei empolgado e queria ver o filme. Mais do que tudo essa vontade é o que faz querer dirigir um filme. Se você conhece todos os personagens você pode dirigir, é isso que me deu forças e me levou a fazer esse filme.
Como foi o envolvimento de James Franco como ator? Você acha que as escolhas dele foram influenciadas por ele ser um diretor também?
Raimi: Sim, ele é um grande colaboador. Ele sempre foi um ator muito profissional. Eu acredito que ele ainda usa aquele chapéu de James Dean e ainda faz as coisas a sua maneira. Nesse filme, trabalhei com ele com certas limitações, pois ele não pudia me comunicar de tudo que ele fazia com o filme. Não sei se isso é um resultado do crescimento dele como pessoa ou se um diretor realemente tem uma relação mais profunda com os seus protagonistas do que tem com o seu melhor amigo, que interpreta o personagem principal. De qualquer maneirao que eu sinti foi uma grande abertura, colaboração e paciência. É isso que um diretor tem que ter. Eu acho que agora que ele é um diretor ele entende muito mais sobre o que acontece em uma filmagem e desenvolveu paciência para isso.
O que você pode dizer sobre os macacos voadores?
Raimi: No teaser é mostrado o exército de macacos voadores da bruxa. A animaão dos macacos ainda está em desenvolvimento. Nós os deixamos semi prontos para o teaser mas ainda estamos aperfeiçoando. A bruxa os comanda por toda Oz. Existe também um outro tipo de simio voador, mas ele é do bem, então não se preocupe.
Porque você acha que as empresas estão apostando cada vez mais em remakes e sequências? E o que isso influencia na indústria como um todo?
Raimi: Eu só sei o que leio nos jornais. E que o público parece gostar dessas refilmagens e sequências. Quando eles gostam de um personagem, eles voltam para assisti-los. Existe uma vontade de sempre querer ver o personagem querido de uma forma diferente.
Michelle, qual foi a maior diferença que você viu em trabalhar em um projeto como esse?
Williams: Tínhamos mais opções na mesa de lanche. E eu realmente fiquei muito surpresa porque essa não é a minha área. Fiquei preocupada se me sentiria bem. Nos ensaios eu falei para Sam que essa era a experiência mais interessante que já tive, pois estava sendo muito divertido. Ele fez com que o ambiente ficasse receptivel a novas ideia. Ele as escutava e o que achava bom, usava. Foi uma experiência colaborativa muito boa, como qualquer outro pequeno filme que já fiz.
Mila e Michelle, qual diferença de atuar em uma tela verde?
Kunis: Sabia que teve menos tela verde do que achei que teria? Tinha muita tela verde quando tinhamos que olha uma paisagem muito grande. A grande diferença de um filme como esse e filmes independentes são os sets. Os sets são super detalhados e realistas. As enormes flores que você vê no filme estavam lá. Por mais telas verdes que tivessem, não tinhamos que usar muito a imaginação porque muita coisa foi construida na nossa frente. Eles construiram sets incríveis, a cidade de esmeralda era um set, o castelo de Glinda era um set, o rio era um set, foram várias coisas. Teve uma sequência na cachoeira também foi real, acredito que foi nisso tudo que a maior parte do dinheiro foi gasto.
Michelle, algum dia teremos uma reunião de Dawson's Creek?
Williams: Eu gostaria muito de fazer uma reunião, mas eu não sei como seria, meu personagem morreu no final, então há alguma limitações para mim. Eu teria que voltar como um fantasma ou ser filmada com alguma luz que faria eu parecer uma garota de 19 anos. Mas eu sempre falei que gostaria de fazer essa reunião. Todos nós falamos. Tomara que algum dia aconteça. Espero que isso seja um jeito de homanagear o passado e mostrar a grande importancia que teve para nós e para que assistia a série.
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