Após Zack Snyder enfim conseguir lançar sua versão de Liga da Justiça, o diretor David Ayer ficou mais vocal nas redes sociais sobre a possibilidade de lançar seu corte de Esquadrão Suicida. A ideia, porém, não é de agora: desde o lançamento do filme, que foi fortemente criticado em 2016, o cineasta fala que sua obra foi vítima de cortes, regravações e modificações que resultaram no tom inconsistente que rendeu tantas reclamações. Ao longo dos anos, Ayer explicou como o filme era pra ser diferente. Abaixo, reunimos o que mudaria em um corte do diretor de Esquadrão Suicida.
O Coringa
Facilmente a alteração mais sensível para Ayer. O Coringa de Jared Leto foi bastante criticado por sua aparência mas, quando chegou a hora de ver o filme, é surpreendente o quão pouco o vilão dá as caras. Na verdade, ele parece até secundário, no máximo atormentando um pouco a Arlequina (Margot Robbie) e só. Segundo o cineasta, essa nunca foi a intenção, e sim uma demonstração do quão picotado o longa foi.
Mesmo em 2016, o próprio Jared Leto já apontava a injustiça que passou, dizendo: “Acho que podemos encher um DVD inteiro com a quantidade de cenas deletadas.”
A Arlequina
Segundo Ayer, o Coringa e a Arlequina seriam partes importantes da sua trama. Inclusive, a dinâmica dos dois seria o primeiro ato do filme, que o cineasta afirma ter sido inspirado no estilo do Batman de Christopher Nolan. “Meu primeiro ato era de um filme construído normalmente. Me inspirei no [Christopher] Nolan. Existiam cenas reais com performances incríveis de Jared [Leto] e Margot [Robbie]. O Coringa era assustador. Arlequina era complexa".
Ainda, o diretor também confirmou que o Pistoleiro e Arlequina na realidade acabavam como um casal: "Diablo sobrevivia no original, e Pistoleiro e Arlequina ficavam juntos como um casal. Isso foi alterado nas refilmagens". Não demorou para que um momento de beijo entre os dois aparecesse nas redes.
Mudança de tom
O diretor afirma que é possível ver a mudança de tom ao comparar o primeiro trailer com os demais - e isso é real. Enquanto o vídeo ao som de “Bohemian Rhapsody”, do Queen, com edição rápida e divertida, é um dos mais memoráveis, o longa foi apresentado inicialmente com um trailer mais lento.
Ayer afirma que essa mudança de tom tem responsável: a Warner Bros. Segundo o cineasta, o estúdio ficou com um pé atrás após as críticas questionáveis de Batman vs. Superman, e do sucesso da comédia de ação Deadpool. Portanto, decidiu regravar vários trechos e reeditar a obra. David Ayer recentemente comentou o primeiro trailer: “Esse trailer captou o tom e a intenção do filme que eu fiz. Metódico. Com camadas. Complexo, bonito e triste. Depois que as críticas de BVS chocou as lideranças na época, e o sucesso de Deadpool - Meu drama cheio de alma foi transformado em uma comédia.”
Menos explicações
Menos explicativa
Em diversas ocasiões David Ayer frisou que sua versão teria mais desenvolvimento de personagens e menos músicas. Mas o formato escolhido não foi só interferência da Warner Bros., como também reação às sessões-teste. Em uma entrevista de 2016, o diretor afirmou: "Honestamente, tiveram pelo menos umas seis ou sete versões diferentes do filme. Em uma delas, o público ficou com muitas dúvidas e confuso sobre o que olhar. Então fizemos a versão 'dossier', que é a Amanda [Waller] apresentando as histórias e origens de vários membros".
Conexão maior com Liga da Justiça
Após o sucesso de Coringa (2019), a Warner Bros. decidiu que seus futuros projetos já não precisam mais ter conexão com o universo expandido da DC nos cinemas. Esquadrão Suicida, por sua vez, nunca escondeu fazer parte de algo maior, já que conta com aparições do Batman (Ben Affleck) e do Flash (Ezra Miller). Mas Ayer garante que a ideia era ser ainda mais conectado, especialmente com o então-vindouro Liga da Justiça (2017).
Em 2018, Ayer explicou: "Magia estava sob controle de uma caixa materna e Lobo da Estepe estava preparando uma invasão com um tubo de explosão. Tivemos que tirar isso uma vez que o arco de Liga da Justiça se desenvolveu". Antes desse desenvolvimento que cita, o diretor também confirmou que a grande batalha final não seria contra a Magia, mas sim contra o Lobo da Estepe.
Não é certo o quão longe essa ideia chegou já que, mais tarde, Ayer afirmou que gostaria de remodelar o filme para ter o Coringa como o grande vilão.