O painel da 20th Century Fox na San Diego Comic-Con 2014 começou com o teaser de The Maze Runner - Correr ou Morrer. A prévia parte de um tom de terror, com o protagonista Thomas, interpretado por Dylan O'Brien, acordando preso em um elevador em forma de grade, como um elevador de carga, que sobe sem parar.
Ao chegar no topo, ele é recebido por um grupo de jovens da sua idade, que o cercam. Thomas tenta correr ("temos um corredor, caras!", grita um deles) e se descobre em um campo com árvores cercado por um muro gigantesco. O primeiro trailer completo, mostrado logo em seguida, revela relances rápidos do que há por dentro do labirinto do título: paredes que se fecham, salas tecnológicas e criaturas aracnídeas predadoras com patas mecânicas - tudo numa estrutura de grande escala, como se o labirinto fosse feito de prédios e penhascos, com caminhos não só horizontais mas também verticais.
O tom do filme parece ser mais próximo da ação vertiginosa e um pouco do terror do que outros longas similares que partem de competições juvenis, como Jogos Vorazes e Ender's Game. Segundo o diretor Wes Ball, todas as cenas favoritas dos leitores do livro de James Dashner estarão no filme. "Vocês não vão se decepcionar, isso não é uma preocupação [nossa]", emenda Dashner. A esperança é que o filme gere interesse para uma continuação. "O final deste filme é bem ousado, mas deixamos coisas abertas e um mundo a descobrir numa continuação", diz Ball sobre a eventual adaptação do segundo livro da série, The Scorch Trials.
Festa no Céu (The Book of Life)
"Eu produzo filmes que sinto que precisam de mim, filmes que precisam ser protegidos como bebês", começa o produtor Guillermo Del Toro ao falar da animação dirigida por seu compatriota mexicano Jorge Gutierrez, que levou ao cineasta a ideia para o filme "junto com uma caixa de bebidas", diz Del Toro.
O trailer exibido na Sala H aqui em San Diego detalha a trama, ambientada num mundo de bonecos de madeira, que acompanha o toureiro Manolo - que começa declarando seu amor à bela Maria com uma versão de "Creep", do Radiohead, no violão no meio da arena de touradas. Quando surge outro pretendente à moça, Manolo é amaldiçoado ao mundo dos mortos como um esqueleto e precisa provar seu amor por Maria.
A trama de Festa no Céu parece jogar com elementos de A Noiva-Cadáver, mas num contexto de cultura mexicana, com a iconografia do Dia de Finados mexicano - caveiras desenhadas, sombreiros, pistoleiros, elementos de arquitetura asteca e, claro, a comida do país. "Esse pode ser meu último filme então coloquei tudo o que gosto e que me representa", diz Gutierrez.
Hitman - Agente 47
O primeiro trailer do filme começa com a marca registrada de Hitman, o código de barras na nuca do Agente 47, agora vivido pelo ator Rupert Friend, sendo interrogado numa sala fechada com um fuzil apontado para sua cabeça. Depois de dizer que seu nome é 47, ele toma o controle da situação em uma cena de ação em câmera lenta, outra marca da série.
As câmeras lentas e os planos estilizados continuam nos trechos seguintes, com o Agente 47 num cruzamento de avenida apontando suas duas armas para os dois lados, e relances de ação em primeira pessoa, enquanto o personagem de Zachary Quinto explica que os "agentes" são aperfeiçoados em laboratório para serem melhores que um humano normal.
Substituto de Timothy Olyphant, que estrelou o longa anterior de Hitman, Friend tem uma cara de mau sem ser canastrão demais, o que é bem-vindo ao personagem, mas as escolhas visuais mostradas neste trailer não sugerem que este novo filme fugirá muito da estilização proposta no longa anterior.
Kingsman - Serviço Secreto
Mestre de cerimônias do último filme do painel, apesar de seu sotaque escocês enroladíssimo, Mark Millar diz que Kingsman - Serviço Secreto é uma declaração de amor aos filmes de espiões de antigamente, como Kick-Ass era uma carta de amor aos quadrinhos de super-heróis. Os vídeos mostrados no painel exemplificam isso: cenários, situações e vilões que remetem aos filmes de James Bond dos anos 60 e 70, sem medo de serem caricatos.
Sem demora, os primeiros vídeos do filme são mostrados, com introdução do diretor Matthew Vaughn e do ator Mark Hamill - que diz ser uma honra atuar a lado de Michael Caine. "Eu cuidaria do jardim de Michael Caine se pudesse", diz o eterno Luke Skywalker. Essas prévias mostram mais da ação promissora do filme e menos da trama - da qual o primeiro trailer divulgado online já dava conta.
É difícil explicar o estilo da ação sem ser impreciso. Ela parece filmada com uma daquelas câmeras Phantom que fazem mil quadros por segundo, porque as lutas são velozes demais e em alta definição. É como se fosse uma cena de bullet time de Matrix sob influência de anfetamina, com vários pontos de interesse na cena e com a câmera indo de um lado ao outro, enquanto tenta acompanhar a ação vertiginosa.
A elasticidade dos golpes e da movimentação dos atores dá a entender que boa parte daquilo é computação gráfica, mas os lances são tão rápidos que fica dificil saber. A ação é pelo menos acelerada artificialmente, porque é impossível que Colin Firth se mova tão rápido assim.
Ação à parte, os destaques ficam por conta dos vilões, a começar pela lingua presa hilária que Samuel L. Jackson resolveu usar para compor seu personagem, um vilão de sangue frio (embora diga que não suporta ver sangue) que usa bonés de aba reta como parte do figurino. Como capanga ele tem uma bela morena com duas próteses-lâminas no lugar das pernas - algo próximo de uma atleta de paraolimpíada que decidisse virar vilã de James Bond.
Não vamos contar aqui como ela coloca em prática suas próteses, mas digamos que há uma cena numa cabana no alto dos Alpes - cenário de 007 por excelência - com a presença de Hamill (no papel de um cientista que é sequestrado pelo personagem de Jackson) que dá uma boa ideia do tom cartunesco e do que esperar de Kingsman - Serviço Secreto.
Leia mais sobre a Comic-Con 2014