Pouco depois de Ray Fisher afirmar no Twitter que Walter Hamada, presidente da DC Films, teria pedido para que ele não citasse Geoff Johns em suas alegações sobre o ambiente tóxico no set de Liga da Justiça, a Warner divulgou um comunicado negando o contato entre os dois. Segundo o estúdio, o ator tem se negado a ajudar nas investigações promovidas por uma agência externa, não respondendo “as várias tentativas” de contato por parte dos investigadores.
O comunicado, publicado pelo Hollywood Reporter, diz ainda que Fisher e Hamada chegaram a conversar em julho para discutir a participação do ator no filme solo do Flash. Teria sido nesta reunião que Fisher “recontou seus desacordos com a equipe [de Liga da Justiça] em relação à sua interpretação como Cyborg”, o que incentivou Hamada a pedir que a Warner iniciasse as investigações.
“Ainda insatisfeito, o sr. Fisher pediu que a WarnerMedia contratasse um investigador externo”, afirma o estúdio – confira o comunicado completo abaixo:
“Em julho, representantes de Ray Fisher pediram ao presidente da DC Films, Walter Hamada, que conversasse com o sr. Fisher sobre seus problemas durante a produção de Liga da Justiça. Os dois haviam se encontrado anteriormente quando o sr. Hamada pediu para que ele retornasse como o Cyborg no filme do Flash produzido pela Warner Bros., ao lado de outros membros do elenco de Liga da Justiça. Em sua conversa de julho, o sr. Fisher recontou seus desacordos com a equipe criativa do filme em relação à sua interpretação como Cyborg e reclamou que as alterações no roteiro sugeridas por ele não foram aceitas. O sr. Hamada o explicou que diferenças criativas são algo normal no processo de produção e que a decisão final sobre essas diferenças fica a cargo do diretor/roteirista do filme. Ainda assim, o sr. Hamada disse ao sr. Fisher que levaria suas preocupações à WarnerMedia para que eles pudessem conduzir uma investigação. Em nenhum momento o sr. Hamada ‘jogou ninguém na vala’, como o sr. Fisher afirmou falsamente, ou aplicou qualquer julgamento em relação à produção de Liga da Justiça, com a qual não teve qualquer envolvimento, já que as filmagens aconteceram antes de o sr. Hamada chegar a seu posto atual. Embora o sr. Fisher nunca tenha denunciado nenhuma ação contestável contra ele, a WarnerMedia iniciou a investigar os problemas que ele teve em relação à interpretação de seu personagem. Ainda insatisfeito, o sr. Fisher pediu que a WarnerMedia contratasse um investigador externo. Este investigador tentou várias vezes encontrar com o sr. Fisher para discutir suas acusações, mas, até o momento, ele se recusou a falar com o investigador. A Warner Bros. segue comprometida com o bem-estar de todos os atores e membros da equipe de todas as suas produções. O estúdio também segue comprometido a investigar qualquer acusação específica e crível de má conduta, o que até agora o sr. Fisher não entregou”
[Atualização] Após o comunicado da Warner, Fisher compartilhou em seu Twitter um e-mail que enviou à sua equipe de advogados em 26 de agosto. Na mensagem, o ator diz ter realizado uma videochamada com o investigador da Warner Bros. e “mais uma pessoa como testemunha”, mas diz não ter se aprofundado na conversa por sua equipe legal não estava envolvida. Fisher disse que o investigador havia sido contratado “pela Warner Bros. Pictures e não pela WarnerMedia” e que ele “tentou me manter na chamada, mas disse que precisava consultar minha equipe antes de prosseguir”.
O ator ainda agradeceu fãs que o avisaram do comunicado da Warner e chamou o pronunciamento de “tentativa desesperada de me desacreditar e proteger aqueles no poder”. Fisher ainda compartilhou um vídeo que postou no Instagram em 21 de agosto, alertando que pesquisaria o investigador contratado pelo estúdio para garantir uma avaliação justa – confira abaixo:
It’s also worth noting that I made it clear to the world on Aug 21st that I would be vetting the investigator to ensure a fair and protected process for all witnesses. @wbpictures has escalated this to an entirely different level, but I’m ready to meet the challenge.
— Ray Fisher (@ray8fisher) September 5, 2020
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2/2 pic.twitter.com/OcOmcVZtub
“A Warner levou essa história para um nível completamente diferente, mas eu estou pronto para enfrentar de igual para igual”, concluiu Fisher. [Fim da atualização]
Entenda o caso
Whedon foi acusado de postura abusiva no set de Liga da Justiça, filme da DC de 2017 no qual entrou para o posto de diretor após a saída de Zack Snyder. Segundo as primeiras falas de Fisher, "o tratamento que Joss Whedon deu ao elenco e à equipe no set de Liga da Justiça foi nojento, abusivo, antiprofissional e completamente inaceitável.”
Mais tarde, o diretor Kevin Smith afirmou ter ouvido relatos que dão força ao argumento de Fisher. Depois, as dublês de Buffy, A Caça-Vampiros - série criada por Whedon - acusaram o criador de ser egomaníaco - saiba mais.
Joss Whedon assumiu as filmagens de Liga da Justiça depois da saída de Zack Snyder da direção por problemas familiares. A reação negativa em torno do filme estimulou pedidos pela versão original do longa, já que muito material planejado pelo Snyder não entrou na versão final. Após muito tempo, a Warner confirmou o lançamento do SnyderCut para 2021 no HBO Max, streaming do grupo Time Warner.