O Universo DC não anda tão bem nos cinemas. Com projetos suspensos e constante troca de equipes criativas, a editora das lendas está lutando para colocar ordem na casa, buscando uma nova linguagem para o seu atual universo compartilhado. Em contrapartida, quando o assunto é desenho animado não há o que reclamar. Desde a década de 90, com a estreia de Batman - The Animated Series, as animações da DC são conhecidas por sua qualidade - a animação de Bruce Timm, por sua vez, foi inspirada em parte na arte impecável do Fleischer Studios para os curtas do Superman na década de 40. Além das séries animadas, a editora conta com diversos longas lançados diretamente em VOD e Blu-ray/DVD, formando um universo compartilhado, mas também explorando versões alternativas.
Confira, abaixo, 5 lições que as animações da DC podem ensinar para o universo dos cinemas:
Diversidade
O Universo DC conta com um vasto elenco de heróis e vilões. Enquanto o cinema pode demorar décadas para levar os maiores às telonas, as animações já contam com uma grande variedade. Séries animadas como Justiça Jovem, Jovens Titãs (ou sua versão mais recente Jovens Titãs em Ação) e filmes como Liga da Justiça Sombria apresentam uma gama de personagens queridos aos fãs nos quadrinhos e que não têm destaque nos live actions.
Batfamília
O grande medalhão da editora é o Batman. A importância do morcegão é indiscutível, mas em todos esses anos, com exceção de Robin nos esquecíveis filmes dos anos 90, a Batfamília fica de lado quando o assunto é cinema. Enquanto isso, longas animados como Batman vs O Capuz Vermelho e Batman: Sangue Ruim mostram as mais diversas (e complicadas) relações do Homem-Morcego com seus aliados. Robin, Batwoman, Asa Noturna e até mesmo Batwing já deram as caras no universo animado.
Apostar no Multiverso
DC Comics é sinônimo de multiverso. Desde a icônica história Flash de Dois Mundos, de 1961, a editora trabalha o conceito de terras paralelas e atualmente conta com mais de 52 delas, com a liberdade para criar histórias sem a necessidade de se prender em uma única linha do tempo. Grandes clássicos dos quadrinhos já foram adaptados em filmes animados, como Gotham City 1889: Um Conto de Batman, em que um Homem-Morcego da era vitoriana investiga os assassinatos cometidos por ninguém menos do que Jack, o estripador. Grandes Astros Superman e Liga da Justiça: Nova Fronteira são outros exemplos de que abordagens diferentes em personagens queridos podem dar muito certo.
Carisma
Em A Morte do Superman, filme mais recente do universo animado, fica clara a maior falha do cinema na construção de seu universo compartilhado: o carisma. Mesmo com o final anunciado em seu próprio título, a animação trabalha a importância do Homem de Aço em pequenos detalhes, de sua relação com os pais até a liderança na Liga da Justiça, passando pelo carinho de cidadãos desconhecidos em Metrópolis. Quando finalmente tomba, o impacto é muito maior do que em Batman vs Superman, que embora traga similaridades como a presença do vilão Apocalipse, falha em estabelecer a conexão do herói com o público durante todo o filme antes do clímax.
Apostar no novo
Grandes personagens do cânone da editora surgiram justamente nas animações. Universos inteiros como o de Batman do Futuro não demoraram para fazer sucesso entre os fãs e migrar para os quadrinhos, o que também aconteceu com a Arlequina, vilã criada em Batman - The Animated Series que hoje é febre, estrelando várias revistas e roubando a cena nos cinemas. Ambos foram criados por Bruce Timm, que ao lado de Paul Dini é responsável pelo início dessa era de ouro das animações da DC. Após um tempo afastado, Timm voltou em 2015 com o filme Liga da Justiça - Deuses e Monstros, que novamente mostra o início de um universo com versões alternativas da trindade Batman, Mulher Maravilha e Superman.