Depois de conversar com Harrison Ford, encaramos o James Bond em pessoa, Daniel Craig. Na entrevista discutimos bastante sobre Cowboys & Aliens, o gênero dos faroestes - e as habilidades necessárias para fazê-lo - e seus próximos projetos.
Cowboys & Aliens
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Cowboys & Aliens
Qual é o seu faroeste favorito?
Pequeno Grande Homem [Little Big Man, 1970] é um dos meus favoritos. Foi a primeira vez que eu assisti a um filme que juntava cowboys e nativos norte-americanos.
E como foi sua experiência com o gênero? Pretende fazer mais filmes de cowboy?
Se fizermos uma continuação desse filme eu voltarei. Mas, sim, adoraria fazer outro filme de cowboy. A produção foi minha parte favorita. Eu adoro o processo de colaboração conjunta. É ali que se trabalha com alguns dos melhores no mercado e é isso que me deixa animado. Sou pago para fazer algo que amo e contanto que eu continue gostando de atuar, voltarei para mais filmes como este.
A magreza de Jake Lonegan foi algo que você buscou para a composição do personagem?
Eu sempre imaginei que cowboys fossem assim. Acho que eles não viviam tão bem no Velho Oesta, então perdi muito peso e continuei indo à academia. Não queria ficar muito forte, queria mais era ficar meio franzino - como os personagens cowboys que eu sempre gostei. Tipo o Luky Luke.
Steve McQueen serviu como inspiração?
As calças de cowboy que ele usava serviram como inspiração. Roubei aquela ideia.
Jake faz parte da tradição dos faroestes de protagonistas de moral duvidosa. Como você o vê?
Eu não sei... a profissão dele é matar pessoas. Em faroestes, não tem muito bem como saber de que lado elas estão por terem que fazer coisas extremas para sobreviver. Mas eu gosto do personagem por ele passar por um processo de redenção e continua a seguir sua vida por um caminho melhor. Não é uma coisa muito profunda - estamos falando sobre um filme chamado Cowboys & Aliens. Não dá pra ir muito a fundo sobre o personagem. Ele é um cowboy.
Ouvi dizer que você trabalhou com um pistoleiro de verdade. Você teve aulas de como manusear uma arma?
Tive. Um cara veio me ensinar algumas coisas e depois eu continuei treinando.
E você também teve que aprender a andar a cavalo.
Estava desesperado para aprender. Nunca tinha andado o suficiente para parecer natural nisso.
Mas vocês correm com os cavalos em determinadas cenas.
Eu estava me segurando no cavalo para não morrer. Meu pensamento sempre era o de permanecer em cima do cavalo e não perder o chapéu. Porque isso é muito importante em um western: nunca perder o chapéu.
Eu aprendi a atirar hoje pela manhã. Ouvi dizer na área de tiro que você esteve por lá ontem.
Sim, ontem à noite.
Com Harrison Ford, certo? O instrutor disse que você atira melhor nos filmes do que ao vivo.
O cara é um fofoqueiro. [risos]
Mas como foi? Você gostou?
Não pratico tiro ao alvo há 25 anos. Da última vez eu tinha uns 15 anos.
Quem atirou melhor, você ou Ford?
Acho que ele. Claro que é ele.
Foi isso que ouvi dizer. [risos]
Aquele cara é fofoqueiro mesmo. [risos]
Como foi trabalhar com um ícone como Harrison Ford? Jon [Favreau] disse que você ficou bem animado quando soube que ele poderia fazer parte do filme.
Eu sabia que a participação de Harrison seria uma ótima ideia. Sabia que ele queria fazer um faroeste há anos, mas achei que seria muito improvável ele aceitar este. Inicialmente, tive que superar minha empolgação de fã, mas ainda bem que agora ele é apenas "Harrison" para mim, e não Han Solo, Indiana Jones ou outro grande personagem. Ele é um ator que quer dar seu melhor em cada cena. É um alívio conhecer pessoas como ele.
Como foi aprender a fazer tantas coisas para o filme? Mexer com armas, andar a cavalo...
Muitas das coisas que fazemos com as armas ao longo do filme são decoradas - coreografadas -, temos que praticar e treinar muito para conseguir fazê-las.
O que você acha de trabalhar com efeitos especiais? Gosta de atuar com a tela verde?
O bom desse filme é que a maioria foi gravada sem efeitos. Não fizemos cenas em tela verde. Bem, exceto pela parte da nave - que era um modelo em tamanho real, preso a um giroscópio em um dos estúdios da Universal. Ele se mexia e virava todo e eu estava amarrado a ele. Não era necessário atuar muito, só tinha me segurar pra não morrer. Foi isso que eu gostei mais na visão de Jon [Favreau] - ele queria que o filme fosse um verdadeiro faroeste. E eu gosto da ideia de que você acompanha a história desses personagens como se fosse um faroeste simples... e subitamente aparecem aliens.
Você tem trabalhado com alguns dos diretores mais importantes dos últimos tempos, como Sam Mendes, David Fincher, Steven Spielberg... como é fazer um filme de ação sem grandes pretensões como este após ter feito Munique, Sylvia - Paixão Além das Palavras, entre tantos outros?
Foi o roteiro que chamou minha atenção. Vi o título e pensei que era uma comédia, e como não tenho muito interesse em fazer comédia... mas a piada estava só no título. O filme me pareceu muito divertido, além do fato de eu sempre ter sonhado interpretar um cowboy.
O que você pensa sobre potencialmente continuar com três franquias, caso essa faça sucesso e siga em frente?
Não penso muito nisso. Se acontecer será ótimo, caso contrário, terei que pensar em alguma outra coisa que posso fazer.
Você está pronto para voltar a fazer os filmes da franquia 007?
Começamos a gravar o novo filme do James Bond em novembro.
Por que você escolheu participar de Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres?
Eu queria trabalhar com David [Fincher] há muito tempo. Eu conhecia os livros mas não tinha assistido à versão sueca do filme. Aí eles me mandaram o roteiro, que eu achei fantástico. Steven Zaillian fez um ótimo trabalho e foi isso que realmente definiu minha decisão - eu disse sim logo de cara.
O fato de que talvez você tenha que interpretar o personagem até o fim se forem feitos mais filmes é algo que fez você refletir antes de assinar o contrato?
É tudo uma questão de logística e timing, de arranjar uma maneira de fazer tudo funcionar. Apesar desses filmes não estarem garantidos, tenho que mapear os próximos dois ou três anos para o caso deles de fato acontecerem. É meio estranho, porque eu nunca tive que fazer isso antes. Mas ao mesmo tempo é bom, porque agora sei que quando tenho tempo livre, posso até planejar férias.
Ultimamente, a TV tem produzido ótimos programas, e Jon [Favreau] disse que se você busca algo ousado, experimental e para maiores, tem que ir para os canais pagos.
Por sorte, conheci David Fincher, então não tenho que me voltar à TV ainda.
Mas TV é algo que você consideraria fazer no futuro?
Uma das razões pela qual eu escolhi fazer Millennium é que é um filme impróprio para menores. A franquia já é um sucesso e espero que o filme incentive outros estúdios a se envolverem com projetos como esse. Tomara que comecem a fazer filmes decentes, para adultos. O tipo de filme de Cowboys & Aliens é ótimo, tem uma abrangência de público maior, mas esse é apenas um aspecto. Cresci com O Poderoso Chefão, Serpico, Taxi Driver - e esses filmes faziam dinheiro, as pessoas iam assisti-los. Eu realmente gostaria que Hollywood voltasse a fazer coisas desse gênero.
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