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Comic-Con 2013 | Painel Batman: Zero Year

Autores dizem que origem de Batman é uma versão pessoal, que não desconsidera outras

21.07.2013, às 05H37.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

"Zero Year" é a saga que começou recentemente na revista principal de Batman, e que vem com uma proposta controversa: recontar a origem do herói para a fase Novos 52 da DC Comics. O roteirista Scott Snyder, o desenhista Greg Capullo, o arte-finalista Dan Miki e o editor Mike Marts formaram o painel dedicado exclusivamente à história na Comic-Con 2013.

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Batman #25

"Ia ser terrível refazer Ano Um", disse Snyder, revelando aos fãs que tentou usar elementos da origem clássica de Frank Miller e David Mazzucchelli, mas acabou vendo-se forçado a desistir. "Minhas histórias preferidas, não só nos quadrinhos, mas em toda literatura, são Ano Um e O Cavaleiro das Trevas. Nas nossas discussões sobre a nova origem, concluímos que tínhamos que dar aos leitores algo novo, algo que fosse pessoal."

A primeira edição de "Zero Year" abriu com uma Gotham City pós-apocalíptica, tomada por plantas, e um Batman em uniforme bem diferente - mais como um armadura - andando numa motocicleta movida a vapor. Aí a trama volta no tempo para mostrar o retorno de Bruce Wayne a Gotham depois de longa ausência após a morte dos pais. E a cidade está sob ameaça da Gangue do Capuz Vermelho.

Snyder disse que um dos temas mais importantes da história é "por que Bruce sempre volta a Gotham, uma cidade tão podre, a cidade onde os pais dele morreram?". O roteirista explicou que Bruce faz um discurso numa das próximas edições onde revela o porquê: "Porque é o maior antagonista que há. Porque ela destrói a pessoa, e depois reconstrói. E se você sair vivo, você vira o pináculo da evolução humana. É a cidade que cria os maiores heróis". O escritor disse que, além de Frank Miller, a inspiração veio de sua infância em Nova York.

Greg Capullo destacou o design de novos uniformes e de um novo Batmóvel para "Zero Year", que ainda vão ser revelados. Ele diz que os apetrechos serão bem fora do esperado porque a trama tem "um Bruce Wayne que era muito diferente. Tipo um Bruce Wayne que escuta death metal". O Batmóvel, diz ele, é comparável ao Tumbler dos filmes de Christopher Nolan em termos de variações inesperadas sobre o batcarro.

Capullo também fez questão de destacar a qualidade do trabalho do colorista FCO Plascencia, no que foi acompanhado pelo resto da mesa. "Ele não recebe o reconhecimento que devia", disse Scott Snyder.

Respondendo a um fã sobre o paradeiro do Coringa, o roteirista disse que o palhaço-vilão está sempre observando tudo que se passa, sempre ciente dos acontecimentos, mesmo que não apareça. E que o Charada - que vai aparecer na saga - não costuma ser muito requisitado pelos Bat-escritores "porque é muito difícil escrever as charadas".

O painel ainda revelou que "Zero Year" será dividida em arcos de três ou quatro edições, sendo que cada um começa com uma capa similar à de Batman #21, apenas com coloração diferente. A edição 25 terá um capa escura, para refletir um virada mais soturna na história. A edição 28 será verde, representando a vegetação que tomou conta de Gotham City. Foram apresentadas capas das edições que saem nos próximos meses, em que Batman parece estar vestindo o seu uniforme.

Snyder também confirmou que "Zero Year" também vai fazer parte de outras séries da DC - o que ele não queria no início, mas acabou aceitando. "Os outros escritores queriam mostrar por onde andavam seus personagens na época da nossa história", explicou, comentando que haverá uma participação especial de Batman e que a edição interligada com Arqueiro Verde é ótima.

Respondendo a uma pergunta de fã, Snyder disse que ainda não pode falar em planos para um novo Robin, e que Harper Row - a personagem que criou na série atual, e que alguns apontam como a próxima Robin - vai ganhar destaque em outra série da DC.

O painel encerrou com o diretor de marketing da DC, John Cunningham, lembrando aos fãs que toda a dedicação de Snyder, Capullo, Miki, FCO, Marts e, principalmente, dos fãs é o motivo pelo qual Batman é a série mais vendida no mercado de quadrinhos americano, mês sim, mês também.

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